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22.7.10
Prensa Latina – “Brasil necesita erradicar la pobreza”, afirma candidata Dilma Rousseff
por Alejandro Gómez - http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=207580&Itemid=1
La candidata a la presidencia por la coalición Para que Brasil continúe cambiando, Dilma Rousseff, aseguró que la erradicación de la pobreza extrema resulta la principal tarea que demanda esta nación.
Acabar con la miseria es la condición primordial para que crezca la economía nacional, aseveró la candidata del Partido de los Trabajadores (PT), que junto al Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), encabezan la coalición de 10 agrupaciones políticas bajo el lema Para que Brasil continúe cambiando.
En entrevista con el Programa 3 a 1, de la estatal TV Brasil, Dilma señaló anoche que las acciones del gobierno del presidente Luiz Inácio Lula da Silva para combatir la pobreza permitieron que el país saliera rápido y bien de la crisis financiera internacional.
Dilma es una de las principales aspirantes a ocupar el Palacio de Planalto en los comicios de octubre venidero, junto al candidato del opositor Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), José Serra, quien también encabeza una coalición de varias agrupaciones políticas de tendencia de centro-derecha.
Asimismo, Dilma mencionó a la educación como el principal factor para promover una mayor inclusión social en Brasil, al tiempo que rechazó la tesis de que el país invierte en enseñanza superior y no en la educación básica, cuya calidad -apuntó- pasa por contar con profesores más capacitados y con mejores salarios.
No se logra una educación de calidad sólo con buenas edificaciones y con laboratorios, sino incrementando el valor de los profesores, primero con una buena preparación y después con salarios adecuados que atraigan a las personas más capacitados a ejercer el magisterio, sentenció la candidata presidencial.
Por otro lado, Dilma sostuvo que las políticas públicas brasileñas requieren estar enfocadas en las mujeres, toda vez que -precisó- las féminas tienen el papel fundamental en la familia, es una especie de cemento, de factor de cohesión.
Tal vez por ello, subrayó Dilma, está dado el éxito de las políticas de inclusión social y distribución de renta del gobierno Lula, porque esos programas benefician directamente a las mujeres.
La candidata presidencial defendió también una amplia reforma tributaria que incremente la base de la recaudación y alivie los impuestos de las micro y pequeñas empresas, de los salarios y de los productos esenciales, como las medicinas.
Interrogada sobre su menor carisma en comparación con Lula, Dilma apunto que lo va a compensar con mucho trabajo y agregó que ella va a honrar el legado del presidente brasileño, de quien dijo aprendió mucho en sus siete años y medio de trabajo junto a él.
En cuanto a la política externa, la candidata presidencial aseveró que no puede ser contaminada por posiciones personales ni para hacer campaña electoral hablando mal de otros países, y exaltó que Brasil necesita colocarse como líder de América Latina, que promueva la paz en la región.
"No creo que sea función de un dirigente y de un país posicionarse sobre la política interna de otra nación a no ser que quiera construir un ambiente altamente inestable en la región", resaltó.
Intruso no clube dos eleitos
21.7.10
DILMA 43% SERRA 37%:Dilma deve aparecer à frente de Serra na Vox…
Do Blog da Dilma: http://dilma13.blogspot.com/2010/07/dilma-43-serra-37dilma-deve-aparecer.html
Dilma deve aparecer à frente de Serra na Vox…
A pesquisa Vox Populi cuja divulgação está prevista para hoje foi feita entre sábado e ontem com 3 000 entrevistas. Na semana passada, o Vox fez uma pesquisa também com 3 000 pessoas por encomenda do PT. Deu Dilma Rousseff com 43% e José Serra com 37%. Como não houve qualquer fato relevante de lá para cá, a lógica indica um resultado semelhante na pesquisa que ganhará os sites a partir de hoje à noite.
Por Lauro Jardim
Por isso Serra e PSDB/DEM estão tão desesperados? A conferir.
Colômbia comemora bicentenário com "forte dependência" dos EUA
Do Opera Mundi: http://operamundi.uol.com.br/noticias_ver.php?idConteudo=5150
A Colômbia comemora nesta terça-feira os 200 anos de sua independência e do fim do sistema colonial, mas, assim como outros países da região, a emancipação ocorreu apenas no campo político, afirmam especialistas ouvidos pela ANSA.
"Não se pode dizer que a Colômbia é independente", opina o cientista político Jaime Zuluaga Nieto, professor da Universidade Nacional da Colômbia, que cita a "tendência ao consumismo" como uma das influências negativas dos Estados Unidos, que "acabam com a cultura local".
O governo colombiano tem hoje os EUA como principal mercado para suas exportações, tendo enviado 38% de sua produção ao território norte-americano em 2008. As duas nações ainda mantêm ainda acordos comerciais e militares, estes direcionados ao combate ao narcotráfico.
"Temos que trabalhar por uma segunda independência", avalia Zaluaga, doutor em ciência política, que vê a comemoração do bicentenário da independência como um estímulo ao nacionalismo, um sentimento "não muito grande" no país.
No mesmo sentido, o diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos de Valparaíso, no Chile, Leonardo Jeffs, acredita que o processo se limitou ao campo político. "Caímos em um sistema neocolonial", afirma o analista, que considera que a situação vai além da Colômbia, envolvendo "toda América Latina".
Há muitos grupos "que controlam o poder político" e nações que "são alheias a um processo de integração", esclarece. "Chile, Peru, Colômbia e México, por exemplo, são países partidários de investimentos estrangeiros, que optaram por um modelo de economia neoliberal", explica Jeffs.
Marcas dessa "forte dependência" é o impacto que a crise mundial de 2008, que começou nos EUA, teve nos países citados. Somente no México foi sentida a pior retração econômica em 70 anos, visto que essa nação é muito atrelada a Washington.
Quanto ao Brasil, Jeffs opina que o país vem jogando "mais para ser potência do que para lutar contra a dependência". Ainda assim, ele crê que há momentos de aproximação com a América Latina, mesmo que "tenhamos diferenças no processo de colonização".
Por sua vez, Zuluaga acredita que o Brasil, além de ser uma força econômica entre os Estados latino-americanos, é também um dos promotores do processo de integração, ideia que o especialista chileno rebate afirmando que o país de Luiz Inácio Lula da Silva "tem interesse" em se fazer presente no Cone Sul e, por isso, "não convém se afastar".
Além da Colômbia, Chile e México também comemoram o bicentenário neste ano. Bolívia, Equador, Venezuela e Argentina já celebraram a data.
CONANDA SE POSICIONA CONTRA TOQUE DE RECOLHER
Autor: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)
A íntegra do documento é a seguinte:
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), principal órgão nacional do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, no uso de suas atribuições legais de deliberar e fiscalizar as políticas nacionais para a infância e juventude- reunido em sua 175º Assembléia Ordinária, aprova o presente parecer contrário ao procedimento denominado Toque de Recolher - proibição de circulação de crianças e adolescentes nas ruas no período noturno-, adotado em algumas cidades do País, por meio de portarias de Juízes da Infância e Juventude.
1) As portarias judiciais não podem contrariar princípios constitucionais e legais, como o direito à liberdade, previsto nos artigos 5 e 227 da Constituição Federal Brasileira, e nos artigos 4 e 16 do ECA - direito à liberdade, incluindo o direito de ir, vir e estar em espaços comunitários;
2) Os artigos 145 a 149 do ECA dispõem sobre as competências e as atribuições das Varas da Infância e Juventude. Os artigos citados não prevêem a restrição do direito à liberdade de crianças e adolescentes de forma genérica, e sim restrições de entrada e permanência em certos locais e estabelecimentos, que devem ser decididas caso a caso, de forma fundamentada, conforme o artigo 149;
3) O procedimento contraria a Doutrina da Proteção Integral, da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, em vigor no Brasil por meio da Lei 8.069 de 1990 (ECA) e a própria Constituição Federal Brasileira, tendo em vista a violação do direito à liberdade. A apreensão de crianças e adolescentes está em desconformidade com os requisitos legais por submeter crianças e adolescentes a constrangimento, vexame e humilhação (arts. 5 e 227 da CF e arts. 4, 15, 16, 106, 230 e 232 do ECA). Volta-se a época em que crianças e adolescentes eram tratados como “objetos de intervenção do estado” e não como “sujeitos de direitos”. A medida significa um retrocesso, tendo em vista que nos remete à Doutrina da Situação Irregular do revogado Código de Menores e a procedimentos abusivos como a “Carrocinha de Menores” e outras atuações meramente repressivas executadas por Comissariados e Juizados de Menores;
4) Em muitos casos, a atuação dos órgãos envolvidos no Toque de Recolher denota caráter de limpeza social, perseguição e criminalização de crianças e adolescentes, sob o viés da suposta proteção;
5) Não se verifica o mesmo empenho das autoridades envolvidas na decretação da medida aludida em suscitar a responsabilidade da Família, do Estado e da Sociedade em garantir os direitos da criança e do adolescente, conforme dispõe o ECA. Inclusive, a própria legislação brasileira já prevê a responsabilização de pais que não cumprem seus deveres, assim como dos agentes públicos e da própria sociedade em geral. No mesmo sentido, por que as autoridades envolvidas no Toque de Recolher não buscam punir os comerciantes que fornecem bebidas alcoólicas para crianças e adolescentes ou que franqueiam a entrada de adolescentes em casas noturnas ou de jogos, ou qualquer adulto que explore crianças e adolescentes?
6) Nenhuma criança ou adolescente deve ficar em situação de abandono nas ruas, em horário nenhum, não só durante as noites. Para casos como esses, assim como para outras situações de risco, o ECA prevê medidas de proteção (arts. 98 e 101) para crianças, e adolescentes e medidas pertinentes aos pais ou responsáveis (art. 129);
7) Os Conselhos Tutelares são órgãos de proteção e defesa de direitos de crianças e adolescentes (arts. 131 a 136 do ECA) e não de repressão ou punição. O Fórum Colegiado Nacional dos Conselhos Tutelares já se manifestou contrariamente ao Toque de Recolher;
8) A polícia não deve ser empregada em ações visando o recolhimento de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o Estatuto e a normativa construída nos últimos 19 anos prevêem a necessidade de programas de acolhimento com educadores sociais que façam a abordagem de crianças e adolescentes que se encontrem em situação de rua e/ou de risco. Muitas vezes, os abusos sofridos nas próprias casas geram a ida de crianças e adolescentes para as ruas. Nesses casos, a solução também não é o toque de recolher. O adequado é a atuação dos órgãos e programas de proteção, acolhimento e atendimento às crianças, aos adolescentes e às famílias. Devemos destacar que, diante de situações de risco em que se encontrem crianças e adolescentes, qualquer pessoa da sociedade pode e deve acionar os programas de proteção e/ou os Conselhos Tutelares, assim como todos da sociedade têm o dever de agir, conforme suas possibilidades, visando prevenir ou erradicar as denominadas situações de risco;
9) O procedimento do Toque de Recolher contraria o direito à convivência familiar e comunitária, restringindo direitos também de adolescentes que, por exemplo, estudam à noite, frequentam clubes, cursos, casas de amigos e festas comunitárias;
10) Conforme os motivos acima elencados, o Toque de Recolher contraria o ECA e a Constituição Federal. É uma medida paliativa e ilusória, que objetiva esconder os problemas no lugar de resolvê-los. As medidas e programas de acolhimento, atendimento e proteção integral estão previstas no ECA, sendo necessário que o Poder Executivo implemente os programas; que o Judiciário obrigue a implantação e monitore a execução e que o Legislativo garanta orçamentos e fiscalize a gestão, em inteiro cumprimento às competências e atribuições inerentes aos citados Poderes.
Nesses termos, o Conanda recomenda:
1) Que todos os municípios tenham programas com educadores sociais que possam fazer a abordagem de crianças e adolescentes que se encontrem em situações de risco, em
qualquer horário do dia ou da noite, visando os encaminhamentos e atendimentos especializados previstos na Lei;
2) Que todos os Municípios, Estados e União fortaleçam as redes de proteção social e o Sistema de Garantia de Direitos, incluindo Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Varas da Infância e Juventude, promotorias e delegacias especializadas;
3) Que o Conselho Nacional de Justiça inclua em sua pauta de discussões o Toque de Recolher, objetivando orientar as Varas da Infância e Juventude sobre a ilegalidade e inconstitucionalidade do procedimento.
Brasília, 18 de junho de 2009
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
19.7.10
Hoje é dia de “Direito à Memória e à Verdade”
Exposição sobre ditadura será aberta hoje
Do Jornal da Cidade - http://www.jcnet.com.br/detalhe_politica.php?codigo=187705
Com a presença do ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), será aberta hoje em Bauru a exposição “A ditadura no Brasil - 1964/1985”. Ela integra o projeto “Direito à Memória e à Verdade”, desenvolvido pela SDH/PR desde 2006.
Por contar a história dos anos de chumbo no País, a exposição é especialmente recomendada aos que desconhecem detalhes daquele período, embora atualmente usufruam dos direitos conquistados também em virtude do esforço de homens e mulheres que foram presos e mortos por lutar pela democracia, avalia Gilberto Truijo, coordenador da comissão de Direitos Humanos da subseção Bauru da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
De acordo com ele, ainda hoje o Brasil enfrenta resquícios da ditadura, combatidos também pelos movimentos de defesa aos direitos humanos. “Quem defende direitos humanos não defende bandido, mas um tratamento igual e humano a todos. Isso passa por boa alimentação, boa educação, boa saúde e por geração de emprego. Não adianta o Estado ofertar saúde, educação e saneamento básico, se não ofertar condições dignas de sobrevivência”, comenta Antônio Pedroso Júnior, presidente do Centro de Estudos Sociais ‘Nossa Memória Ninguém Apaga’, de Bauru.
Ele ressalta que após a abertura da exposição, o ministro fará palestra, seguida de debate, sobre a terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos, lançado pelo Presidente Lula em dezembro de 2009. O PNDH-3 reúne 521 ações programáticas para a promoção e defesa dos direitos humanos no Brasil. O documento está estruturado em seis eixos temáticos: interação democrática entre Estado e sociedade civil; desenvolvimento e direitos humanos; universalizar direitos em um contexto de desigualdades; segurança pública, acesso à Justiça e combate à violência; educação e cultura em direitos humanos e, por fim, direito à memória e à verdade.
Encaminhado ao Congresso Nacional, o plano foi alvo de várias polêmicas, inclusive em relação aos pontos que tratam da ditadura militar. “Em todos os países da América do Sul que passaram por regimes ditatoriais, os torturadores estão sendo julgados e processados. Só no Brasil que se anistia ambas as partes”, comenta Pedroso. Mas na opinião dele, os que foram contra o regime militar já foram julgados pelo próprio regime de exceção.
“Foram condenados, cumpriram cadeia, foram exilados, banidos e perderam a cidadania brasileira. Já foram punidos. Está na hora de julgar aqueles que torturaram por crime de opinião. Enquanto os opositores foram julgados e processados por um regime de exceção, eles vão ser julgados e processados por um regime democrático”, destaca.
Muitos deles foram responsáveis, inclusive, pela morte de muitos jovens como Alexandre Vannucchi Leme, líder estudantil, torturado e morto aos 22 anos durante um interrogatório, segundo garantem seus companheiros. Ele é primo do ministro Paulo Vannuchi, que também ficou preso naquela época.
• Serviço
A exposição “A ditadura no Brasil” será aberta hoje, às 19h30, na Casa do Advogado, quadra 30 da avenida Nações Unidas. O debate sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos começa em seguida.
Do Blog do Brizola Neto: A inversão de valores na Justiça Eleitoral
Embora seja triste, é bom que certas coisas aconteçam para que nós, simples mortais, vejamos que ocorrem situações incompreensíveis em nossa Justiça Eleitoral.
Pode ser que, por me faltarem conhecimentos jurídicos de enorme profundidade, recheados de citações em alemão, eu não consiga compreender certas coisas.
Postei há pouco que o Ministério Público Eleitoral levou 81 dias para representar contra o uso irregular das inserções publicitárias de José Serra – diante de milhões de pessoas - nas emissoras de rádio e TV paulistas no dia 29 de março e ainda esqueceu de juntar as gravações e transcrições. Tal fato bastou para a representação ser arquivada e ficar tudo por isso mesmo.
Também não tenho notícias de representações contra o uso irregular – irregular, nada, flagrantemente ilegal – dos horários do PPS (10 de junho) e do PTB (24 de junho) – em rede nacional de rádio e televisão, atingindo mais de 150 milhões de brasileiros.
Agora, leio que o deputado Da Costa foi multado por fazer uso irregular do twitter no dia 4 de julho. Não ficou claro na noticia que li se isso foi na representação do PT ou na do MP Eleitoral, que ingressou com representação contra o fato no dia 15, quinta-feira passada. Apenas onze dias depois, portanto.
Meus parcos conhecimentos jurídicos não me permitem alcançar tão elevada compreensão que faz com que as transgressões ocorridas em meios que atingem alguns poucos milhares de pessoas tenham precedência em relação às que atingem dezenas de milhões de eleitores.
Mas o pouquinho que sei me faz lembrar da expressão “lana caprina”, que se usa no Direito para designar as coisas irrelevantes, de pouca importância, insignificantes.
Então ficamos assim: multa-se por uma “tuitada” irregular e não se multa por uma cadeia nacional de rádio e televisão irregular, aliás avisada com antecedência por todos os jornais.
Olha, sou insuspeito para falar. É um absurdo esta multa ao senhor I. da Costa, de quem sou, talvez, um dos mais duros oponentes. Foi o seu twitter pessoal, que segue quem quiser. Todo cidadão brasileiro é livre para dizer quando quiser, onde quiser e como quiser qual é o candidato que defende. Não mudo esta opinião por ser o cidadão A, B ou C. Só o que se questiona é a entrega – aliás, proibida por lei- de um programa partidário a um integrante de outro partido, porque este horário é uma vantagem legal a que só os partidos – e não qualquer cidadão – têm direito e acesso.
Estamos diante do rigor com as miudezas e, ao mesmo tempo, de uma tolerância sem fim com as grandes transgressões.
Carta Maior: SERÁ O PICCOLO BALILLA DE SERRA UM PONTO FORA DA CURVA?
Breve apanhado do rufar dos tambores dos últimos 10 dias: a) o candidato Serra acusa o governo Lula de implantar uma república sindicalista no Brasil;b) o mesmo Serra classifica como pelegas as centrais sindicais que apoiam Dilma e, como se fora um ectoplasma de Carlos Lacerda nos idos de março de 1964, fuzila: são mais pelegas do que os pelegos do Jango; b) os jornais Folha e Estadão se esfalfam para enxertar um escândalo na campanha eleitoral, agora investindo na suposta quebra do sigilo fiscal do probo vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas; c) a indefectível VEJA assinala uma capa cujo título condensa a sofisticação intelectual contida num tanquinho de areia do maternal 1: '“O monstro do radicalismo“ --A fera petista que Lula domou agora desafia a candidata Dilma'; d) a procuradora eleitoral Sandra Cureau --nova heroína da mídia demotucana-- alardeia ameaças contra o Presidente Lula por ter mencionado o nome de Dilma Rousseff em cerimonia de licitação do trem-bala; e) no dia 16 de julho, conforme registro de Paulo Henrique Amprim, o jornal o Globo estampou na capa seis manchetes contra o Presidente Lula; f) das seis manchetes principais veiculadas pela Folha no período de 12 a 17 de julho, quatro foram contra o governo Lula; g) é nesse aluvião que devem ser avaliadas as pepitas democráticas regurgitadas pelo vice de Serra, Indio da Costa, em entrevista ao site tucano 'Mobiliza PSDB', ecoada pela Folha. Uma coisa é certa: um piccolo balilla não brota por geração espontânea; não há infância fascista sem fascismo adulto.
O polvo Paul e o burro Chico (do Carta Maior)
Se Paul fosse o burro Chico, rapidamente haveria quem dissesse que o irracionalismo é coisa daqui. Não foi o presidente da República anterior que teria afirmado que iria transformar o Brasil em um país racional?
Luís Carlos Lopes
O episódio, já fora do ar, do polvo Paul sacudiu consciências e, dependendo do gosto, caiu no folclore e no chiste diário, proporcionado pelas grandes mídias locais e internacionais. Aliás, quem não gostaria de ter um animal de estimação capaz de prever o futuro? Os felizes proprietários de mascotes deste gênero teriam seus problemas diminuídos ou mesmo extintos. Não se sabe se os donos do polvo Paul ganharam algum dinheiro ou outro tipo de vantagem com suas mirabolantes e acertadas previsões futebolísticas. Entretanto, muita gente boa soube usar do fenômeno e faturar alto nos meios de comunicação de massa do tempo presente.
Não se sabe igualmente se alguém soprou ao simpático personagem marítimo os possíveis resultados ou se foi tudo acaso mesmo. Quem sabe, se o polvo não é mais inteligente do que as mídias e realmente tem um poder especial? Há quem acredite em duendes. Por que não em um ser real, velho habitante dos mares do mundo? O que se viu, além das gargalhadas generalizadas, foi que Paul escolhia entre o zero e o um, repetindo a inteligência dos computadores. O polvo foi sempre binário, por isso não previu o empate brasileiro com Portugal... Há controvérsias...
O que o episódio demonstra é que as mídias apelam por toda parte. Não é só por aqui. O polvo Paul vive na Alemanha, país culto, um dos maiores consumidores atuais de livros, de idéias e de arte. Os alemães de hoje vão à escola, têm profissões bem estabelecidas e um nível de vida incomum, mesmo para o conjunto da Europa. O país tem inúmeros problemas e contradições, entretanto, sua realidade é muito menos dramática das conhecidas na África e na América Latina.
Paul não é haitiano, não pratica o vodu e nem fala o créole. Não vive em um país com forte tradição mágica e espiritualista. Não conhece a miséria extrema de parcelas expressivas do povo de que faz parte e nem a miséria moral correspondente. Esta última é estampada com gosto pelas grandes mídias, que adoram tragédias e fazem de tudo para que não sejam compreendidas. Se Paul é uma expressão dos alemães do tempo presente, algo está fora do lugar ou então...
Se Paul fosse o burro Chico, rapidamente haveria quem dissesse que o irracionalismo é coisa daqui. Não foi o presidente da república anterior que teria afirmado que iria transformar o Brasil em um país racional? Invertendo a assertiva, ele, sem dúvida, concordava com o De Gaulle que achava que não havia seriedade no país, e com todos os demais racistas que entendem os países do hemisfério sul como incapazes de construir algo baseado na razão. Se o polvo fosse o burro seria xingado e não teria qualquer espaço maior das mídias, mesmo que pudesse ir além da lógica limitada seguida pelo Paul. Mas, ele é alemão, por adoção, apesar de não sabermos em que mares ele teria sido capturado.
O que este episódio demonstra é que o irracionalismo cresce exponencialmente em todo o planeta. Não há maior interesse em uma compreensão objetiva da vida. Esta é entendida como um jogo de azar, onde a sorte só existe como uma dádiva. A previsão da mesma, só pode ocorrer por meio de uma operação mágica. As mídias difundem a visão apocalíptica de que não se pode compreender e modificar o que cerca a todos. Tem-se que aceitar as coisas como são postas, porque elas já foram decididas antes de existirem de fato.
Os acontecimentos dos últimos trinta anos, somados à atual crise econômica mundial – felizmente por aqui os efeitos são menores – permitiriam compreender a atual onda de retorno à magia e ao obscurantismo. Vários autores, na tentativa de compreender o que se passa, lembraram da referência medieval ou dos regimes políticos contemporâneos que assassinaram a inteligência e tentaram impedir o avanço das ciências e das artes. Para eles, haveria algo destes passados, mantido no presente com muito cuidado e com os disfarces apropriados. Não há dúvida, que estes críticos têm alguma razão.
A realidade atual não é igual à da Idade Média, porque o que se vê por toda parte é a vitória do materialismo pragmático. Neste, o mais importante são os resultados materiais, mesmo que sob a roupagem da religiosidade, tal como se assiste nos movimentos fundamentalistas puritanos, pentecostais, carismáticos, islâmicos etc. O nazifascismo e suas variações universais só existem preponderantemente em suas formas líquidas. Estas não ousam desfraldar completamente suas bandeiras e nem ocupar o centro do poder, preferindo interferir a partir de uma posição bem ancorada nas sombras do poder. Ainda assim, o irracionalismo radical tem forte espaço, por vezes, igual ou maior do que o que teve nas situações e regimes citados.
O lugar onde o monstro que odeia a razão escolheu para habitar é o das grandes mídias. Nele, pode sobreviver sem maiores problemas em simbiose com as velhas tradições e os sempre renovados sensos comuns. Em outro texto, defendeu-se a tese do culto às mídias e dos novos deuses – as personas midiáticas. Este novo culto teria tudo a ver com o materialismo pragmático do tempo presente. As mídias seriam os novos oráculos – adivinhos – que diriam às pessoas o que elas gostariam de ouvir. A idéia de que se pode prever acontecimentos através da mágica da adivinhação é muito antiga e renasceu das cinzas no mundo atual.
Não se precisa mais observar as tripas das aves, a direção de queda do sangue de um animal abatido, nem mesmo olhar as estrelas. Nas mídias, as respostas seriam encontradas, mediadas pelos novos semideuses(as), modelos de virtude e de perfeição sobre-humana. Os novos oráculos não precisariam mais de poços, de fumaças, de cegos e de pitonisas. Suas respostas passaram ser mais diretas e se houver erros é porque não se soube interpretar corretamente os sinais. A vida concreta teria empalidecido frente ao poder imenso do Big Brother contemporâneo.
Luís Carlos Lopes é professor e escritor.
18.7.10
Graban en México disco con música de Silvio Rodríguez
La banda chilena Los Bunkers ingresó a los estudios en México para grabar un álbum con clásicos del trovador cubano Silvio Rodríguez, bajo la producción del mexicano Emmanuel del Real, informaron medios locales.
El diario “La Tercera” señaló que el grupo de rock está en pleno proceso de grabación de su sexto material, que saldrá a la venta en octubre y en el que “reinterpreta entre 10 y 12 temas de Rodríguez”, bajo la producción de Del Real, integrante de Café Tacvba.
El rotativo recordó que el quinteto chileno, radicado en México desde mediados de 2008, “trabaja desde el segundo semestre del año pasado en una nueva entrega para su catálogo, inaugurado en 2001 con un disco homónimo.
“Pero lo que se ha mantenido en estricto secreto hasta ahora es que el sexto álbum de Los Bunkers no será de canciones originales, como en un principio estaba planeado, sino que estará compuesto por nuevas versiones del repertorio de Silvio Rodríguez”, detalló.
Al comentar cómo surgió la idea de realizar un álbum de “covers” del trovador cubano, el guitarrista Mauricio Durán explicó que “estábamos trabajando en canciones originales y un día en la sala de ensayo, y casi por tontear, salió una canción de Silvio.
“Nos pareció que quedaba súper bien y se nos prendió la ampolleta”, afirmó el músico chileno al recordar la nueva versión que hicieron del tema “La era está pariendo un corazón”.
“La Tercera” señaló que ese “fue el punto de partida de un proyecto que en febrero tomó forma, reclutando como productor al tecladista y principal compositor de Café Tacvba, Emmanuel del Real”.
Durán aseguró que “la mayoría somos fanáticos de Silvio desde pequeños, tiene que ver con nuestra herencia musical… Yo aprendí a tocar guitarra con sus canciones. Ha sido bien emotivo, es recordar parte de la historia de uno.
“Nuestra relación con su música es súper sentimental”, comentó el integrante de Los Bunkers sobre el trabajo que será editado en octubre próximo, a través del sello multinacional Universal Music México.
El rotativo informó además que “en paralelo al proceso de mezclas, junto al ingeniero mexicano Marco Moreno, el grupo resuelve en estos días la selección final de un repertorio que quiere mantener en secreto, hasta tener definido el plan promocional de la apuesta.
“Según adelanta Durán, el repertorio equilibra clásicos del cubano con otras de sus canciones menos conocidas”, apuntó el reporte y adelantó que el primer sencillo saldrá de manera simultánea en la radio chilena y mexicana, a fines de la próxima semana.
De Cuba Debate: http://www.cubadebate.cu/noticias/2010/07/17/graban-en-mexico-disco-con-musica-de-silvio-rodriguez/
Chora Serra...: Vídeo do comício comprova o sucesso e desmente PIG - II
A imprensa demo-tucana sentiu o golpe, com o enorme sucesso da passeata e do primeiro comício de Dilma Rousseff (PT), até debaixo d'água, no Rio de Janeiro, na sexta-feira.
Sairam correndo em busca de tentar desqualificar, dar notícias fantasiosas sobre comparecimento e empolgação, que não correspondem à realidade.
A imprensa mentiu e muito. Eu estava lá, e vi. Mas nada melhor do que um vídeo para matar a cobra e mostrar a cobra morta.
Ao contrário do que disse a imprensa demo-tucana, Dilma foi aplaudida e muito. E olha que é difícil aplaudir segurando guarda-chuva, bandeiras, faixas.
A tentativa de diminuir o público também é uma grande mentira. O público foi excelente do início ao fim. No início pela massa humana, que ocupou a praça e também tomava as ruas laterais. A Av. Rio Branco estava fechada. Do início ao fim, o público foi excepcional, considerando a chuva. Basta ver as cenas panorâmicas, mostrando a multidão, que não deixa margem para dúvidas.
Duvido que Serra consiga reunir 10% daquele público no Rio de Janeiro, que ficou debaixo da chuva até o fim, mesmo que Serra fizesse um comício com o céu estrelado, sem chuva e sem frio.
A campanha de Serra e o PIG (imprensa golpista e demo-tucana) ficaram com medo. Foi uma demonstração de força. Há união das lideranças políticas no Rio em torno de Dilma, há uma campanha coesa, construtiva, que tem o que mostrar. Mas há, sobretudo, apoio popular de massa.
Do Os Amigos do Presidente Lula: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/07/chora-serra-video-do-comicio-comprova-o.html
José Serra mentiu sobre o programa de AIDS
Por Dalva Teodorescu
Cinco centrais sindicais soltaram um manifesto onde diziam que o candidato José Serra teria mentido quando anunciou que a emenda vinculando o PIS/PASEP ao seguro desemprego e o Fundo de Amparo ao Trabalhador seria criação sua.
Em resposta o senador Sérgio Guerra saiu em defesa do governador dizendo que ele teria participado com outros do projeto e se enrolou todo na explicação. Não convenceu. O Estadão de hoje, claro, saiu também na tentativa de explicar o inexplicável.
Na verdade José serra gosta se apropriar de realizações que não são suas. Serra vem afirmando e convencendo até os editores do Jornal da TV Brasil de que ele criou o programa de AIDS.
Imagine. O Programa de AIDS foi criado em 1983 em São Paulo pelo médico Paulo Teixeira no governo de Franco Montoro do então MDB, com o apoio do então Secretário da Saúde João Yunes.
Em 1986 a bióloga Lair Guerra assume a coordenação do Programa Nacional de AIDS e o expande para todos os estados da federação.
Em 1991 o ministro Alcenir Guera inicia a compra de medicamentos antirretrovirais e seu sucessor o ministro Adib Jatene daria continuidade a essa compra em 1992.
Em 1996 foi aprovada a lei garantindo aos pacientes de AIDS o acesso universal ao tratamento com antirretrovirais.
No início de 1996 o ministro Adib Jatene passa a incentivar as discussões para a produção de antirretrovirais genéricos para tratamento de AIDS.
No início da gestão do ministro Carlos Albuquerque (1996-1998) teve início as primeiras consultas sobre a possibilidade de se fabricar genéricos antirretrovirais pelo laboratório Farmanguinhos.
O primeiro medicamento genérico fabricado por Farmanguinhos, o comprimido DDI, se torna disponível para os pacientes em 1998.
No final dos anos noventa, o Brasil é pioneiro entre os países em desenvolvimento no fornecimento gratuito dos antirretrovirais e assume gradualmente a liderança internacional na promoção do tratamento com antirretrovirais.
O país passa a ser uma referência para governos de países em desenvolvimento e para o movimento da sociedade civil internacional.
José Serra assume o ministério da saúde no final de 1998 quando o processo de produção de genéricos já tinha sido iniciado.
No ano dois mil, quase vinte anos depois do surgimento do primeiro programa de AIDS e de reconhecido sucesso do programa de AIDS brasileiro no âmbito internacional, a produção de antirretrovirais genéricos desencadearia o debate global sobre a propriedade intelectual dos medicamentos, que levou a um acordo internacional contido na declaração sobre patentes e saúde pública, assinada em dezembro de 2001 em Doha, Qatar, por todos os membros da OMC.
Nessa ocasião de fato José Serra era o ministro da saúde e encampou a disputa com a OMC do qual o Brasil saiu vitorioso.
Serra simplesmente deu continuidade a uma linha de trabalho adotada desde o início pelo Programa Nacional de AIDS, independente de mudanças na sua coordenadoria e da mudança de governos ao longo dos anos.
Não tem porque o candidato tucano se apropriar de 25 anos de história da AIDS. Serra mentiu sobre sua participação na AIDS como mentiu quando disse que era o criador do FAT e da vinculação do PIS/PASEP ao seguro desemprego.
Do Mulheres de Fibra: http://somosmulheresdefibra.blogspot.com/2010/07/jose-serra-mentiu-sobre-o-programa-de.html
Campanha declarada da imprensa contra petistas pode ser ilegal
Sugiro ao leitor que leia atentamente este post porque dele resultará um possível e inédito esforço da sociedade civil para combater o uso ilegal de poder econômico e de recursos públicos por empresários do setor de comunicação, em claro favor de uma facção política.
Para entender a questão que estou propondo voltemos à última terça-feira (13/7), quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o jornal O Estado de Minas em R$ 7 mil por fazer “campanha antecipada” para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
Segundo notícia vagamente reproduzida em alguns grandes portais de internet – e que as imprensas escrita, televisada e radiofônica esconderam total ou parcialmente –, “O veículo foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de publicar, em seu caderno de política, no dia 10 de abril deste ano, reportagem alusiva ao lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República”.
A denúncia do MPE foi acolhida pela ministra substituta do TSE, Nancy Andrighi, que multou o jornal mineiro.
Por certo, não é a primeira vez que um meio de comunicação é multado por fazer campanha ilegal para um candidato, mas não me lembro de outro caso igual envolvendo um veículo do porte de O Estado de Minas.
O fato supra mencionado me voltou à mente na manhã deste sábado (17/7). Como a minha filha caçula, de onze anos, está novamente internada, a fim de passar o tempo entre a noite de sexta-feira até agora, devorei vários jornais e revistas comprados na banca em frente ao hospital.
Foi aí que me veio o pensamento de que os mais eminentes órgãos de imprensa escrita estão fazendo campanha eleitoral em favor de Serra tanto quanto o Estado de Minas, só que na forma de campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT.
Impressionou-me a avaliação desses órgãos de imprensa todos juntos. É impossível ler qualquer um deles sem que a enorme dose de más notícias contra o presidente da República, contra a sua candidata e contra o partido dos dois chame a atenção do leitor.
Comprei O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo, O Globo e as revistas Veja e Época
Todos juntos continuam acusando a campanha de Dilma de ter feito dossiê contra Serra e Eduardo Jorge valendo-se do poder do governo Lula sobre a Receita Federal.
Todos juntos contam que a Sociedade Interamericana de Imprensa considerou o governo Lula antidemocrático e o acusou de atentar contra a liberdade de imprensa.
Todos juntos criticam Dilma por “guardar dinheiro debaixo do colchão”, valendo-se de declaração de bens dela à Justiça Eleitoral ao se registrar como candidata.
Todos juntos manipularam o comparecimento de público ao comício com Dilma e Lula no Rio. A Folha chegou a dizer que só mil pessoas foram ao evento, o que, lendo a matéria, descobre-se que foi o que restou de público depois de cair um temporal.
Todos juntos acusam o presidente Lula de “violar as leis” por apoiar publicamente a sua candidata, ignorando total ou parcialmente que Serra também está sendo multado por infringir a lei eleitoral.
As poucas notícias desfavoráveis a Serra, além do volume infinitamente menor delas, tampouco aparecem na primeira página ou na capa desses veículos. E aparecem bem pouco. Para cada 10 notícias ou comentários contra os petistas aparecem, no máximo, um ou dois contra os tucanos, se tanto.
Afirmo publicamente que os jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e o Globo, bem como a revista Veja, fizeram e continuam fazendo campanha escancarada para Serra e campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT fora da época permitida pela lei eleitoral.
A mera análise de um período maior de tempo revelará uma prática sistemática desses órgãos de imprensa de fazerem campanha negativa contra os petistas. É preciso trazer esses números à ordem do dia. Há que apurá-los, divulgá-los e entregá-los à Justiça.
Vale lembrar que o conceito de “campanha eleitoral negativa” surgiu recentemente, quando o sindicato dos professores paulistas, a Apeoesp, promoveu atos públicos contra o governo do Estado, o que foi considerado campanha negativa contra Serra pelo TSE, que multou o sindicato.
A sociedade civil não pode mais aceitar que a imprensa faça campanha tão descarada contra Lula, Dilma e o PT e a favor de Serra e do PSDB. A mesma Justiça Eleitoral que está punindo políticos e meios de comunicação por campanha antecipada, tem obrigação de reconhecer e punir o volume impressionante da campanha escancarada dos veículos supra mencionados.
Que fazer, diante de uma situação de afronta às leis e de verdadeira chacota por parte de uma mídia que se transformou em linha auxiliar da campanha presidencial tucana? Novamente, acho que será preciso jogar a sociedade civil em cima deles.
Só que essa ação precisa ser muito bem estudada. Até porque, dará um trabalho enorme quantificar o volume impressionante de matérias atacando Lula, Dilma e o PT. E é justamente na quantificação dessas matérias, na desproporção absurda em relação aos candidatos que está o fio da meada.
Desta forma, pretendo formar um núcleo de pessoas dispostas a colaborar com a preparação de uma reação da sociedade civil à afronta que esses grandes órgãos da imprensa escrita estão praticando contra as leis.
Estudaremos se caberá de fato ao Movimento dos Sem Mídia tomar uma atitude nessa questão. Sendo assim, quero formar um grupo de filiados ao MSM ou não para que reunamos todo o material necessário a uma medida judicial. Aceitaremos voluntários para a tarefa.
Estou entrando em contato com o setor jurídico do MSM, pedindo estudo do assunto e propondo que nossa organização se reúna talvez até com juristas independentes para melhor analisarmos as opções de reação ao abuso da imprensa escrita.
Será nesse momento que precisaremos do esforço de todos vocês para que consigamos, novamente, outros milhares de assinaturas de apoio à medida que nós, do MSM, poderemos vir a tomar conforme a natureza da análise do nosso setor jurídico.
Peço a cada uma das centenas de pessoas que acabam de se filiar à ONG que consiga apoios à possível representação ao MPE, pois esses apoios, chegando novamente aos milhares, colocarão a Justiça na obrigação de dar uma reposta séria e muito bem ponderada à propositura que lhe poderá ser feita.
Em minha visão, seria facílimo provar que Globo, Folha, Veja e Estadão estão fazendo campanha para Serra desde muito antes do permitido pela lei tanto quanto fez o jornal O Estado de Minas.
Bastará apurar o que fizeram esses veículos no decorrer deste ano. Está tudo muito bem registradinho. Claro que virão com aquela conversa de que são isentos e de que tratam todos os candidatos da mesma forma, mas será brincadeira de criança provar que é mentira.
Logo, logo voltarei ao assunto para tratá-lo em bases mais concretas. Aguardem-me.
Do blog do Eduardo Guimarães: http://www.blogcidadania.com.br/2010/07/campanha-declarada-da-imprensa-escrita-contra-petistas-pode-ser-ilegal/
A calúnia golpista da SIP contra o presidente Lula
Os jornais de hoje estampam declaração do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, Alejandro Aguirre, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não pode ser chamado de democrático”. O ataque se estende aos demais países da região que são administrados por partidos de esquerda. Esses governos, de acordo com o dirigente da SIP, “se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas”.
Certamente é importante, para os leitores, conhecer a história dessa entidade antes de julgar a credibilidade das declarações de seu principal dirigente. Fundada nos Estados Unidos em 1946, a SIP teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva da guerra psicológica que antecedeu os levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.
Orgulha-se de reunir 1,3 mil publicações das Américas, com 40 milhões de leitores. Entre seus membros mais destacados, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet
Outros jornais filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do golpe sanguinário de 1976, liderado por Jorge Videla. Aliás, suspeita-se que a dona desse último periódico recebeu como recompensa um casal de bebês roubado de seus pais desaparecidos.
A lista é interminável. O vetusto diário da família Mesquita, Estado de S.Paulo, também foi militante estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outros grupos brasileiros de comunicação, quase todos também inscritos na SIP, seguiram a mesma trilha golpista.
Os feitos dessa organização, entretanto, não são registros de um passado longínquo. Ou é possível esquecer a histeria da imprensa venezuelana, em abril de 2002, no apoio ao golpe contra o presidente Hugo Chávez? Naquela oportunidade, a SIP não deixou por menos: a maioria de seus filiados foi cúmplice da subversão oligárquica em Caracas.
Uma trajetória dessas é para deixar até o mais crédulo com as barbas de molho. Qual a autoridade dos dirigentes dessa agremiação para falar em democracia, com sua biografia banhada na lama e no sangue? O que fazem é se aproveitar dos espaços públicos sobre os quais exercem propriedade privada para conspirar, agredir e manipular.
Ainda mais quando apelam à calúnia. A imensa maioria dos veículos de imprensa no Brasil dedica-se à desabusada oposição contra o presidente Lula e seu partido. Nenhuma publicação dessas foi fechada ou censurada por iniciativa de governo. Circulam livremente, apesar de muitos terem atravessado o Rubicão que separa o jornalismo da propaganda política, violando as mais comezinhas regras de equilíbrio editorial.
As palavras do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, dessa forma, devem ser compreendidas através do código genético de Aguirre e seus pares. Hoje, como antes, atacam os governos progressistas porque desejam sua desestabilização e derrocada. Insatisfeitos com os resultados e as perspectivas eleitorais de aliados políticos, tratam de vitaminá-los com factóides de seu velho arsenal.
A história do presidente Lula, afinal, é de absoluto respeito à Constituição e à democracia. O mesmo não pode ser dito da SIP, cujas impressões digitais estão gravadas na história dos golpes e ditaduras que infelicitaram a América Latina.
*Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi
Do Opera Mundi: http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1182
Solidaridad Internacional con la lucha del pueblo panameño
Distintas organizaciones a nivel internacional han condenado la represión contra el pueblo de Bocas del Toro y se manifiestan en apoyo a la lucha del pueblo contra la Ley 30, por la libertad de Jaime Caballero, contra los procesos amañados abiertos contra dirigentes populares y sindicales y por el cese de la represión.
Entre estas organizaciones de una larga lista, podemos mencionar Comisiones Obreras, UGT, FECOMA de España y Catalunya, Corriente Roja (Co. Bas.) de España PSCC, Frente Nacional de Lucha de Guatemala, LAB de Países Vascos, CSA, AMADH de México, Frente Sindical Salvadoreño, ANEP de Costa Rica, Central Social Juanito Mora de Costa Rica, CTC (Cuba), Sinti Techa de El Salvador, Confederación de Trabajadores por Cuenta Propia (CTCP-FNT) de Nicaragua, RED SEICAP, FSM, ICM, CAD, CHAAC, INTERVIDA, Comité Mesoamérica, Campaña Regional Contra la Flexibilidad Laboral, ASEPROLA, Nuestra América, Confederación General de Trabajadores del Perú-CGTP, Fundación Pueblo Indio de Ecuador, Rebanadas de Realidad, Jubileo Sur, Diario Digital Nuestro País de Costa Rica, ALBA TV, Radio Sur, Radio Nacional de Venezuela, Voces Nuestra, Red AMARC, organizaciones diversas de Venezuela, Chile, Argentina y Brasil han brindado su apoyo, y por supuesto FRENADESO Catalunya y Kaos en la Red.
Tanto en Madrid como en Barcelona, los compañeros de CC.OO. y FECOMA efectuaron piqueteos ante la Embajada y Consulado de Panamá, respectivamente, y entregaron una nota de protesta. Se efectuaron conferencias de prensa y se entregó carta al Ministro de Relaciones Exteriores de España
FECOMA también denunció en rueda de prensa a la empresa Sacyr Valleheromos parte del consorcio Unidos por el Canal que desarrolla el proyecto de Ampliación del Canal.
Agradecemos estas inmensas muestras de solidaridad que han permitido divulgar la situación crítica que confronta el pueblo panameño en materia de represión y violaciones a los derechos humanos. Pedimos disculpas por las omisiones.
Gracias especiales a Kaos en la Red, y otras redes como Indymedia, Rebelión, Librered y otras que han permitido a los panameños informarse en esta coyuntura.
De El Webgerrillero: http://puentesurrd.blogspot.com/2010/07/solidaridad-internacional-con-la-lucha.html
A velha mídia finge que o país não mudou
Por Venício A. de Lima em 16/7/2010
Apesar de não haver consenso entre aqueles que estudaram o processo eleitoral de 1989 – as primeiras eleições diretas para presidente da República depois dos longos anos de regime autoritário –, é inegável que a grande mídia, sobretudo a televisão, desempenhou um papel por muitos considerado decisivo na eleição de Fernando Collor de Mello. O jovem e, até então, desconhecido governador de Alagoas emergiu no cenário político nacional como o "caçador de marajás" e contou com o apoio explícito, sobretudo, da Editora Abril e das Organizações Globo.
No final da década de 80 do século passado, o poder da grande mídia na construção daquilo que chamei de CR-P, cenário de representação da política, era formidável. A mídia tinha condições de construir um "cenário" – no jornalismo e no entretenimento – onde a política e os políticos eram representados e qualquer candidato que não se ajustasse ao CR-P dominante corria grande risco de perder as eleições. Existiam, por óbvio, CR-Ps alternativos, mas as condições de competição no "mercado" das representações simbólicas eram totalmente assimétricas.
Foi o que ocorreu, primeiro com Brizola e, depois, com Lula. Collor, ao contrário, foi ele próprio se tornando uma figura pública e projetando uma imagem nacional "ajustada" ao CR-P dominante que, por sua vez, era construído na grande mídia paralelamente a uma maciça e inteligente campanha de marketing político, com o objetivo de garantir sua vitória eleitoral [cf. Mídia: teoria e política, Perseu Abramo, 2ª. edição, 1ª. reimpressão, 2007].
2010 não é 1989
Em 2010 o país é outro, os níveis de escolaridade e renda da população são outros e, sobretudo, cerca de 65 milhões de brasileiros têm acesso à internet. A grande mídia, claro, continua a construir seu CR-P, mas ele não tem mais a dominância que alcançava 20 anos atrás. Hoje existe uma incipiente, mas sólida, mídia alternativa que se expressa, não só, mas sobretudo, na internet. E – mais importante – o eleitor brasileiro de 2010 é muito diferente daquele de 1989, que buscava informação política quase que exclusivamente na televisão.
Apesar de tudo isso, a velha mídia finge que o país não mudou.
O CR-P do pós-Lula
Instigante artigo publicado na Carta Maior por João Sicsú, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do IPEA e professor do Instituto de Economia da UFRJ, embora não seja este seu principal foco, chama a atenção para a tentativa da grande mídia de construir, no processo eleitoral de 2010, um CR-P que pode ser chamado de "pós-Lula".
Ele parte da constatação de que dois projetos para o Brasil estiveram em disputa nos últimos 20 anos: o estagnacionista, que acentuou vulnerabilidades sociais e econômicas, aplicado no período 1995-2002, e o desenvolvimentista redistributivista, em andamento. Segundo Sicsú, há líderes, aliados e bases sociais que expressam essa disputa. "De um lado, estão o presidente Lula, o PT, o PC do B, alguns outros partidos políticos, intelectuais e os movimentos sociais. Do outro, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), o PSDB, o DEM, o PPS, o PV, organismos multilaterais (o Banco Mundial e o FMI), divulgadores midiáticos de opiniões conservadoras e quase toda a mídia dirigida por megacorporações".
O que está em disputa nas eleições deste ano, portanto, são projetos já testados, que significam continuidade ou mudança. Este seria o verdadeiro CR-P da disputa eleitoral para presidente da República.
A grande mídia, no entanto, tenta construir um CR-P do "pós-Lula". Nele, "o que estaria aberto para a escolha seria apenas o nome do ‘administrador do condomínio Brasil’. Seria como se o ‘ônibus Brasil’ tivesse trajeto conhecido, mas seria preciso saber apenas quem seria o melhor, mais eficiente, ‘motorista’. No CR-P pós-Lula, o presidente Lula governou, acertou e errou. Mas o mais importante seria que o governo acabou e o presidente Lula não é candidato. Agora, estaríamos caminhando para uma nova fase em que não há sentido estabelecer comparações e posições (...); não caberia avaliar o governo Lula comparando-o com os seus antecessores e, também, nenhum candidato deveria (ser de) oposição ou situação (...); projetos aplicados e testados se tornam abstrações e o suposto preparo dos candidatos para ocupar o cargo de presidente se transforma em critério objetivo".
Sicsú comenta que a tentativa da grande mídia de construir esse CR-P se revela, dentre outras, na maneira como os principais candidatos à Presidência são tratados na cobertura política. Diz ele: "a candidata Dilma é apresentada como: ‘a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata à Presidência’. Ou ‘a candidata do PT Dilma Rousseff’. Jamais (...) Dilma (é apresentada) como a candidata do governo (...)". Por outro lado, "Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, mas sim como candidatos dos seus respectivos partidos políticos. Curioso é que esses mesmos veículos de comunicação, quando tratam, por exemplo, das eleições na Colômbia, se referem a candidatos do governo e da oposição".
Novos tempos
Muita água ainda vai rolar antes do dia das eleições. Sempre haverá uma importante margem de imprevisibilidade em qualquer processo eleitoral. Se levarmos em conta, no entanto, o que aconteceu nas eleições de 2006, o poder que a grande mídia tradicional tem hoje de construir um CR-P dominante não chega nem perto daquele que teve há 20 anos. E, claro, um tal CR-P não significaria a eleição garantida de nenhum candidato (a).
O país realmente mudou. A velha mídia, todavia, insiste em "fazer de conta" que tudo continua como antes e seu poder permanece o mesmo de 1989. Aparentemente, ainda não se convenceu de que os tempos são outros.
Do Observatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=598JDB017
POR EL RESCATE DE LA CULTURA AFROAMERICANA
Material extraído del libro" Leyendas, mitos y tradiciones de la Banda Oriental" del historiador Gonzalo Abella Betum San Ediciones
Estoy segura que si hacemos una encuesta callejera y preguntamos por ANSINA, tanto adultos como niños nos responderian que ANSINA ERA UN NEGRO QUE LE CEBABA MATE A ARTIGAS, muchas veces no puedo evitar preocuparme y en este caso ocuparme de mi pequeño aporte al rescate de nuestra cultura, porque ademas de etnocidio y genocidio me atrevo hablar de culturicidio.
Duro destino el de los afroamericanos. Si Joaquín Lencina no hubiera nacido negro nadie hubiera puesto en duda la veracidad de las recopilaciones que Hammerly Dupuy hiciera de sus poemas, y éste mismo gozaría de mayor celebridad en la historiografía uruguaya por devolvernos una fuente esencial para saber más de nosotros mismos.
Ansina aprendió a leer y escribir en lenguas europeas castizas, pero hablaba el lenguaje gaucho de su época y de su pago. Quiero decir que no escribía como hablaba. Términos guaraníes, charrúas, bozales, portugueses, españoles arcaicos y hasta quíchuas eran comunes en el habla rural de la Banda Oriental y el Entre Ríos, en diferente proporción en cada paraje. El mundo gaucho era a la vez fusión y coexistencia fraterna de las culturas discriminadas.
Al nacer el siglo XIX Ansina cumple 40 años. Por entonces, debilitados los lazos regulares de estas tierras con España por las guerras en el Viejo Continente, las instituciones coloniales creadas por la Reforma Borbónica viven una puja interna entre tres fuerzas que pugnan por su control, con desiguales posibilidades: los monárquicos, los independentistas urbanos y los partidarios de la participación de las culturas discriminadas y oprimidas en la administración de sus propios asuntos. Entre los exponentes de esta tercera corriente están algunos sacerdotes radicales, Artigas y Ansina.
La historia de estos años es un juego de ajedrez en que las tres cosmovisiones enfrentadas procuran mover sus piezas en el tablero americano ocupando posiciones de poder; todavía no se plantea el jaque al Rey, sino que cada cual prepara sus fuerzas. Las cabezas jerárquicas (obispos, virreyes y gobernadores) son en general leales al Rey; allí no hay lucha. En cambio el forcejeo silencioso de realistas con logias urbanas y culturas discriminadas se da en otros espacios de poder que también son claves: el bajo clero, los cabildos locales y la oficialidad con mando directo de tropa.
¿Era Ansina un líder religioso y espiritual? En su poesía nos da algunas claves para reflexionar. "Sólo Artigas sabe hacia dónde voy", afirma, lo cual desmiente claramente el papel explícito de edecán-sirviente que le atribuye la Historia Oficial.
En su último poema conocido se proclama cristiano y dice que muy pocos siguen el verdadero mensaje de Jesús, y por otra parte añade que él "nuca adoró dioses sentados". Esta curiosa afirmación me llevó a consultar a expertos en animismo africano. Se me explicó que los dioses imperiales mucha veces aparecen sentados en tronos, mientras que los espíritus que están cerca del pueblo caminan junto a él.
Al excluir a los "dioses sentados" entre los objetos de su culto, Ansina no renuncia a todo el animismo africano, más bien toma partido dentro de él por los espíritus solidarios y caminantes. Esta hipótesis que sostengo se adecua además al contexto en que Ansina vivió, especialmente a la cosmovisión de resistencia de los afrobrasileños entre los que se terminó de formar su fuerte personalidad.
Tampoco es de extrañar la cautela de Ansina en sus versos escritos en el Paraguay; allí es parte de un grupo exiliado, sobreviviente de un proyecto federalista y multicultural que no coincide en sus métodos con el proyecto del gobierno paraguayo. Por ello, los poemas de sus últimas décadas son sobre todo de evocación, para guardar la memoria de aquella gesta hoy derrotada pero en espera de tiempos mejores que -él fue convenciéndose de ello- ya no vería con sus ojos debilitados ni viviría para esperarlos.
No sería de extrañar tampoco que el conjunto de los orientales artiguistas le hayan encomendado a Ansina esa misión testimonial. Eso explicaría el celo de Ledesma por guardar los manuscritos en los años terribles de la Triple Alianza y quizás vinculen a Ansina con Lorenzo Ponchito y sus misteriosos papeles guardados en un buche de ñandú.
En cuanto a mí, he tratado de relacionar varias líneas de investigación para hacer un aporte a este fascinante patrimonio documental. Básicamente ellas han sido:
- La revisión crítica de los textos de Ansina en la única versión que disponemos, o sea la del propio Hammerly.
- El aporte que me ha brindado el Movimiento Unificado Negro do Brasil gracias a los contactos de este movimiento con Mundo Afro especialmente durante 1997; así pude reconstruir la vida y las conspiraciones afroamericanas en los ingenios paulistas donde Ansina vivió.
- Los vínculos continentales y extracontinentales del movimiento de resistencia afroamericano, desde Palmares y Cartagena de Indias hasta el siglo XIX.
- Las características de la Banda Oriental rural en los siglos XVIII y XIX, tierra difícil de controlar, refugio de perseguidos, pradera de contrabando y frontera oceánica, es decir, privilegiado lugar de circulación informativa.
- El ajedrez político que empiezan a jugar las culturas discriminadas que pasan de la fase de cooperación ingenua con el invasor a la fase de resistencia armada y luego a una combinación de métodos de lucha, integrando sociedades de resistencia, multiplicando contactos y redes solidarias, enmascarando sus ritos y procurando que su gente o sus aliados ocupen puestos claves en cabildos locales, fuerzas armadas y aún en el bajo clero.
- Los aportes de Marina Machado en San Gregorio de Polanco y los de antiguos vecinos de la ciudad de Artigas sobre la historia de los Lencina, vinculados a San Eugenio del Cuareim, así como los descendientes de Manuel Antonio Ledesma en el Paraguay, especialmente en Guarambaré y San Lorenzo.
- La memoria de los ancianos de Camba Cuá en el Paraguay.
A partir de todo ello reconstruyamos hasta donde hoy se puede la vida de Joaquín Lencina
Do blog da Elaine Castro: http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/por-el-rescate-de-la-cultura