21.5.11

Revolucion Global ??? - La "Revuelta Español" se escucha desde Estados Unidos hasta Japón




Las movilizaciones en España provocan una reacción en cadena a lo largo de todo el mundo

Las redes sociales están que echan humo. La primavera árabe prendió la mecha de lo que los medios internacionales ya llaman El verano español de la indignación, y las llamas se han extendido feroces por medio mundo recorriendo la pólvora del desempleo, la crisis económica y la falta de expectativas.
Quién opinaba que los españoles se conformaban con lo que les cayese del cielo, se deshacen ahora en elogios por el ejercicio de fuerza con el que la sociedad de este país está deleitando a la opinión pública mundial. Las ascuas de la spanish revolution han cruzado ya el Mediterráneo, el Atlántico y hasta el Pacífico, y prenden en el descontento y el inconformismo de los ciudadanos de Italia o México, donde la podredumbre de la corrupción y la impunidad de los gangsters mandatarios sumen a la sociedad en la miseria económica, política y social.
Así, el pasado jueves, el diario estadounidense The Washington Post dedicó un buen espacio en su portada a una foto de los concentrados en la plaza de la Puerta de Sol con el titular “Una primavera de frustración en España” (“A Spring of frustration in Spain”), en el que informa de una gran concentración y consignas contra los banqueros y políticos en la famosa plaza madrileña. Explica que las protestas empezaron el domingo cuando miles de personas de varias ciudades se reunieron para pedir lo que llaman una Democracia Real.

“PLAZA DE TAHRIR”
“Plaza de Tahrir” titulaba el rotativo alemán TazDie. “España: vientos de revuelta contra las medidas de austeridad” espetaba el prestigioso Le Figaro. Las adhesiones a través de las redes sociales se suceden.
De forma frenética aparecen grupos que, en cuestión de minutos rebasan el millar de simpatizantes: Democracia Real Ya Italia, Toma á Rúa Portugal, Toma la Calle México, US Uncut, Tokyo with the Spanish Revolution, son solo algunos ejemplos de la efervescencia que las movilizaciones de los indignados españoles han causado en la red.

LA DIÁSPORA SE MOVILIZA
También se ha movilizado la diáspora española que, a estas horas, mantiene movilizaciones en ciudades de medio mundo como Londres, Buenos Aires, Ámsterdam, Bergen, Santo Domingo, Leipzig, Berlín o Copenhague, donde residen numerosos españoles que en su día hicieron las maletas, ya fuese en busca de una oportunidad de trabajo o por cualquier otro motivo.
“Quedamos todos en Trafalgar Square”, reza un comentario de Facebook. @acampadatokyo, es uno de los topics más repetidos en la red social Twitter. La misma forma de proceder que en las revueltas del norte de África y Oriente Medio, los mismos vehículos de comunicación que dieron la posibilidad al mundo árabe de derribar los muros que separaban a sus sociedades de una vida digna y próspera.
En este caso, la diferencia radica en que el descontento no se dirige contra un sátrapa de turno o un régimen que priva a la población de libertades democráticas. En España se alza la voz contra un sistema que se pudre desde dentro, y no solo aquí. US Uncut, es un grupo con más de 22.000 adheridos que muestran su insatisfacción por el recorte de derechos en Estados Unidos y la falta de escrúpulos en la política.
En Roma, los jóvenes tomaron algunas plazas de la ciudad para protestar por el esperpento político que vive el país. Se trata de intentar revivir el espíritu de hace unos meses que llevó a cientos de miles de ciudadanos a la calle pese a la brutal represión por parte de las fuerzas de seguridad italianas. Sean manifestaciones convocadas por españoles en el extranjero o reproducciones de las revueltas de Sol en otras naciones, la primavera de la indignación se contagia por el mundo.

Um documento histórico de Marighella

Carlos Marighella

Algumas Questões Sobre as Guerrilhas no Brasil

Outubro de 1967


Escrito em: Havana, Cuba, 1967.
Fonte: 
Jornal do Brasil, edição de 05 de setembro de 1968.
Transcrição e HTML por: Pablo de Freitas Lopes para Marxists Internet Archive.

Com este trabalho queremos homenagear a memória do Comandante Che Guevara, cujo exemplo de Guerrilheiro Heróico perdurará pelos tempos e frutificará em toda a América Latina.
Carlos Marighella
A luta de guerrilhas, através da história, sempre foi um instrumento de libertação dos povos e a experiência provou, inúmeras vezes, quão importante é e que valor tem na mão dos explorados.
Além desta inapreciável importância, a guerrilha assumiu, nos dias de hoje, uma nova dimensão, ao lhe ser atribuído o papel estratégico decisivo na libertação dos povos. Quer dizer, a guerrilha incorporou-se definitivamente à vida dos povos como a própria estratégia de sua libertação, o caminho fundamental, e mesmo único, para expulsar o imperialismo e destruir as oligarquias, levando as massas ao poder.
Tal formulação do problema, como seja o do papel estratégico da guerrilha, não surgiu casualmente e sim porque a revolução cubana o introduziu no cenário da história.
Até então a experiência das revoluções de caráter marxista-leninista assentara suas bases na transformação da guerra antiimperialista mundial em guerra civil pela tomada do poder. Esta situação, com suas indispensáveis variantes, assinalou o desenvolvimento da história dos povos pelo menos durante quatro décadas, a partir do triunfo da Grande Revolução Socialista de Outubro.
A revolução cubana, como parte integrante da revolução socialista mundial, trouxe ao marxismo-leninismo um novo conceito: o da possibilidade de conquistar o poder através da guerra de guerrilhas, e expulsar o imperialismo quando não há guerra mundial e não se pode, portanto, transformá-la em guerra civil.
Esta contribuição teórica e prática da revolução cubana ao marxismo-leninismo elevou a um plano inteiramente novo a guerrilha, colocando-a na ordem-do-dia por toda parte, em especial na América Latina.
No Brasil este assunto é da maior atualidade e, por isso, apesar da vigilância e da repressão da ditadura militar que massacra nosso povo, em todo o país aumenta o interesse sobre a guerrilha e são discutidos os temas mais importantes.
Que há de fundamental e ao mesmo tempo de mais elementar nas guerrilhas no Brasil? Quais os problemas que nos chamam a atenção?
É uma visão geral desses problemas o que pretendemos apresentar a seguir, tomando como apoio a incipiente experiência brasileira sobre guerrilhas.

Aniquilar as Forças do Inimigo: Tarefa Fundamental da Guerrilha

O Brasil é um país de quase 90 milhões de habitantes, dispondo de uma imensa extensão territorial. Em área contínua, no mundo, só é superado pela União Soviética, a China e o Canadá.
As condições histórico-sociais e geográficas favorecem no Brasil – tal como aconteceu com a URSS e a China – o desencadeamento da revolução e sua vitória.
Em nossa maneira de pensar, a revolução no Brasil é a guerra revolucionária, em cujo centro se encontra a luta de guerrilhas.
A tarefa estratégica fundamental da guerrilha brasileira é a libertação do Brasil, com a expulsão do imperialismo dos Estados Unidos. Falando em termos de guerra, essa tarefa estratégica fundamental consiste em aniquilar as forças do inimigo, compreendendo-se como tal não só as forças militares do imperialismo dos Estados Unidos, como as forças militares convencionais dos "gorilas" brasileiros.
"Aniquilar" quer dizer tirar ao inimigo a capacidade de agir militarmente, destruindo e capturando suas armas e impossibilitando-o de prosseguir na guerra de manobras.
Quando se trata das forças militares dos "gorilas" brasileiros, "aniquilar" também quer dizer desgastá-las, esgotá-las, desmoralizá-las e separá-las, no final, das forças militares dos Estados Unidos, deixando os imperialistas sozinhos e as reacionárias forças armadas nacionais completamente destruídas. Sempre que os Estados Unidos estiverem acompanhados de forças militares "gorilas" de países latino-americanos, é necessário "aniquilar" o inimigo um a um e deixar os imperialistas combatendo isolados. Será este sempre o sentido em que empregamos o termo "aniquilar".

A Estratégia Global da Guerrilha

O imperialismo norte-americano adota uma estratégia global contra os povos e aplicará tal estratégia contra a guerrilha brasileira, que será combatida pelas forças militares dos Estados Unidos e seus títeres latino-americanos.
Responderemos com a mesma moeda, combatendo o imperialismo e sua estratégia global com uma estratégia global latino-americana.
A estratégia global da guerrilha, no Brasil, baseia-se no internacionalismo proletário dos revolucionários brasileiros e no seu elevado espírito de solidariedade aos povos que lutam de armas na mão.
Em conseqüência desse internacionalismo, um dos objetivos da estratégia global de nossa guerrilha é lutar para tornar efetiva a palavra de ordem de "criar dois, três... muitos Vietnãs".
Outro objetivo de nossa estratégia global é concretizar a solidariedade a Cuba através da luta armada em nosso país. A revolução cubana e Cuba socialista são vanguardas da revolução latino-americana, constituem nossos aliados fundamentais e nosso mais firme ponto-de-apoio em virtude de sua luta contra o imperialismo norte-americano, Para nós, é uma questão de princípio estar a favor da revolução cubana e encaminhar a guerrilha brasileira por uma estratégia global, capaz de criar obstáculos ao bloqueio e à posição agressiva dos Estados Unidos contra Cuba.
Nossa guerrilha visa, fundamentalmente, à conflagração de toda a América Latina. Quer dizer, trata-se de entrelaçar as guerrilhas dos países limítrofes, e de que os revolucionários dos países em luta se apoiem uns nos outros para o aniquilamento dos "gorilas" latino-americanos.
O imperialismo dos Estados Unidos, nosso inimigo comum, deverá ficar reduzido à situação de ver seus aliados destruídos e ter que lutar sem eles contra todos os povos latino-americanos.

A Ofensiva Estratégica como Principal Método de Condução da Guerrilha no Brasil

Nos países que estão em guerra regular com o inimigo e onde ocorrem guerrilhas, estas desempenham um papel de complemento da guerra regular em curso. Temos dois exemplos clássicos desse tipo, na Segunda Guerra Mundial, com os casos da URSS e da China.
Este não é o caso do Brasil atual, onde a guerra de guerrilhas não desempenha o papel de complemento de uma guerra regular, que não existe, não é para se desincumbir de uma missão tática, e sim para cumprir uma função estratégica.
O problema do Brasil é que as forças populares e revolucionárias sofreram uma derrota com o golpe de abril de 1964 e bateram em retirada com pesadas perdas.
Para livrar-se da ditadura e do imperialismo e de suas forças armadas de repressão, as forças populares e revolucionárias têm que sair da defensiva e passar à luta de guerrilhas, enfrentando o inimigo. Nesse caso, o principal método de condução da luta armada é a ofensiva estratégica.
O Brasil é um país de área continental e, por conseguinte, apropriado para a ofensiva estratégica da guerrilha, que precisa de espaço para mover-se.
A guerrilha brasileira tem que estar educada para operações móveis, desde as mais elementares até as mais complexas, pois uma guerra revolucionária prolongada no Brasil será uma guerra de movimento.
A ofensiva estratégica, como método principal de conduzir a luta armada, proporciona o máximo de iniciativa à guerrilha e uma liberdade de movimentos que não é permitida ao inimigo, lançado aos azares de uma perseguição interminável, em áreas rurais tremendamente hostis e desconhecidas.
Além disso, a diversidade de territórios e a variedade de ocupações da numerosa população do país possibilitam à guerrilha dispor de reservas estratégicas tais como: recursos em potencial humano amplamente reforçados pelos contingentes de operários e camponeses, recursos provindos das atividades dos trabalhadores rurais e recursos oriundos do potencial econômico das áreas urbanas.
Contando com tais reservas estratégicas e pugnando por objetivos políticos patrióticos, como a expulsão do imperialismo e a tomada do poder para a total libertação do país e sua radical transformação, a guerrilha brasileira tem na ofensiva estratégica um método invencível de condução da guerra revolucionária.

Evitar o Cerco Estratégico do Inimigo

Devido às condições históricas brasileiras, a concentração da superestrutura das classes dominantes e de suas forças repressivas se verifica na extensa faixa à margem do Atlântico, a região mais bem povoada do Brasil, de maior penetração do capitalismo, servida por modernas ferrovias e rodovias.
Esta é a região do cerco estratégico. Tal cerco ocorre por diversos fatores, dentre os quais destacamos os dois seguintes:
1. o inimigo tem suas tropas acampadas em toda a região litorânea, onde proliferam as relações capitalistas, com inumeráveis facilidades para comunicações e transportes, além dos recursos da técnica moderna;
2. o inimigo domina com suas forças militares o relevo norte-sul, bem como o mais importante sistema orográfico do país, projetado sobre o Atlântico, e erguido dentro da faixa litorânea, entre os maiores centros urbanos brasileiros.
A guerrilha brasileira deve evitar o confronto com a esmagadora superioridade do inimigo na faixa Atlântica, onde este tem suas forças concentradas. Se optar por esta solução, a guerrilha, mesmo que disponha de meios para instalar-se no sistema orográfico existente dentro da área inimiga, estará por sua própria iniciativa dentro das condições de um cerco estratégico.
Ao contrário, lançar a luta guerrilheira na área fora das condições do cerco é iniciar o caminho da ofensiva estratégica contra o inimigo, obrigando-o a deslocar-se da faixa litorânea para perseguir a guerrilha.
Tal situação permitirá o crescimento da ação das forças revolucionárias urbanas, que poderão cortar vias de abastecimento e comunicações, dificultar o transporte de tropas e intensificar o apoio logístico à guerrilha.
Assim, as conseqüências para as forças armadas convencionais serão desastrosas, não só por terem de combater fora do seu "habitat" natural, como porque se verão obrigadas a enfrentar o castigo das forças urbanas revolucionárias na retaguarda.

As Fases Fundamentais da Luta de Guerrilhas

A luta de guerrilhas não se desenvolve jamais de um só jato, isto é, desde quando se inicia até quando termina, com a vitória ou o fracasso. Pensar que isto pudesse ser assim significaria considerar a guerrilha como uma luta improvisada e arbitrária e não como uma luta de classes que se desenvolve segundo as leis da guerra.
Ainda que seja um prolongamento da política, a guerra tem suas leis específicas. Quando estamos em guerra, devemos saber que sua lei básica é a preservação de nossas próprias forças e o aniquilamento das forças do inimigo.
Nenhuma destas duas coisas pode se obter de uma só vez, e é obrigatoriamente necessário passar por um certo número de fases para atingir os objetivos previstos.
É por isso que o desenvolvimento da luta guerrilheira se processa por meio de fases distintas e bem características, interdependentes e relacionadas entre si.
Não se trata de fases determinadas arbitrariamente, mas presididas por leis inerentes à atividade consciente dos homens e das classes em luta. Essas leis têm traços comuns. O traço comum fundamental de qualquer delas consiste em sua subordinação total à lei básica da guerra: preservar nossas próprias forças e aniquilar as do inimigo.
Mas cada fase tem seus objetivos e suas particularidades e deve conter em si mesma os elementos e requisitos indispensáveis para a passagem à fase posterior.
Assim, na luta guerrilheira no Brasil distinguem-se três fases fundamentais.
A primeira é a do planejamento e preparação da guerrilha.
A segunda é a do lançamento e sobrevivência da guerrilha.
A terceira é a do crescimento da guerrilha e sua transformação em guerra de manobras.
O tempo de duração de todas ou de cada uma dessas fases não importa, como ensina a história, pois os povos que lutam pela libertação jamais se preocupam com o tempo de duração de sua luta.

Planejamento e Preparação da Guerrilha

Um dos requisitos básicos para a primeira fase da guerrilha é a existência de um pequeno núcleo de combatentes, surgido em condições histórico-sociais determinadas. Esse requisito constitui uma regra geral. Sua única exceção é em caso de guerra regular, quando a guerrilha preenche um papel tático, e o seu surgimento se dá por variadas maneiras.
O núcleo inicial de combatentes deve ser imune ao convencionalismo dos partidos políticos de esquerda tradicional e suas lideranças oportunistas, e ter condições para enfrentar e conduzir a luta ideológica e política contra o grupo de direita oposto ao caminho armado.
A luta ideológica deve ser levada ao conhecimento do povo com enorme audácia, confiança e amplitude, tendo em vista assegurar o apoio político e revolucionário das massas.
Deve ser exposto às massas com muita clareza o objetivo político da guerrilha, ou seja, a expulsão do imperialismo dos Estado Unidos e a destruição total da ditadura e suas forças militares, para, em consequência, estabelecer-se o poder do povo.
Não se deve, entretanto, empreender a guerrilha sem um plano estratégico e tático global, com base na realidade objetiva. Tal plano é necessário para que a guerrilha não venha a ser uma iniciativa isolada, desligada dos grandes objetivos patrióticos perseguidos por nosso povo, e sem a imprescindível visão do processo de aniquilamento das forças do inimigo.
Além do plano, a guerrilha requer preparação. Uma boa preparação começa com a seleção cuidadosa dos homens, que devem advir, isto é chegar depois, particularmente, do setor de operários e camponeses.
A preparação da guerrilha exige ainda o adestramento do combatente, sobretudo para o tiro e a marcha a pé, algumas armas e munições, a exploração do terreno, noções de sobrevivência e orientação, e a organização inicial de apoio logístico, incluindo a coleta de recursos de todos os tipo.
O que caracteriza o planejamento e a preparação da guerrilha é o segredo, a vigilância e a segurança mais absoluta, a proibição rigorosa do uso de papéis e cadernetas com nomes e endereços escritos, planos e apontamentos que podem vir a cair nas mãos do inimigo.
Sem esses cuidados, a primeira fase da guerrilha não tem condições de ir adiante.

Lançamento e Sobrevivência da Guerrilha

Apesar de que o inimigo no Brasil já está prevenido e reprime violentamente as tentativas de guerrilha, a primeira fase da luta guerrilheira ainda prossegue.
Quanto à Segunda fase, está é a do lançamento e sobrevivência da guerrilha, e se destina a converter uma situação política em situação militar.
Com esta segunda fase, as tarefas políticas convencionais propostas pelos direitistas, como sejam eleições, "frente ampla", luta pacífica, etc., caem no descrédito público. Surgem métodos de luta revolucionários e de apoio à guerrilha, com a finalidade de aniquilar as forças do inimigo.
Esta mudança é muito violenta e produz um impacto em todos os setores da luta.
O "gorilas" se defrontarão com uma situação militar, que procurarão resolver segundo os métodos convencionais do militarismo profissional. Estes métodos serão confrontados com os métodos não convencionais da guerrilha. A vitória será de quem melhor o emprego fizer da lei básica da guerra. Ou de quem tenha melhores condições no meio do povo para fazê-lo. A vitória será da guerrilha.
O lançamento da guerrilha deve constituir obrigatoriamente uma surpresa para o inimigo, como decorrência de dois fatores. Um deles é que, na segunda fase da luta de guerrilhas no Brasil, a forma principal das ações de combate consiste nas ações de surpresa e na emboscada. O outro é que o método principal de condição da luta de guerrilhas nesta fase reside na ofensiva, cujo papel decisivo se revela no aniquilamento das forças do inimigo.
Em matéria de formas de ação de combate e métodos de conduzir a luta armada, a derrota da guerrilha no ato de seu lançamento é produzida pelos seguintes erros:
a) não utilizar a surpresa contra o inimigo;
b) deixar-se surpreender pelo inimigo ou cair no seu cerco tático;
c) travar combates decisivos em pontos onde o inimigo, mesmo eventualmente, tenha superioridade;
d) começar a luta nas condições do cerco estratégico do inimigo e não ter plano estratégico e tático global, não conhecer o terreno e violar grosseiramente as leis da guerra.
Na maioria desses casos estão incursas as tentativas de guerrilhas fracassadas no Brasil, incluindo Caparaó.

Fatores de que Depende a Sobrevivência

Quando a guerrilha é lançada com êxito, o problema da sua sobrevivência passa a ter prioridade e uma importância fundamental e decisiva. A sobrevivência da guerrilha depende então:
a) dos seus objetivos políticos;
b) do método de condução da luta armada;
c) da estreita relação entre a guerrilha e o povo.
Quanto aos Objetivos Políticos
Nesse particular, os princípios são os seguintes:
a) procurar despertar o povo e particularmente os camponeses com a contínua presença dos combatentes guerrilheiros e a repercussão de sua ação política e revolucionária;
b) tornar conhecido do povo o objetivo político da guerrilha (a expulsão do imperialismo dos Estados Unidos e a destruição total da ditadura e suas forças "gorilas"). A guerrilha deve contar para isso com aparelhamento e organizações revolucionárias clandestinas, além de pontos de apoio em todo país.
Quanto aos Métodos de Condução da Luta Armada
Sob tal aspecto, são estes os princípios:
a) o princípio básico da guerrilha é partir de uma situação em que temos inferioridade e o nosso inimigo superioridade, e chegar a uma situação em que temos superioridade e o nosso inimigo inferioridade. Nesse caso não só as armas decidem. O fator decisivo mesmo é o homem, que maneja as armas e captura o inimigo. Se o decisivo fossem as armas, venceriam os "gorilas";
b) subordinar todas as ações de combate à lei básica da guerra, não se deixando aniquilar e aniquilando o inimigo nas variadas oportunidades, para crescer às suas custas e preservar as forças da guerrilha;
c) a ofensiva é o melhor meio de aniquilar o inimigo, porém jamais devemos esquecer o princípio de combinar a ofensiva e a retirada;
d) toda operação estratégica deve ser bem planificada para nunca nos determos a meio caminho;
e) o objetivo de nossa estratégia não é solucionar problemas econômicos no curso da guerra de guerrilhas, e sim aniquilar o inimigo. Daí por que jamais devemos ter bases fixas, ocupar ou defender territórios;
f) devemos deixar ao inimigo a tarefa de defender suas bases fixas e territórios ameaçados de incursão, ocupá-los ou recuperá-los. Isto põe o inimigo na defensiva, enquanto a guerrilha goza de liberdade de ação e iniciativa, desde que não se deixe aniquilar e preserve suas forças;
g) os combates, ações de surpresa, emboscadas e pequenas manobras táticas têm como objetivo principal capturar armas e munições;
h) além da extrema mobilidade, rapidez e decisão nas ações de combate, a norma de conduta da guerrilha é o permanente deslocamento, favorecido pela extensão continental do país e a diversidade das condições do terreno;
i) a guerrilha deve exercer severa vigilância e exigir rigoroso cumprimento das normas de segurança.
Quanto às Relações entre a Guerrilha e o Povo
Os princípios da sobrevivência aqui são os seguintes:
a) a guerrilha deve ter uma conduta honesta e leal, não fazer injustiças e dizer a verdade. Estimar, respeitar, ajudar o povo e jamais violentar os seus interesses;
b) a guerrilha deve viver e nutrir-se no meio dos camponeses, identificando-se com eles e respeitando seus costumes e religião. Explicar-lhes a natureza de classe do inimigo, o papel da guerrilha e o seu objetivo político. Organizar entre eles o trabalho de informação e o apoio logístico da guerrilha;
c) a guerrilha deve abster-se de aplicar qualquer método de banditismo, levar a efeito qualquer ato próprio de bandido ou juntar-se a eles.
Quando a Segunda fase da guerrilha é conduzida de tal modo que os erros são corrigidos no processo da luta, a estagnação e a passividade são abolidas e a sobrevivência da guerrilha fica assegurada; estão preenchidas as condições para a passagem à terceira fase.

O Crescimento da guerrilha e sua Transformação em Guerra de Manobras

A terceira fase da guerrilha é a última da guerra revolucionária.
É a fase do crescimento da guerrilha e sua transformação em guerra de manobras, a fase decisiva de aniquilamento do inimigo.
O desenvolvimento desta fase é impossível sem uma série de condições entre as quais se destacam:
a) o crescimento político da guerrilha;
b) o crescimento de sua potência de fogo;
c) o aparecimento da retaguarda;
d) a criação do exército revolucionário;
e) a mudança na forma principal das ações de combate.
O Crescimento Político da Guerrilha
Na terceira fase, o objetivo político da guerrilha passa a ser conhecido do povo, terminando a situação em que era conhecido apenas um círculo limitado de pessoas.
O objetivo político da guerrilha transforma-se, então, no mesmo objetivo de grandes massas do povo. Decorre daí o crescimento da autoridade política do comando da guerrilha. Seu trabalho ideológico se torna mais eficiente. As palavras-de-ordem da guerrilha passam a influir nas cidades. O comando total da luta se transfere para a guerrilha.

O Crescimento da Potência de Fogo da Guerrilha

Com o sucesso das formas de ações de combate da Segunda fase, a guerrilha passa a Ter novos tipos de armas. Melhora a qualidade do armamento. Pode dispor de mais animais de transporte, chegar à motorização e a operações com aviação. Melhora o serviço de comunicações e informações e de socorro médico. Consolida-se a rádio rebelde clandestina, cuja instalação pode fazer parte da fase anterior da luta. Aumenta a experiência da guerrilha. Seu heroísmo, perseverança e capacidade combativa se reforçam.
Todos estes fatores combinados determinam o aumento da potência de fogo da guerrilha.
Quando aumenta sua potência de fogo, a guerrilha deve aplicar os dois princípios seguintes, tendo em mira o aniquilamento do inimigo:
1 – Passar de uma situação sem muita capacidade de fogo para a situação de estender a linha de fogo.
2 – Aumentar o espírito combativo da guerrilha e fazer vacilar o espírito combativo do inimigo.

O Aparecimento da Retaguarda

A característica da guerrilha em suas duas fases anteriores é operar sem retaguarda e somente com pontos de apoio. O crescimento político da guerrilha lhe dá pontos de apoio coletivos e leva à criação de uma retaguarda.
Na fase final, a guerrilha brasileira dispõe de uma retaguarda interna e de uma retaguarda externa, esta última pelas forças dos países socialistas, as forças dos países do terceiro mundo e as forças progressistas do mundo capitalista.
A retaguarda interna da guerrilha brasileira será constituída por toda a área do apoio logístico e da luta complementar da guerrilha.
A guerrilha passará, assim, de uma situação sem retaguarda para uma situação em que terá retaguarda. Isto levará o apoio logístico a um avanço jamais atingido em qualquer fase anterior e, graças ao apoio do povo, o abastecimento da guerrilha se transformará num sistema regular de abastecimento.
Dispondo de retaguarda, a guerrilha terá em suas mãos reservas estratégicas que poderá, então, manejar em larga escala.

A Criação do Exército Revolucionário

Para que seja atingido o objetivo fundamental da guerrilha, é necessário criar o exército de origem guerrilheira, exército revolucionário capaz de aniquilar as forças armadas convencionais e de conduzir as massas à tomada do poder, destruindo o aparelho burocrático-militar do atual Estado brasileiro e substituindo-o pelo povo armado.
A criação de um exército dessa natureza é um princípio geral da revolução, princípio sobre o qual Lenin insistia, ao afirmar o seguinte:
"O exército revolucionário corresponde a uma necessidade porque os grandes problemas históricos só pdoem resolver-se pela força, e a organização da força é, na luta moderna, a organização militar" (Artigo publicado no "Proletari", em 1905, sob o título "Exército Revolucionário e o Governo Revolucionário").
No mesmo artigo, Lenin acrescenta:
"O governo revolucionário é necessário para assegurar a direção política das massas do povo".
Partindo do marco zero, a guerrilha possibilita a organização da força do povo, a princípio sob a forma de um pequeno núcleo de combatentes que se lança à luta, dentro de um plano estratégico e tático global. E, em seguida, sob a forma de um exército combatente, que nada tem a ver com o convencionalismo militar.
Uma das indispensáveis tarefas da estratégia da guerrilha no Brasil, é a criação desse exército genuinamente popular, que parte do nada e, através da guerra revolucionária, chega a uma organização militar capaz de praticar a guerra de manobras, vencer o inimigo, e, em consequência, conquistar o poder para o povo.
O crescimento da guerrilha em prestígio político, potência de fogo e apoio de massas produz modificações no curso da luta, atingindo a organização militar, os métodos de conduzir a guerra, as ações de combate e o emprego das forças da guerrilha.
A guerrilha dá um salto para a frente. E passa do tipo de organização de grupos guerrilheiros para o tipo de organização de um exército revolucionário. Mas um exército revolucionário não convencional, surgido da guerrilha, com base na alianã armada de operários e camponeses, aos quais se reunirão estudantes, intelectuais e outras forças da revolução brasileira.
Destacamentos, coluna e outras formas revolucionárias de organização militar constituirão o exército do povo que libertará o país.

A Mudança da Forma Principal das Ações de Combate

Na terceira fase da guerrilha, a forma principal das ações de combate são as ações de manobras e não mais as ações de surpresa da segunda fase.
Isto significa uma mudança de qualidade na luta de guerrilhas. Trata-se agora da transformação da guerrilha em guerra de manobras. É possível agora à guerrilha concentrar forças ou deslocá-las para aniquilar o inimigo e realizar operações de cerco e aniquilamento.
O método principal de conduzir a guerra de manobras continua sendo a ofensiva. Mais do que nunca, porém, nesta fase a guerrilha deve estar atenta a dois princípios:
1. Não somente avançar, mas também admitir a retirada.
2. Não expor as forças principais da guerrilha a um golpe inimigo de relevo na condução da luta ou no desfecho da guerra revolucionária.
A sorte da guerra se decide por suas ações de manobras. O inimigo, em inferioridade de forças, é obrigado a passar para a guerra de posições ou render-se e desintegrar-se, com o aniquilamento total.

O Núcleo Operário-Camponês e o Apoio do Povo - Segredo da Vitória

Quando se desencadeou o golpe de abril de 64, no Brasil, não houve resistência. O imperialismo norte-americano e os "gorilas" nacionais se aproveitaram disso e estão massacrando o nosso povo. Se fizermos a resistência, eles tentarão aniquilá-la, para que tenha prosseguimento a exploração do Brasil. Mas a resistência deve ser feita. A resistência do povo brasileiro é a guerrilha.
A guerrilha é para defender a causa dos pobres, dos humilhados e ofendidos, dos homens e mulheres de pés descalços. É para conquistar a libertação do Brasil, expulsar o imperialismo norte-americano, aniquilar a ditadura e suas forças armadas, derrubar seu poder, e instaurar o poder do povo.
Nossa guerrilha não tem base fixa. Sua base é o povo, é o homem brasileiro. Seu principal sustentáculo é o núcleo operário-camponês, a aliança armada de operários e camponeses brasileiros, que constituem a maioria da nação.
A guerrilha brasileira não ocupará terras nem adotará a tática de autodefesa dos camponeses, para não ter que defender territórios e bases fixas e desviar-se de sua rota de ofensiva estratégica, caindo na defensiva. A defensiva é a morte.
As dívidas dos camponeses serão canceladas. Os papéis e comprovantes de suas dívidas serão queimados. Os camponeses que ocupam terras, os arrendatários, os parceiros, posseiros que lutam contra os despejos, os assalariados agrícolas que queimam canaviais, os trabalhadores rurais que fazem greve no campo, lutam por suas reivindicações e são perseguidos pela polícia e o exército, por sua atividade organizando sindicatos, ligas camponesas e associações, podem ingressar na guerrilha e, dentro dela, prosseguir na luta pela revolução agrária, pelo aniquilamento do inimigo e a tomada do poder.
A guerrilha brasileira castigará os latifundiários norte-americanos que são donos de terra no Brasil e os latifundiários brasileiros contra-revolucionários, bem como os seus capangas e os que abusam das mulheres dos camponeses.
O que a guerrilha deve fazer é convulsionar o campo, levando aí a bandeira da luta armada.
A guerrilha brasileira incursionará nos povoados, mas só em defesa dos interesses do povo e em busca de seu apoio político e logístico. Para isso, formará secretos destacamentos armados da população local e organizará o povo sob formas revolucionárias.
A guerrilha brasileira será dotada de um espírito político avançado e progressista, guiando-se pelos princípios do marxismo leninismo, com o que conquistará o apoio do povo. O apoio da população deve existir para excluir a possibilidade de filtração de informação da guerrilha ao campo inimigo. A tarefa de eliminar os delatores será confiada ao povo.
A causa do inimigo é injusta. E ele sabe disso, pois tem consciência de que é um explorador. Ao ver-se acuado no campo pela guerrilha, o inimigo tornar-se-á mais cruel. Essa crueldade nos dará o apoio de milhões de pessoas. A guerrilha será o oposto da crueldade, dará um tratamento humano aos prisioneiros, os respeitará e socorrerá os feridos.
No seio do inimigo há muitos militares que individualmente apóiam o povo. Esses militares, no momento oportuno, devem desertar com suas armas e apetrechos e ingressar na guerrilha.
O fator decisivo da vitória da guerrilha está no apoio do povo, na confiança cega e absoluta nas massas. A guerrilha deve fazer a mobilização política do povo, uma ardente agitação no meio dele. Nos ombros de milhões de mulheres e homens do povo, particularmente entre a juventude, devem ser colocadas as tarefas de responsabilidade: coletar fundos, conseguir armas, munições, remédios, recursos de toda natureza, enviar combatentes e voluntários à guerrilha.
Para vencer é preciso unidade. O povo deve unir-se pela base, em suas organizações, e com isto chegar à unidade das forças populares e revolucionárias e jamais permitir o engodo das frentes burguesas do tipo "frente ampla".
O segredo da vitória é o povo.
Havana, Outubro de 1967.

Rádios comunitárias ganham seção de perguntas e respostas no site do MiniCom

publicado no Blog do Planalto

Informaçẽs sobre radiodifusão comunitária são atualizadas no site do Ministério das Comunicações: Foto: Herivelto Batista/MiniCom/Arquivo
A partir desta semana, cidadãos e entidades interessados em montar uma rádio comunitária podem consultar na página do Ministério das Comunicações uma seção com perguntas e respostas frequentes sobre o serviço.
No menu “Rádio Comunitária”, a seção “Perguntas Frequentes” foi totalmente reformulada pela Coordenação-Geral de Radiodifusão Comunitária do MiniCom, onde é possível consultar detalhes sobre características técnicas do serviço, exigências relacionadas à programação e saber como é o trâmite dos processos de outorga.
O coordenador-geral de Radiodifusão Comunitária, Octavio Pieranti, explica que a atualização destas informações partiu de demandas dos interessados no serviço.
“Nós tivemos essa ideia de renovar a lista de perguntas frequentes, que já existia, com base numa percepção do atendimento de que várias perguntas não estavam contempladas na lista anterior”, explicou.
De acordo com Pieranti, foram listadas cerca de 20 perguntas feitas com frequência sendo que a maioria delas está relacionada ao processo de outorga. Uma das novidades é a explicação, por meio de um passo a passo, sobre como as entidades que participam dos avisos de habilitação podem pagar a taxa de inscrição. Este é um dos questionamentos mais comuns, segundo o coordenador.
Com a atualização da seção de perguntas frequentes, os participantes dos avisos de habilitação poderão tirar dúvidas e obter esclarecimentos com mais facilidade, o que vai resultar em maior rapidez na análise dos processos.
“A ideia é que a documentação chegue sempre o mais certa possível. Quando a documentação chega de uma forma correta, isso facilita o nosso trabalho, acelera o processo de outorga e melhora o fluxo de trabalho interno do ministério”, afirma Octavio.
A meta é que haja renovação e ampliação gradual na seção de perguntas frequentes, à medida que surgirem novas dúvidas de usuários.

Dez formas diferentes de manipulação da mídia

Chomsky debulha a manipulação dos meios

Autor: 
 
Dez formas distintas de manipulação midiática Noam Chomsky elaborou a lista das “10 Estratégias de Manipulação” através da mídia. Em seu livro “Armas Silenciosas para Guerras Tranquilas”, ele faz referência a esse escrito.
Por Yohandry [20.05.2011 12h05]

Noam Chomsky elaborou a lista das “10 Estratégias de Manipulação” através da mídia. Em seu livro “Armas Silenciosas para Guerras Tranqüilas”, ele faz referência a esse escrito em seu decálogo das “Estratégias de Manipulação”.
1 – A Estratégia da Distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças que são decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais na área da ciência, economia, psicologia, neurobiologia ou cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais” (citação do texto ‘Armas Silenciosas para Guerras Tranquilas’).
2 – Criar problemas e depois oferecer soluções.
Este método também se denomina “Problema-Reação-Solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que seja este quem exija medidas que se deseja fazer com que aceitem. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja quem demande leis de segurança e políticas de cerceamento da liberdade.
Ou também: criar uma crise econômica para fazer com que aceitem como males necessários o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3 – A Estratégia da Gradualidade.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, com conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira as condições sócio-econômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.
Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego massivo, salários que já não asseguram rendas decentes, tantas mudanças que provocariam uma revolução se fossem aplicadas de uma vez só.
4 – A Estratégia de Diferir.
Outra maneira de fazer com que se aceite uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato.
Primeiro porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para se acostumar com a idéia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
5 – Dirigir-se ao público como a criaturas de pouca idade.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criatura de pouca idade ou um deficiente mental.
Quanto mais se pretende enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por que? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
6 – Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto-curcuito na análise racional, e, finalmente, no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos.
7 – Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância planejada entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser alcançada para as classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
8 – Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.
Promover a crença do público de que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9 – Reforçar a auto-culpabilidade.
Fazer crer ao indivíduo que somente ele é culpado por sua própria desgraça devido à insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se menospreza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição da ação do indivíduo. E sem ação não há revolução!
10 – Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles que possuem e utilizam as elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e a psicologia aplicada, o “sistema” desfrutou de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que este conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.
Noam Chomsky. Filósofo, ativista, autor e analista político estadunidense. É professor emérito de Lingüística no MIT e uma das figuras mais destacadas desta ciência no século XX. Reconhecido na comunidade científica e acadêmica por seus importantes trabalhos em teoria lingüística e ciência cognitiva.

Democracia real Já - Uma análise sobre o levante espanhol

No hay democracia real sin democracia económica


por Juan Torres López em Tercera Informacion

"Toda la riqueza del país en sus distintas formas y sea cual fuere su titularidad está subordinada al interés general" (Artículo 128 de la Constitución española)

El movimiento del 15-M ha puesto sobre la mesa un debate que se ha querido hurtar a la ciudadanía española durante los últimos treinta años : el de la imperfecta democracia existente en nuestro país.

Miles de personas claman en nuestras calles para exigir democracia real porque entienden, con razón, que no se sienten representados por el régimen bipartidista de hecho que la ley electoral vigente instituyó, principalmente, con el objetivo de excluir a la izquierda menos colaboracionista del escenario político. Porque entienden que la democracia es incompatible con la presentación de docenas de imputados en las listas electorales, con la opacidad en la financiación de los partidos, con la falta de control del patrimonio de quienes dicen servir a los intereses públicos, empezando por el del Jefe del Estado, o con las vergonzosas imágenes de parlamentarios ausentes de sus escaños mientras otros hablan cansinamente al aire. Y también, porque creen, porque creemos, que tampoco se puede hablar de democracia cuando la propiedad de los medios de comunicación se concentra cada vez más en manos de grandes grupos financieros o incluso de fondos especulativos para evitar que se conviertan en espacios para el debate público y a la información objetiva.

Miles de personas reclaman, reclamamos, Democracia Real Ya porque cada vez sentimos más indignación cuando vemos que a quien llama el presidente del gobierno para tratar de hacer frente a la crisis no es a los ciudadanos y ciudadanas que han perdido sus viviendas, a los que están en paro o a los pequeños y medianos empresarios que crean el 90% del empleo existente, sino a los banqueros especuladores y a los directivos empresariales que más naturaleza y empleo destruyen y a quienes utilizan los paraísos fiscales para evadir sus responsabilidades con el Estado y, por tanto, con todos nosotros que sí pagamos impuestos. Y salimos a las calles porque estamos hartos de que se nos llame a votar cada cierto tiempo pero sin que nuestros votos sirvan luego para decidir las cuestiones más importantes que, sin embargo, resuelven a su antojo los poderes fácticos que no se presentan a las elecciones : los banqueros, los jerarcas de la Iglesia Católica, los dirigentes de la patronal y los grandes propietarios, o los dueños de los medios de comunicación más influyentes.

Reclamamos democracia porque creemos que no podemos hablar de que exista en España cuando tampoco la hay en una Europa que solo da preferencia a los mercados, que renuncia a ser algo más que un gran espacio de libertad financiera al servicio del capital y cuyos dirigentes se dejan dominar por los grupos de presión y poder dedicados a imponer las recetas neoliberales a los pueblos.

Reclamamos con razón Democracia Real Ya tratando de conseguir que los derechos políticos y la capacidad de decisión de todos los ciudadanos y ciudadanas sean exactamente los mismos, sin distinción. Pero, precisamente por eso, no debemos olvidar que será imposible que exista democracia real si no hay democracia económica, es decir si no se garantiza que todos los individuos, también sin distinción, disfruten de ingresos, medios y oportunidades suficientes para vivir y satisfacer con dignidad sus necesidades.

Las políticas económicas neoliberales que se vienen aplicando en los últimos treinta años constituyen de hecho una negación de la democracia porque generan unas condiciones de empleo y unos salarios tan bajos que condenan a millones de trabajadores y trabajadoras a la precariedad constante que les impiden vivir dignamente. Porque permiten que los bancos multipliquen sin límite la creación de deuda que esclaviza a familias y a pequeñas y medianas empresas. Porque han creado instituciones, como los bancos centrales independientes, que pueden mover palancas fundamentales de la vida económica de las que depende la distribución de la riqueza y el bienestar de la gente sin control alguno de los poderes representativos. Porque se han privatizado capital y empresas públicas a precios de saldo y sin debate social alguno sobre su conveniencia o ventajas ; porque han restringido el gasto social privando a millones de personas de bienes colectivos de calidad para poner cada vez más servicios públicos en manos del negocio privado en contra de los deseos de la mayoría de la población, y porque han desarmado cada vez más a las instituciones públicas representativas cediendo su poder de decisión a los mercados y a grupos de presión para que así los grandes empresarios, los banqueros, los oligarcas del siglo XXI, impongan libremente su voluntad al resto de la sociedad. Y porque han aumentado escandalosamente la desigualdad, fortaleciendo el poder de las minorías más ricas y condenando al ostracismo cada vez a más millones de personas.

Y es fundamental tener en cuenta que si esta falta de democracia económica impide que se pueda hablar también de democracia política, la ausencia de ambas es la verdadera causa que ha dado lugar a las crisis que estamos viviendo, porque ha dejado sin control a las finanzas especulativas y a los banqueros que han cometido todo tipo de fraudes y engaños. Como, a otra escala, también es la causa de los grandes problemas económicos del mundo de nuestra época entre los que destaca la destrucción de nuestro medio natural, el hambre y la discriminación todavía sufren las mujeres y otros grupos de población como los inmigrantes.

Es completamente impensable, por lo tanto, que podamos resolverlos si no se avanza decisiva y realmente hacia la democracia económica. Y es una mentira gigantesca que se vaya a poder salir de la crisis, como dicen nuestros gobernantes, con reformas laborales y de las pensiones, con políticas de austeridad y con más privatizaciones que lo que hacen es agudizar los problemas que provocaron la crisis y limitar aún más la capacidad de decisión de la ciudadanía, es decir, la democracia.

En España carecemos de democracia económica y para disfrutarla es imprescindible un firme compromiso de Estado para garantizar el efectivo disfrute de los derechos constitucionales al empleo decente, al ingreso de suficiencia, a la salud, a la educación, a una pensión digna y a la vivienda. Si la democracia empieza por cumplir las leyes, exijamos que se cumpla la primera de ellas, la Constitución.

No podremos hablar de democracia real en España mientras haya una persona sin ingresos o con rentas miserables o sin poder ocupar una vivienda digna. Si queremos hablar de democracia hay que garantizar los derechos económicos y sociales básicos de toda la población y hemos de saber que si hoy día no lo están en nuestro país es como resultado de las políticas económicas que se vienen aplicando y que son las que hay que cambiar.

La historia y la experiencia de los países que han logrado más avances en esos campos nos muestra sin lugar a dudas que el disfrute de esos derechos no lo garantiza el mercado (restringiendo el gasto público y cediendo las escuelas a fondos especulativos, como en Madrid) sino que es imprescindible una potente intervención pública.

Y para poder llevarla a cabo es necesario, por un lado, una urgente Reforma Fiscal que dé equidad a nuestro sistema impositivo y un plan de lucha contra la economía sumergida y la evasión fiscal. Y, por otro, una potente estrategia de recuperación del ingreso y de la actividad económica.

Para lograr esto último es preciso, en primer lugar, disponer de financiación suficiente y para ello deben nacionalizarse las cajas y aquellos bancos que no pongan inmediatamente sus recursos al servicio de la actividad productiva -. Hay que frenar cuanto antes el nuevo expolio que la banca privada quiere hacer del sistema financiero español. En segundo lugar, deben volver al estado las empresas de interés estratégico para la economía nacional que en su día fueron privatizadas sin consultar a la ciudadanía y sin debate sobre sus ventajas o inconvenientes. Y, en tercer lugar, de deberá suscribir un amplio Pacto de rentas que garantice, por un lado, el incremento de la participación de los salarios en la renta nacional, que es un objetivo imprescindible para garantizar salir de la crisis recuperando la demanda y la actividad ; y, por otro lado, incrementos de la productividad y reformas sustanciales en el modelo productivo que permitan que nuestra economía no se tenga que limitar a insertarse pasivamente en los mercados globales, como hasta ahora, en exclusivo beneficio de las grandes empresas. Para lo cual hay que empezar por derogar inmediatamente las medidas de recorte de derechos sociales y laborales adoptadas bajo la presión del terrorismo financiero desde mayo de 2010 hasta la fecha.

Ante el problema de deuda que atenaza a nuestra economía, se debe auditar la deuda pública y preguntarle a la población si desea hacerse cargo de la que se ha contraído por irresponsabilidad de los bancos y las grandes empresas o como consecuencia de sus operaciones especulativas contra el estado español.
España tiene una opción : languidecer en un régimen bipartidista de democracia imperfecta que quita poder a la ciudadanía-, para dárselo a los mercados y que fomenta una economía dependiente, oligarquizada y destructora de empleo, de actividad y de riqueza ambiental y natural, o, como se está empezando a hacer en las calles, decir que no a la estrategia económica neoliberal que los poderes económicos y financieros impusieron a los políticos que gobernaron la salida (inconclusa) del franquismo.

Las mujeres y los hombres corrientes podemos cambiar el rumbo de la historia y podemos evitar que los poderosos impongan siempre a los demás sus intereses. Ahora se puede conseguir en España, y por tanto avanzar hacia la Democracia Real con democracia económica, si se cumplen dos condiciones. Una, que no se renuncie al poder que nace en las calles frente a los impostores que se empeñan en que los demás paguemos la crisis que ellos han provocado. Y otra, que la rebeldía se extienda, como ha empezado tímidamente a extenderse, al conjunto de la Unión Europea porque en ésta última, dominada como está por el poder neoliberal más fundamentalista, es donde se encuentra el eslabón hoy día más determinante de la cadena que nos está esclavizando.

Botín no es el dueño de España. ¡Democracia real ya !