1.6.12

Perto de depor na CPMI de Cachoeira, Perillo volta a ser denunciado por corrupção

via Correio do Brasil

Perillo
Perillo vê sua situação ficar mais complicada frente à CPMI do Cachoeira
Governador do Estado de Goiás e convocado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as ligações criminosas da quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Marconi Perillo(PSDB) precisará explicar uma transação financeira que realizou com cheques recebidos pela venda de uma casa, no ano passado. O dinheiro saiu de uma conta bancária abastecida com dinheiro da empreiteira Delta, segundo peritos da Polícia Federal (PF). Pela venda do imóvel, Perillo recebeu três cheques da Excitant Confecções, de uma conta na Caixa Econômica Federal em Anápolis (GO), dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil. Segundo a PF, a Delta depositou cerca de R$ 250 mil nessa conta por meio de uma empresa fantasma chamada Alberto e Pantoja Construções, criada pelo grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira apenas para receber dinheiro da empreiteira.
Para a assessoria de Perillo, em nota divulgada nesta sexta-feira, “se houvesse má-fé ele não teria recebido em cheques nem depositado em sua conta”. De acordo com o que disse um de seus assessores, “não cabia ao vendedor do imóvel verificar a origem dos cheques nem dos recursos. Quem deve explicações sobre os cheques é o emitente”. A história, porém, não é tão simples. Até o principal líder tucano no momento, o ex-governador e hoje senador Aécio Neves, acredita que Perillo precisará “prestar os esclarecimentos devidos” em seu depoimento à CPMI do Cachoeira, marcado para o próximo dia 12.
Aécio aproveitou a entrevista concedida, na noite passada, em Belém, para criticar o que chamou de “viés de seletividade” da CPMI, na qual alguns parlamentares buscaram, sem sucesso, evitar a convocação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que também é suspeito de integrar o esquema de Cachoeira, o que Agnelo nega.
– Votamos unanimemente pela convocação de Perillo, diferentemente das lideranças do PT, que preferiram preservar os seus e atacar os adversários, independentemente do nível das acusações – disse o senador sem explicar, no entanto, o apoio do partido dele na blindagem ao governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho, de quem é amigo pessoal, e foi beneficiado com a recusa dos parlamentares para ouvir as explicações dele acerca das ligações com o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.
Outra denúncia
Além da venda de uma casa por mais de R$ 1,4 milhão, Perillo também se vê confrontado por um de seus assessores, o coordenador da propaganda eleitoral no rádio, em 2010, jornalista Luiz Carlos Bordoni. Ele afirmou a jornalistas, na véspera, que uma empresa do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira foi usada para pagar os serviços de publicidade que ele prestou para a campanha do governador goiano. Segundo Bordoni, o pagamento, feito pela mesma Alberto e Pantoja, a empresa fantasma que, segundo a PF, era controlada por Cachoeira, sob o comando de Lúcio Fiúza Gouthier, assessor especial de Perillo.
O depósito de R$ 45 mil, referente à metade do total de R$ 90 mil que o jornalista diz ter ficado pendente de pagamento após as eleições, foi feito pela Alberto e Pantoja na conta da filha de Bordoni, Bruna Bordoni, em 14 de abril de 2011, e consta dos autos da Operação Monte Carlo. Segundo o jornalista, o pagamento saiu depois de ele ter cobrado o staff de Perillo da dívida, que já perdurava seis meses. Quem cuidou da operação foi o assessor do governador.
“O sr. Lúcio Gouthier me ligou perguntando o número da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o número da conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a Pantoja”, sustentou Bordoni, em entrevista exclusiva ao jornal conservador paulistano O Estado de S. Paulo.
– O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha filha. Era dívida de campanha do governador Marconi Perillo dos R$ 90 mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de rádio na campanha de 2010 – afirmou ao diário.
R$ 1,4 milhão
Lúcio Gouthier é o assessor de Perillo que assinou documento afirmando ter recebido R$ 1,4 milhão pela casa do governador, que supostamente foi vendida para Carlinhos Cachoeira. Ele também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito do contraventor, Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.
A assessoria de Perillo nega ter feito os pagamentos por meio da empresa.
– O Lúcio Gouthier é o homem que resolve todas as questões pendentes das campanhas eleitorais. Ele se responsabilizou por isso, ele resolveu e ele pagou. Pediu o número da conta pra depositar e depositou – afirma Bordoni, que comandou todas as propagandas eleitorais de Perillo no rádio desde 1998, e, em 2010, além de dirigir os programas, era também o locutor.
Bordoni afirma que ele e Bruna só se deram conta da origem do pagamento quando o nome da filha apareceu na quebra de sigilo da Alberto e Pantoja. Bruna chegou a ser nomeada em 2005 como assessora do senador Demóstenes Torres, mas não tomou posse porque foi diagnosticada com uma doença no fígado e teve de fazer um transplante. Segundo Bordoni, a nomeação era um gesto de gratidão porque ele havia feito a campanha de Demóstenes ao Senado em 2002 sem cobrar.
O jornalista declarou conhecer Perillo desde que o governador integrava o PMDB Jovem na década de 1980, e disse ter “relação de amizade” com o tucano. Bordoni diz ter resolvido vir a público denunciar o pagamento quando o nome de sua filha foi citado durante o depoimento de Demóstenes ao Conselho de Ética, nesta quarta, e por ter tido sua credibilidade sob suspeita.
– Prestei o serviço honestamente. Não vou deixar que ninguém venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira – concluiu.

A entrevista de Lula no programa do Ratinho

Ex-presidente Lula fala com exclusividade no Programa do Ratinho, no SBT. Foi a primeira entrevista concedida após o diagnóstico e tratamento do câncer de que foi vítima.

Apareceu a Fiat Elba de Marconi Perillo

via Brasil247

Apareceu a Fiat Elba de Marconi PerilloFoto: Divulgação_Folhapress

DESTA VEZ, NÃO É UM CARRO, MAS UM JORNALISTA CHAMADO LUIZ CARLOS BORDONI QUE PARTICIPOU DA CAMPANHA DO GOVERNADOR E DIZ TER RECEBIDO RECURSOS DO ESQUEMA CACHOEIRA PARA TRABALHAR NA CORRIDA AO PALÁCIO DAS ESMERALDAS, POR MEIO DE UMA EMPRESA DE FACHADA CHAMADA ALBERTO & PANTOJA; E AGORA?

Vinte anos atrás, na crise do impeachment do ex-presidente Collor, a prova definitiva foi uma singela Fiat Elba. O carro havia sido pago com recursos do caixa dois de campanha do esquema PC Farias. Desta vez, a na crise que atinge o governador de Goiás, Marconi Perillo, a Fiat Elba é um jornalista.
Ele se chama Luiz Carlos Bordoni e está no centro da polêmica envolvendo o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ele é a testemunha que prova a ligação dos dois, uma ligação que tem as digitais na campanha eleitoral de 2010, quando o tucano foi eleito para o seu terceiro mandato à frente do Estado.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo traz entrevista exclusiva do repórter Fernando Gallo com Bordoni em que este afirma de forma direta que recebeu como pagamento por serviço prestado à campanha de Marconi, da Alberto e Pantoja, empresa fantasma que de acordo com a Polícia Federal era controlada por Cachoeira. O pagamento, de R$ 45 mil – referente à metade da conta – foi feito por um dos principais assessores do governador, Lúcio Fiúza Gouthier, depois de seis meses de atraso. 
"O sr. Lúcio Gouthier me ligou perguntando o número da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o número da conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a Pantoja", afirmou Bordoni ao Estado. "O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha filha. Era dívida de campanha do governador Marconi Perillo dos R$ 90 mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de rádio na campanha de 2010."
Só pra lembrar: Lúcio Gouthier Fiúza é o assessor de Marconi Perillo que assinou documento afirmando ter recebido R$ 1,4 milhão pela casa do governador, que teria sido vendida para Carlinhos Cachoeira. Ele também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito de Cachoeira, Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.
Também ao Estado, a assessoria de Marconi negou ter feito os pagamentos por meio da empresa. Luiz Carlos Bordoni diz que decidiu revelar o caso depois do questionamento na CPI direcionado à sua filha, Bruna Bordoni. Foi na conta dela que acabou depositado o valor de parte da dívida da campanha com o jornalista, responsável pelos programas de radio. “Prestei o serviço honestamente. Não vou deixar que ninguém venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira",diz.

28.5.12

Gilmar Mendes & Veja: a pauta do desespero

via Carta Maior

A revista que arrendou uma quadrilha para produzir 'flagrantes' que dessem sustentação a materias prontas contra o governo, o PT, os movimentos sociais e agendas progressistas teve a credibilidade ferida de morte com as revelações do caso Cachoeira. VEJA sangra em praça pública. Mas na edição desta semana tenta um golpe derradeiro naquela que é a sua especialidade editorial: um grande escândalo capaz de ofuscar a própria deriva. À falta dos auxilares de Cachoeira, recorreu ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que assumiu a vaga dos integrantes encarcerados do bando para oferecer um 'flagrante' à corneta do conservadorismo brasileiro. Desta vez, o alvo foi o presidente Lula. 

A semanal transcreve diálogos narrados por Mendes de uma inexistente conversa entre ele e o ex-presidente da República, na cozinha do escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Gilmar Mendes --sempre segundo a revista-- acusa Lula de tê-lo chantageado com ofertas de 'proteção' na CPI do Cachoeira. Em troca, o amigo do peito de Demóstenes Torres, com quem já simulou uma escuta inexistente da PF (divulgada pelo indefectível Policarpo Jr, de VEJA, a farsa derrubou o diretor da ABI, Paulo Lacerda), deveria operar para postergar o julgamento do chamado 'mensalão'. 

Neste sábado, Nelson Jobim, insuspeito de qualquer fidelidade à esquerda, desmentiu cabalmente a versão da revista e a do magistrado. Literalmente, em entrevista ao Estadão, Jobim disse: 'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão; tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala (não na cozinha); o Lula saiu antes; durante todo o tempo nós ficamos juntos", reiterou. 

A desfaçatez perpetrada desta vez só tem uma explicação: bateu o desespero; possivelmente, investigações da CPI tenham chegado perto demais de promover uma devassa em circuitos e métodos que remetem às entranhas da atuação de Mendes e VEJA nos últimos anos. Foram para o tudo ou nada. No esforço para mudar o foco da agenda política e criar um fato consumado capaz de precipitar o julgamento do chamado 'mensalão', jogaram alto na fabricação de uma crise política e institucional. O desmentido de Jobim nivela-os à condição dos meliantes já encarcerados do esquema Cachoeira. A Justiça pode tardar. A sentença da opinião pública não.

Postado por Saul Leblon às 08:55