3.5.12

Delegado da ditadura revela 'Memórias de Guerra Suja'

via Luis Nassif Online

Vamos com cuidado, Há muitas informações desencontradas. Como é possível um delegado desconhecido do pessoal de direitos humanos ser responsável por quase um quarto dos mortos pela ditadura? E não se entende o fato de corpos serem incinerados em usinas em Campos, sendo muito mais fácil jogá-los no mar próximo. Melhor aguardar um pouco antes de endossar o livro."
Do iG

“Militantes de esquerda foram incinerados em usina de açúcar”

Delegado revela em livro que viraram cinzas os corpos de David Capistrano, Ana Rosa Kucinski e outros oito opositores da ditadura

Tales Faria, iG Brasília
Foto: DivulgaçãoCapa de "Memórias de uma guerra suja", da editora Topbooks
Ele lançou bombas por todo o país e participou, em 1981 no Rio de Janeiro, do atentado contra o show do 1º de Maio no Pavilhão do Riocentro. Esteve envolvido no assassinato de aproximadamente uma centena de pessoas durante a ditadura militar. Trata-se de um delegado capixaba que herdou os subordinados do delegado paulista Sérgio Paranhos Fleury nas forças de resistência violenta à redemocratização do Brasil.
Apesar disso, o nome de Cláudio Guerra nunca esteve em listas de entidades de defesa dos direitos humanos. Mas com o lançamento do livro “Memórias de uma guerra suja”, que acaba de ser editado, esse ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) entrará para a história como um dos principais terroristas de direita que já existiu no País.
Mais do que esse novo personagem, o depoimento recolhido pelos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, ao longo dos últimos dois anos, traz revelações bombásticas sobre alguns dos acontecimentos mais marcantes das décadas de 70 e 80.
Revelações sobre o próprio caso do Riocentro; o assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten, em 1982; a morte do delegado Fleury; a aproximação entre o crime organizado e setores militares na luta para manter a repressão; e dos nomes de alguns dos financiadores privados das ações do terrorismo de Estado que se estabeleceu naquele período.
A reportagem do iG teve acesso ao livro, editado pela Topbooks. O relato de Cláudio Guerra é impressionante. Tão detalhado e objetivo que tem tudo para se tornar um dos roteiros de trabalho da Comissão da verdade, criada para apurar violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar (1964-1988).
David Capistrano, Massena, Kucinski e outros incinerados
Cláudio Guerra conta, por exemplo, como incinerou os corpos de dez presos políticos numa usina de açúcar do norte Estado do Rio de Janeiro. Corpos que nunca mais serão encontrados – conforme ele testemunha – de militantes de esquerda que foram torturados barbaramente.
“Em determinado momento da guerra contra os adversários do regime passamos a discutir o que fazer com os corpos dos eliminados na luta clandestina. Estávamos no final de 1973. Precisávamos ter um plano. Embora a imprensa estivesse sob censura, havia resistência interna e no exterior contra os atos clandestinos, a tortura e as mortes.”
Os dez presos incinerados
-- João Batista e Joaquim Pires Cerveira, presos na Argentina pela equipe do delegado Fleury;
-- Ana Rosa Kucinsk e Wilson Silva, “a mulher apresentava marcas de mordidas pelo corpo, talvez por ter sido violentada sexualmente, e o jovem não tinha as unhas da mão direita”;
-- David Capistrano (“lhe haviam arrancado a mão direita”) , João Massena MelloJosé Roman e Luiz Ignácio Maranhão Filho, dirigentes históricos do PCB;
-- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira e Eduardo Collier Filho, militantes da Ação Popular Marxista Leninista (APML).
O delegado lembrou do ex-vice-governador do Rio de Janeiro Heli Ribeiro, proprietário da usina de açúcar Cambahyba, localizada no município de Campos, a quem ele fornecia armas regularmente para combater os sem-terra da região. Heli Ribeiro, segundo conta, “faria o que fosse preciso para evitar que o comunismo tomasse o poder no Brasil”.
Cláudio Guerra revelou a amizade com o dono da usina para seus superiores: o coronel da cavalaria do Exército Freddie Perdigão Pereira, que trabalhava para o Serviço Nacional de Informações (SNI), e o comandante da Marinha Antônio Vieira, que atuava no Centro de Informações da Marinha (Cenimar).
Afirma que levou, então, os dois comandantes até a fazenda:
“O local foi aprovado. O forno da usina era enorme. Ideal para transformar em cinzas qualquer vestígio humano.”
“A usina passou, em contrapartida, a receber benefícios dos militares pelos bons serviços prestados. Era um período de dificuldade econômica e os usineiros da região estavam pendurados em dívidas. Mas o pessoal da Cambahyba, não. Eles tinham acesso fácil a financiamentos e outros benefícios que o Estado poderia prestar.”

30.4.12

SDH firma parcerias para criar comissões da verdade em sindicatos


via Carta Maior

De acordo com o coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, Gilney Viana, a efervescência social suscitada pela expectativa de instalação da Comissão da Verdade tem provocado o surgimento de novas denúncias, que reforçam a tese de que o impacto da ditadura militar na vida dos brasileiros é muito superior ao conhecido. Nesse contexto, as parcerias são fundamentais para resgatar a memória dos trabalhadores brasileiros no período.

Brasília - A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência está firmando parcerias com sindicatos e entidades de classe para resgatar a memória dos trabalhadores brasileiros vítimas da ditadura militar. De acordo com Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade, a proposta é criar “comissões da verdade” em todas as entidades interessadas, à exemplo do que já vem sendo feito em assembleias legislativas, câmaras de vereadores e entidades de direitos humanos de todo o país. “Os sindicatos têm que assumir a responsabilidade pelo seu passado”, afirma.

Viana avalia que a efervescência social suscitada pela expectativa de instalação da Comissão da Verdade, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em outubro e que, agora, aguarda a indicação dos seus sete membros para começar a atuar, tem provocado o surgimento de novas denúncias sobre violações de direitos, que podem alterar drasticamente a forma com que o país e o mundo encaram o mais sangrento período da história recente brasileira. “Essas denúncias reforçam a tese de que o número de vítimas é muito superior do que o já reconhecido”, afirma. 

Para o eterno militante que ficou preso nos porões da ditadura por quase 10 anos, nem a Comissão de Mortos e Desaparecidos, criada de 1995, e nem a Comissão de Anistia, de 2001, foram capazes de dar conta do grau de impacto da ditadura na vida dos brasileiros. “A Comissão de Mortos e Desaparecidos, por exemplo, reconhece apenas 17 camponeses vítimas do período. E os relatos já sistematizados indicam que pelo menos 450 vítimas. Além disso, há as perdas institucionais que também foram enormes. A Universidade de Brasília (UnB), para citar a mais prejudicada, perdeu cerca de 80% do quadro docente”, reforça.

Gilney acredita que, neste contexto, o apoio dos sindicatos e entidades de classe é fundamental para o resgate da história. Ele explica que a SDH oferecerá todo o suporte para a efetivação das parcerias, mas que cada entidade terá total autonomia para decidir como encaminhará seus trabalhos. 

Já demonstraram interesse em participar do projeto a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Sindical e Popular – Conlutas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O convite será estendido a todas as entidades representativas dos trabalhadores. 

O coordenador relata, inclusive, que algumas ações já estão em curso. O Sindicato dos Químicos de São Paulo assumiu o resgate da história do químico Virgílio Gomes da Silva, ex-militante da ALN, que foi morto após comandar o sequestro do embaixador norte-americano no Brasil. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo também já se responsabilizou por resgatar a memória de profissionais como o ex-diretor da TV Cultura, Vladimir Herzog, morto nos porões do DOI/CODI, após intensa seção de tortura. 

Direito à Memória e à Verdade

Desde o início do governo Dilma Rousseff, o Projeto Direito à Memória e à Verdade trabalha com o propósito principal de estimular um ambiente político que favorece a criação da Comissão da Verdade. As frentes de trabalho são as mais diversas: edições de livros, exposições, memoriais. Do ano passado para cá, investiu no estímulo à criação de comissões da verdade regionais, no âmbito das Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e entidades de defesa dos direitos humanos. 

Agora, serão os sindicatos e entidades de classe. “Hoje, já temos uma verdadeira rede que atua em todo o país e cresce a cada dia. Nossa expectativa é que o trabalho produzido por esta ajude a Comissão da Verdade a fechar um relatório final com o peso que todo nós esperamos”, acrescenta.














Um vídeo para o feriado: "Che, Um Hombre Nuevo"


Consagrado como um dos melhores diretores latino americanos, o argentino TRISTÁN BAUER (Iluminados por el fuego, Después de la tormenta) conquistou o Prêmio de melhor documentário do Festival de Cinema de Montreal em 2010, com o trabalho: Che, Un Hombre Nuevo.

O documentário sobre a vida e obra de Ernesto Guevara foi dirigido e realizado pelo próprio Tristán e por Carolina Scaglione. A intenção dos realizadores foi de gerar uma viajem através da memória, o pensamento e a poesia de Che.

Pela primeira vez na história, sua mulher, Alina, e seus filhos cedem  documentação inédita. Textos, gravações e narrações literárias que mostram Ernesto Guevara em sua dimensão mais poética e humana. Por sua vez, o governo cubano cedeu 20 horas de imagens inéditas até agora nunca vistas.

Che, Um Hombre Nuevo, é uma coprodução entre a Argentina (Universidad Nacional del Gral San Martín e o INCAA), Cuba (Centro de estudios Che Guevara y el ICAIC) e Espanha (Golem). Conta também com a participação da Televisão Espanhola.

29.4.12

Colômbia - MARCHA PATRIÓTICA: Oitenta mil pessoas transbordaram a Praça Bolivar


COMEÇA A SURGIR UMA SOLUÇÃO POLÍTICA PARA A GUERRA CIVIL NA COLÔMBIA QUE PERSISTE POR MAIS DE CINQUENTA ANOS SEGUIDOS!
 
Broche de oro para el nacimiento del Consejo Patriótico Nacional Más de ochenta mil personas desbordaron la Plaza Bolívar en una jornada histórica

Camilo Raigozo
Notimundo / Marcha Patriótica


En histórica jornada más de 80 mil personas marcharon hasta la Plaza de Bolívar de Bogotá, para cerrar con broche de oro el nacimiento del nuevo movimiento político Marcha Patriótica.

La gran mayoría de los participantes provenía de todas las regiones del país y de manera organizada emprendieron la caminata desde tres puntos diferentes de la ciudad: el Parque Nacional, Coliseo El Campin y el Parque Olaya Herrera.



Contrario a la propaganda sucia desplegada por los medios, las cúpulas castrenses, policiales y de otros sectores de la ultraderecha cercana al paramilitarismo, no se presentó ni siquiera un vidrio roto a pesar de la gran cantidad de participantes.

Aunque “la gran prensa” minimiza el magno acontecimiento y solo se refiere a él para estigmatizarlo y calumniarlo, lo cierto es que el número de manifestantes desbordó con creces la cifra de los 80 mil.

Los medios de la oligarquía dicen que fueron 35 mil y los más honestos admiten una asistencia de 50 mil personas, ocultándole la realidad al país.



Unas 20 mil personas que no lograron llegar a la Plaza de Bolívar porque la capacidad de esta había sido desbordada, tuvieron que resignarse a ver lo que allí sucedía, a través de las gigantescas pantallas dispuestas en diferentes puntos sobre la Carrera Séptima.

El movimiento Marcha Patriótica es la confluencia de más de 1.700 organizaciones sociales de las diferentes regiones del territorio nacional, que busca la unidad de todos los sectores democráticos y ser protagonista en la vida política del país.

Entre los principales objetivos de la Marcha Patriótica se encuentran, la salida política al conflicto social y armado, la realización de una reforma agraria justa con el campesinado, garantía al acceso a la salud para todos los colombianos, empleo digno y educación gratuita y de alta calidad para niños y jóvenes, entre otras.


Este movimiento político se constituyó el fin de semana con la presencia de mas de 4.000 delegados y cerca de 1700 organizaciones nacionales y el acompañamiento de una nutrida delegación internacional.

Integrarán la Junta Patriótica Nacional:
Piedad Córdoba, Jairo Rivera,  Carlos Lozano,  Andrés Gil, David Flórez, Carlos García, Javier Cuadros,  Gloria Cuartas, Gustavo Gallardo, Mauricio Ramos, Hubert Ballesteros, Jairo Estrada, Jael Quiroga, Joaquín Romero, Ángel Torres, Heriberto Flor, Diego Angulo, Carolina Bautista, William Monsalve, Patricia Ariza, Francisco Tolosa, Nidia Quintero, Gloria Cuartas  entre otros,  en representación de las mas diversas organizaciones y sectores sociales de todo el territorio nacional.
 
Tal como lo expone la declaración Política: “En Marcha hemos llegado a Bogotá las y los patriotas de Colombia para afirmar la existencia de sueños colectivos; para trazar rutas de dignidad, para abrir puertas de esperanza siguiendo el legado de las y los libertadores de la Primera Independencia. Somos partícipes de este nuevo capítulo en la historia que habrá de forjarse en la más amplia unidad popular”.   La Marcha Patriótica se constituye como la opción para miles de colombianos y colombianas que han sido marginados durante décadas por quienes ostentan el poder. Un movimiento amplio, donde caben todas las personas y organizaciones que creen en la necesidad de transformación del país.
 
La Junta Patriótica Nacional estuvo acompañada por más de 100 invitados internacionales, quienes dieron a conocer su declaración política internacional de apoyo al Movimiento Político Marcha Patriótica, fortaleciendo los lazos latinoamericanos en la construcción de una verdadera soberanía continental.

Fuente: http://notimundo2.blogspot.com.es/2012/04/marcha-patriotica-en-historica-jornada.html
http://www.pacocol.org/index.php?option=com_content&task=view&id=12627