7.11.07

Pizzas

Estou impressionado com a benevolência das ditas forças vivas e da mídia de nossa querida província. Em outros tempos, diga-se de passagem, melhores que esses, ocorrências de menor importância que aquelas que hoje em dia ocorrem, eram tratadas como escândalos e outras “cositas mas”.
Lamentável !

EDUTUR

E a empresinha de turismo ? Que beleza, não ? Vai gostar de viajar lá longe !
É obvio, que passado o barulho inicial, isso não vai dar em nada. Afinal, o próprio recado enviado pela mídia nessa quarta-feira, já deixa isso claro.
“A secretária manifestou ao prefeito o seu desejo de que não restem dúvidas sobre os procedimentos adotados pela pasta em relação a viagens destinadas à participação de servidores em eventos científicos e culturais” diz o release da assessoria de imprensa do alcaide. Quá quá quá quá quá .... Sempre os mesmos ?

O golpe do BB

Belo golpe está dando o Banco do Brasil sobre os bolsos dos nossos mal remunerados servidores municipais. E o pior que ninguém fala nada. Com exceção de um ou outro vereador e de pequenas notas na imprensa, é como não estivesse acontecendo nada. Voltarei ao assunto.

29.10.07

Zeca Baleiro e o relógio do Huck

Apesar de quase esgotado o assunto, vale a pena, para aqueles que ainda não o fizeram, ler o artigo de Zeca Baleiro sobre o Rolex do Huck

O rolo do Rolex

No início do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então.
Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação. Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto.
Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal. Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos".
Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime. Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração. E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas.
Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido.
Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]".
A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio -desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja", notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático. Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso. Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate. Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só -uma luta de classes cruel e sem fim.
JOSÉ DE RIBAMAR COELHO SANTOS, 41, o Zeca Baleiro, é cantor e compositor maranhense. Tem sete discos lançados, entre eles, "Pet Shop Mundo Cão"

26.10.07

Notas da sexta

SUBVERSIVOS ANÔNIMOS

Hoje, antes da cervejinha da sexta, às 7 da noite, lá na Jalovi Altos, que fica na rua Antonio Alves, 22-75, o Pedroso estará lançando seu novo livro: “Subversivos Anônimos”, aque custa R$ 32,00 e pode também ser encomendado pelo e-mail chinelo neles@hotmail.com, pelos telefones (14) 9701-6861 ou (14) 3227-0944 ou ainda pelo site www.all printeditora.com.br.
Já estou com meu exemplar, e garanto que vale a pena ser lido.

MASSAS

Muito engraçada essa história da farinha de trigo e do fermento comprado pela Prefeitura, não ? Vamos deixar comprado para o caso de risco de desabastecimento do mercado ? Nossa !!!
E esses pãezinhos a R$ 4,70 o quilo ? Tudo é muito misterioso.
Alias, estão me garantindo que o mistério vai aumentar quando vierem a público algumas outras compras feitas pela mesma área.

19.10.07

Quem manda ? No que ?

E não é para dar risada ?
Enquanto o alcaide fecha as regionais, ação descabida que serviu para, entre outras coisas, cortar um dos espaços de contato entre a poulação e o governo; um de seus subordinados cria agência em bairro com a justificativa, correta aliás, de que é preciso estreitar o relacionamento com a comunidade.
Durma-se com um barulho desses !!!!

17.10.07

Comandante Che Guevara

Carlos Drummond de Andrade

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.
A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci. Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar.
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo. Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!

Estamos voltando

Após um longo e tenebroso inverno, incentivado pelo novo blog do Bruno e pela constante atividade do Chinelo, vou tentar voltar a fazer minhas atualizações com mais constância, dando, ao meu modo, os pitacos sobre a vida desta eterna província.

8.8.07

Khalil Gibran

"A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode revelar-te.

Portanto, se quiseres compreendê-la, não escutes o que ela diz, mas antes o que não diz."

27.7.07

DO BLOG DO PAULO HENRIQUE AMORIM

“ELITE NÃO ENGOLE LULA, COM OU SEM JOBIM”

O diretor-adjunto da revista Carta Capital, Mauricio Dias, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quarta-feira, dia 25, que a tentativa de Lula de fazer uma composição à direita com Nelson Jobim é inútil
.
Segundo Mauricio Dias, Lula é intragável para a direita. “E terminada essa crise nos aeroportos, essa tragédia lamentável com o avião da TAM, vão procurar outra. Vão cavar asfalto para encontrar minhoca”, disse Dias.

Mauricio Dias disse que a imprensa tem um problema político com Lula: fazer com que Lula não seja um eleitor importante em 2010, já que ele foi eleito em 2006, mesmo com a ação contrária da mídia, conforme mostrou um estudo do Iuperj. “Se a mídia não queria o Lula em 2006, não vai querer que o Lula influencie a eleição de 2010. O jogo é esse”, disse Dias.

Mauricio Dias disse que o Ministro Waldir Pires era visivelmente rejeitado pelos militares em função do DNA político dele. “O Ministro Waldir Pires foi um homem do Governo João Goulart, que sofreu um golpe dos militares em 1964”, disse Mauricio Dias.

Segundo Dias, Pires foi o primeiro Ministro da Defesa que fez um esforço e que conseguiu colocar os militares sob o comando civil. “Porque não se pode esquecer em momento algum que o poder é civil”, disse Mauricio Dias.

Dias disse também que teve contato com vários militares que passaram pelo poder e que eles não engoliam a presença do Ministro Waldir Pires, porque foi de um governo constitucionalmente eleito e golpeado em 1964.

Leia a íntegra da entrevista com Mauricio Dias:

Paulo Henrique Amorim – Eu vou conversar agora com Maurício Dias que é diretor ajunto da revista Carta Capital. Como vai Maurício, tudo bem?

Mauricio Dias – Tudo bem, Paulo.

Paulo Henrique Amorim – Maurício, como você analisa a decisão do presidente Lula de indicar o ministro Nelson Jobim para Ministro da Defesa, você que tem uma longa experiência de análises políticas.

Mauricio Dias – Paulo esse é mais um esforço, e eu anteciparia dizendo um esforço inútil, de fazer uma composição à direita. A verdade é que o Lula é intragável para a elite brasileira e, terminada essa crise, essa crise nos aeroportos, a tragédia lamentável com o avião da TAM, vão procurar outra, vão cavar asfalto para encontrar minhoca. Não adianta, no caso, você vê, saiu o ministro Waldir Pires que era visivelmente rejeitado pelos militares em função do DNA político dele, o ministro Waldir Pires foi um homem do governo João Goulart que sofreu um golpe dos militares em 1964. E eu tive vários contatos inclusive com alguns comandantes da Aeronáutica que inclusive passaram recentemente pelo poder e evidentemente que eles não engolem a presença do ministro Waldir Pires porque ele foi de um regime... de um governo constitucionalmente eleito golpeado militarmente em 1964.

Paulo Henrique Amorim – Agora, vão engolir o Nelson Jobim?

Mauricio Dias – Eu acredito que o ministro, ex-ministro, quer dizer o ministro aposentado do Superior...

Paulo Henrique Amorim – Do Supremo.

Mauricio Dias – Do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, é mais palatável, muito mais palatável. Evidentemente que é um homem...

Paulo Henrique Amorim – Ministro de Fernando Henrique Cardoso.

Mauricio Dias – De Fernando Henrique Cardoso, começou no PMDB, teve um papel ali muito interessante até...

Paulo Henrique Amorim – Na Constituinte.

Mauricio Dias – Exatamente. Mais depois, enfim, a partir daí ele se aproximou dos tucanos, enfim, e serviu ao governo Fernando Henrique. É uma tentativa clara que fazer uma composição mais conservadora do governo, à direita. Mas não adianta, não adianta. Isso tem sido uma constante no governo que tem recuado muito, recuado em certas coisas fundamentais e alguns dos seus ministros fazem um esforço impressionante e lamentável de se tornarem palatáveis para esse pessoal que não perdoa e é implacável. Eu me lembro aqui de uma frase do ex-ministro Palocci, quando ele entrou, a Mira passou para ele, “não adianta ser cordato e amável com esse pessoal”. Ele pagou na pele quando chegou a vez dele pagar. Enfim, não adianta, não é cedendo esse espaço político que...

Paulo Henrique Amorim – O que que o Lula, na sua opinião deveria ter feito?

Mauricio Dias – Paulo, veja bem, primeiro eu acho que havia em choque, essa rejeição ao ministro Waldir Pires, que é um homem íntegro, a um homem inclusive cordato. É evidente que tem uma crise aí e não há registro na história da humanidade de que um governo que tem uma crise e olha para o lado onde a crise está havendo e corta a cabeça do mais visível, que é o ministro Waldir Pires. Resistiu, resistiu, resistiu, mas chegou a um ponto, levou para o sacrifício. A questão é a seguinte, é muita ingenuidade, ou má fé, supor que o problema que está havendo nos aeroportos é responsabilidade do ministro Waldir Pires, então é claro que me parece, me parece uma situação muito parecida, muito semelhante a dos clubes de futebol, há um desarranjo ali por variadas razões, os melhores jogadores estão machucados... enfim, há algum problema e você pega o técnico...

Paulo Henrique Amorim – Um grande número faz corpo mole também, não é?

Mauricio Dias – Exatamente.

Paulo Henrique Amorim – Aquele pessoal que joga naquele time do PT de São Paulo faz corpo mole.

Mauricio Dias – Exatamente. Então, enfim, você pega e troca o técnico. Mas o problema não desaparece. É evidente que existe problemas na da aviação comercial grave. É claro também que as empresas forçaram a situação em Congonhas, inaceitável e todos os governos, esse e os anteriores acabaram cedendo às pressões e que evidentemente se existe uma tragédia, nesse momento, aérea era Congonhas, realmente estava superlotado estava, enfim. Essa decisão de fazer dali o aeroporto de... o eixo da aviação comercial para outros setores do país com a queda da aviação regional isso é evidente que criou problemas, claro. Agora isso não é, eu me lembro muito de uma frase do Nelson Rodrigues subdesenvolvimento, que dizia assim, “subdesenvolvimento é uma obra de séculos”. Esse problema que está acontecendo não é uma obra de agora é uma obra de décadas.

Paulo Henrique Amorim – Agora, deixa eu te perguntar uma coisa, e com relação à crise da mídia que, evidentemente com exceção da revista Carta Capital de que você é diretor, a crise da mídia está, evidentemente, partidarizada. Como é que você explica que o governo Lula não reaja a isso?

Mauricio Dias – O governo Lula tem uma, setores do governo Lula tem a impressão, pelo menos até há não muito tempo atrás, de que a mídia recuaria da posição que ela adotou, por exemplo para ficar num momento mais notório, na eleição do ano passado. Uma eleição onde já existem estudos comprovados do instituto Doxa, ligado ao Iuperg, um instituto que não tem nenhum vínculo partidário com o PT, que mostra como é que a imprensa se comportou naquele momento. Muito bem, e isso prosseguiu. Agora, houve um momento, ainda há em setores do governo uma crença de que a imprensa vai recuar e a imprensa não vai recuar porque aí soma-se, inclusive, problema político e problema de preconceito. Por exemplo, qual é o problema político? É claro que o presidente Lula disso de hoje é um eleitor fundamental em 2010, fundamental em 2010. Então é preciso fazer sangrar, sangrar, sangrar... A quem não interessa que o presidente Lula seja um grande eleitor em 2010? Procure essa resposta e você vai procurar, você vai entender um pouco o comportamento da mídia. Se a mídia não queria o Lula em 2006 não vai querer que o Lula influencie a eleição de 2010.

Paulo Henrique Amorim – Deixa eu te perguntar uma coisa, o jornal Valor de hoje publica uma reportagem dizendo que o presidente Lula procura se aproximar do governado José Serra e fazer um acordo para evitar a oposição de Serra especificamente no caso da crise aérea. Como é que você interpreta, se essa especulação, se essa informação for verdadeira?

Mauricio Dias – Não, eu acho que o presidente Lula tem procurado a aproximação com José Serra. E tem procurado também com o governador Aécio, que são dois que estão falando aí que são dois candidatos em potencial do PSDB para 2010. Só que tem que hoje o governador Aécio, de Minas, tem uma aliança amada, potencial com o ex-governador Alckmin. Ou seja, e se você olhar para o lado governista você não tem muito claro ainda, ou aliás não é nada claro, de qual vai ser o jogo do PT e do presidente Lula na eleição de 2010. O Lula está tentando fazer aquela política pendular entre o governador Serra e o governador Aécio para tirar alguma vantagem nisso, coisa que o doutor Getúlio Vargas fazia com muita eficiência e fez durante a Segunda Guerra, entre os aliados e os alemães e acabou arrancando para a gente, para o país, a Companhia Siderúrgica Nacional. Enfim, a política pendular. O Lula está fazendo uma política pendular. Porque não há um candidato do PT visível, não há um candidato da base governista visível. A revista Carta Capital publicou essa semana uma projeção da eleição de 2010 que deve ser vista com muitas reservas porque é muito precário você analisar...

Paulo Henrique Amorim – É muito cedo.

Mauricio Dias – E muito cedo. Mas de qualquer forma você tem ali uma coisa muito interessante. Individualmente, se a eleição fosse hoje, o Governador José Serra seria o mais votado e individualmente, se você olhar o voto, porque foi testado o nome do deputado Ciro Gomes e o nome da Ministra Marta Suplicy. A soma do Ciro com a soma da Marta, que é a base do Governo dá mais que a votação do Governador Serra. Ou seja, projeta uma disputa muito árdua. E quem está no poder, evidentemente, tem muita influência nisso, que é o Presidente Lula. Então a questão continua fazer o Governo sangrar e Lula sangrar até chegar em 2010. Terminada essa crise dos aeroportos e todos nós torcemos para que isso se restabeleça o mais rápido possível...

Paulo Henrique Amorim – Como consumidores, antes de qualquer coisa.

Mauricio Dias – Exatamente. Vai surgir outras, não tenha dúvida. Porque tem sido assim, uma sucessão de crise atrás de crise.

Paulo Henrique Amorim – Você que já viu muita água por baixo da ponte, você já viu a mídia brasileira tão unida e tão feroz?

Mauricio Dias – Nunca! Nunca! Teve um momento que houve uma aproximação disso, foi em 64, exatamente, quando a mídia toda apoiou o golpe de 64. Inclusive alguns arautos aí hoje da liberdade de imprensa apoiaram o golpe e acabaram, enfim, tendo um papel...

Paulo Henrique Amorim – Estadão, O Globo, a Folha, todos eles...

Mauricio Dias – Todos eles. Mas houve um acordo. Há um livro maravilhoso de uma americana mostrando que houve um pacto naquele momento para que o golpe se desse de uma maneira consensual. E só depois, quando veio o AI-5 é que começou haver uma...

Paulo Henrique Amorim – Você se lembra o nome desse livro, dessa professora?

Mauricio Dias – Paulo, não me lembro. Mas é publicado pela Editora da Fundação Getúlio Vargas.

Paulo Henrique Amorim – Nós vamos atrás disso para ajudar aos nossos internautas.

Mauricio Dias – É um livro muito interessante. É um livro que mostra o acorde que foi feito com a imprensa naquele momento.

Paulo Henrique Amorim – Haveria um acordo hoje? Ou não precisa?

Mauricio Dias – Paulo, não precisa. Quer dizer, não precisa explicitar. Os gregos têm uma expressão chamada agrafa dogmata, que é a lei não escrita, é o acordo não escrito.

Paulo Henrique Amorim – (risos)... Mauricio, você está impossível...

Mauricio Dias – (risos)... É que eu vi so “300 de esparta”.

Paulo Henrique Amorim – (risos)... Bom, em resumo, você acha que essa escolha do Nelson Jobim não resolve o problema...

Mauricio Dias – Não vai resolver, não vai resolver. Olha aqui, vou fazer uma impropriedade aqui: se a questão da crise fosse substituir o Ministro Waldir Pires, o Presidente Lula já devia ter feito isso há muito tempo. Evidentemente que não é isso. Não é possível, você está entendendo. Há vários fatores. Agora, o Ministro Waldir Pires é rejeitado pelos militares claramente. Tem toda má vontade com ele. E ele, anote isso, é importante: ele é o primeiro Ministro da Defesa que tenta efetivamente, que fez um esforço e que conseguiu em parte botar os militares sob o comando civil. Porque não se pode esquecer, Paulo, em momento nenhum, que o poder é civil. Malgrado surgir algumas pessoas como o Ministro Olympio Pereira da Silva Júnior, do Superior Tribunal Militar, em palavras pobres, pregar um golpe, alguma reação dos militares. Mas eu queria deixar claro aqui o seguinte: o Superior Tribunal Militar é apenas um cemitério de generais reformados. Não tem nenhuma importância na ordem das coisas e na seqüência desse raciocínio o Ministro Olympio não tem importância nenhuma.

Paulo Henrique Amorim – Muito obrigado Mauricio.

Mauricio Dias – Um abraço, Paulo.
Leia mais em:

http://conversa-afiada.ig.com.br/

25.7.07

Deu no Blog do Mino

O ano que não quer calar

Clovis Rossi escreve hoje na Folha de S.Paulo: "Se um país é incapaz de segurar um avião na pista, vai segurar o quê?"
Sinto que o jornalista, seus parentes e seus colegas regozijaram-se com a imagem, e imaginei cento e oitenta milhões de brasileiros agarrados à cauda de um Airbus.
Ainda assim, mesmo entregue ao mais empenhado e solidário esforço para apreciar a veia literária de Clovis Rossi, receio que país algum tenha condições de segurar um avião.
O texto consta de um edificante apanhado elaborado pelo site da Carta Maior com o intuito de demonstrar a sanha golpista da mídia nativa, com o adendo da fala recente de um ministro do Superior Tribunal Militar, Olympio Pereira da Silva Junior, segundo quem, diante da conjuntura,"pessoas de bem vão se pronunciar como já fizeram em um passado não muito distante". Até um paralelepípedo percebe a referência ao golpe de 1964.
Sublinho que ontem, ao entrevistar Cassandra pelo telefone (atualmente ela mora em Corinto, deixou Tróia faz tempo), não me escapou toda a sua preocupação com a crise aérea e suas conseqüências. A filha de Priamo fareja clima de golpe, mas tendo a tomar os vaticínios de Cassandra como resultado do seu monumental mau-humor. De todo modo, o ministro do STM falava na entrega dos espadins aos alunos das academias militares, neste mês. E a estes disse que os tais cidadãos de bem, "vão se apresentar" e "aí sim, as coisas vão mudar, o sol da democracia e da Justiça brasileira vai voltar a brilhar".
Carta Maior não deixa de registrar editoriais do Globo e do Estadão, e, obviamente, a coluna de Dora Kramer. Textos que ecoam, sem surpresa para mim, páginas e pronunciamentos de quarenta e cinco, quarenta e quatro anos atrás. Aqui, no meu cantinho, resisto na crença de que os tempos mudaram. Acho que 1964, aquela tragédia, sem descurar de certos toques de comédia (o que torna o desastre ainda maior), hoje ficaria entre a farsa e a ópera bufa. Com a colaboração de scriptwriters extraordinariamente vocacionados para o gênero.
Há um caldo de cultura perigoso formando-se no ambiente político brasileiro.

24.7.07

"Chega ou basta" e "Cansei"

Golpe em andamento

Falta muito pouco para "intelectuais", jornalistas, empresários e publicitários lancarem a campanha para derrubar o presidente Lula, como informa a colunista Mônica Bergamo:
'Um grupo formado por jovens empresários da Fiesp, por pessoas ligadas a artistas, como Jesus Sangalo, irmão da cantora Ivete Sangalo, por publicitários como Sérgio Gordilho, da agência África, de Nizan Guanaes, e por empresários como João Doria reuniu-se na semana passada para discutir o lançamento de um movimento cujo slogan será "Cansei!" ou "Chega e basta!". "Não somos contra ninguém. Somos a favor do Brasil", diz o empresário Marcos Haddad, dos jovens empresários da Fiesp.

Uma segunda nota

Além de peças publicitárias com o slogan que poderiam ser divulgadas em TVs, jornais e internet, Haddad diz que o grupo planeja ações.
"As pessoas, por exemplo, poderiam, num dia determinado, sair de seus locais de trabalho e tomar as ruas como forma de protesto e homenagem às vítimas do acidente da TAM."
O movimento quer também protestar contra a violência e o baixo crescimento do país.

Revivendo 64

Dois editoriais publicados no jornal Correio da Manhã e JB:"Chega!""Basta!", ganharam as ruas no dia 30 de março daquele ano. Exceto a Última Hora, todo o imprensalão da época - inclusive os democratas radicais Folha, Estadão e O Globo - apoiaram e foram decisivos para a consolidação do golpe, que em nome da "liberdade" nos condenou a 21 anos de ditadura. Falta marcar a marcha com Deus. O resto do roteiro está pronto. O golpe já está em andamento. Só não vê quem não quer.

1.7.07

DIREITA VOLVER!

Sempre tive a certeza que parte dessa tão propalada esquerda de Bauru era fajuta. Dito e feito.

Finalmente resolveram mostrar a cara e juntar-se com os golpistas de 64. CCC, MAC e FAC revivem em Bauru.

Vixe! Sai satanás! Tô fora!

26.6.07

Coisas da imprensa 5

Diferentes maneiras de contar a mesma história

A História de Chapeuzinho Vermelho na Imprensa

*JORNAL NACIONAL*

(William Bonner): "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...".

(Fátima Bernardes): "... Mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia".

*FANTÁSTICO*

(Glória Maria): "... Que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"

*CIDADE ALERTA*

(Datena): "... Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não."

*REVISTA VEJA*

"Lula sabia das intenções do lobo".

*REVISTA CLÁUDIA*

"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho".

*REVISTA NOVA*

"Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama".

*REVISTA MARIE-CLAIRE*

"Na cama com o lobo e a vovó".

*FOLHA DE S. PAULO*

Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

*O ESTADO DE S. PAULO*

"Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT."

*ZERO HORA*

"Avó de Chapeuzinho nasceu no RS".

*AQUI*

"Sangue e tragédia na casa da vovó".

*REVISTA CARAS *

(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa".

*PLAYBOY*

(Ensaio fotográfico no mês seguinte) "Veja o que só o lobo viu".

*REVISTA ISTO É*

"Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente."

*G MAGAZINE*

(Ensaio fotográfico com lenhador) "Lenhador mostra o machado


15.6.07

Mais coisas da imprensa

"Dezenas de automóveis trafegaram pelo centro da cidade, tocando suas buzinas, em sinal de alegria pela vitória da democracia em todo o País. As estações de rádio e televisão, que estavam sob censura, iniciaram suas transmissões normais, pouco depois das 17 horas. Os contingentes de fuzileiros navais que ocupavam as redações de alguns jornais, foram recolhidos aos quartéis. Por volta das 17,15, o Forte de Copacabana anunciava, com uma salva de canhão, a aproximação das tropas do general Amauri Kruel, que atingiria o Estado da Guanabara às últimas horas da noite de ontem. A população de Copacabana saiu ás ruas, em verdadeiro Carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento. (...)
" O Dia, 2 de abril de 1964

13.6.07

Coisas da imprensa 3

"Quem chegasse às 8h30m da noite de ontem ao Edifício do Jornal e da Rádio Jornal do Brasil não poderia entrar pois encontraria na porta, metralhadora em punho, um fuzileiro naval. E se olhasse pela parede de vidro dos estúdios da Rádio teria a impressão de assistir a um filme de gangsters: quatro outros fuzileiros, comandados pelo Tenente Arinos, moviam-se como gorilas pelo estúdio, seus movimentos tolhidos pelas metralhadoras que ameaçavam microfones, painéis de instrumentos e os funcionários, estupefatos com aquela irrupção de selvajaria tecnológica em plena Avenida Rio Branco. Era o Brasil regredindo ao estado de republiqueta latino-americana. Os fuzileiros navais, ao chegarem, dispararam dois tiros para o ar diante do prédio e entraram de metralhadoras em punho, pistolas na cinta, até o 5o andar. " " Quem estimula a indisciplina de marujos e fuzileiros e depois os transforma em bandidos e em seguida em pobres diabos pilhados em flagrante? A partir de 13 de março o Sr. João Goulart tem injuriado muitos, em muito pouco tempo. Agora, ao que tudo indica, já lhe resta muito pouco tempo para injuriar quem quer que seja."
Jornal do Brasil, 1 de abril de 1964

12.6.07

Coisas da imprensa 2

"Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.(...)"
O Globo, 2 de abril de 1964

11.6.07

Coisas da Imprensa

Jornal do Brasil, 14 de março de 1964
"O ex-governador gaúcho pregou a necessidade de uma saída pacífica para "este impasse a que chegamos", sugerindo "uma Constituinte para a eleição de um Congresso popular, um Congresso onde se encontrem trabalhadores e camponeses, onde se encontrem muitos sargentos e oficiais nacionalistas. Em Brasília, os líderes oposicionistas Bilac Pinto e Pedro Aleixo consideraram subversivas e violadoras da lei as palavras do Sr. Leonel Brizola, estranhando que os Ministros militares, presentes ao palanque da Praça Cristiano Otôni não o houvessem preso em flagrante. O Sr. João Goulart considerou "bom" o discurso do ex-governador gaúcho. (...)"

2.6.07

Choram os golpistas

Recebi, concordo e repasso

"Crise da RCTV mobiliza Venezuela", diz o título principal da página 42 do Globo de domingo passado.
Em reportagem de página inteira assinada por Cristina Azevedo, o jornal chora a não renovação da concessão da RCTV pelo governo venezuelano, que terminou na meia-noite do sábado.
Até aqui, nenhum problema. Ninguém é obrigado a concordar com a medida do governo Chávez. Acontece que O Globo não é sincero com seus leitores: em vez de esclarecer que a emissora participou ativamente do golpe de Estado contra Hugo Chávez, em 2002, o jornal prefere dizer que "a emissora é acusada de ter participado do golpe". Na mesma página, há um quadro que beira o ridículo. Sob o título "O destino interrompido de 'Mi prima Ciela'" e a foto de cinco personagens da novela, O Globo passa a narrar uma cena do programa e avisa que centenas de fãs telefonaram para saber o que aconteceria com a personagem principal caso a novela chegasse ao fim: "Ela morre no final?", pergunta um dos telespectadores. Isso é grave. Muito grave. Saber se prima Ciela morre no final da novela é realmente fundamental para os destinos da República. De qualquer República. Pena que Hugo Chávez não pense assim!
Seu governo acredita que a empresa descumpriu as leis do país e que não mereceu ter a concessão renovada. Ou ninguém sabe que televisões e rádios são concessões púlicas, que podem ou não serem renovadas?Em seu lugar passará a funcionar um canal popular produzido pelo povo venezuelano. Há quem diga se tratar de um passo firme rumo à democratização dos meios de comunicação, algo que, inclusive, está previso em nossa Constituição.
Certamente essa não é a opinião do jornal que no dia 1º de abril de 1964 foi às bancas com a manchete: "Fugiu Goulart e democracia está sendo restabelecida".

28.5.07

Solo le pido a Dios

Eu só peço a Deus

(Solo le Pido a Dios)

Leon Gieco Raul Elwanger



Eu só peço a Deus

Que a dor não se seja indiferente

Que a morte não me encontre um dia

Solitário sem ter feito o que eu queria



Eu só peço a Deus

Que a injustiça não se seja indiferente

Pois não posso dar a outra face

Se já fui machucado brutalmente



Eu só peço a Deus

Que a guerra não se seja indiferente

É um monstro grande e pisa forte

Toda pobre inocência desta gente



Eu só peço a Deus

Que a mentira não se seja indiferente

Se um só traidor tem mais poder que um povo

Que este povo não esqueça facilmente



Eu só peço a Deus

Que o futuro não se seja indiferente

Sem ter que fugir desenganado

Pra viver uma cultura diferente



Solo le pido a Dios

Que la guerra no me sea indiferente

Es un monstruo grande y pisa fuerte

Toda la pobre inocencia de la gente

20.5.07

A revolta dos Bagrinhos

Conversei com alguns amigos que estiveram presentes a uma reunião ocorrida na última sexta-feira na área de lazer da OAB. Pelo que pude entender, o objetivo da mesma, foi o de reunir um grupo de cidadãos, lideranças de comunidades e categorias, para consolidar uma chapa completa de vereadores que concorrerá às eleições do próximo ano em partido a ser definido até o prazo determinado pela legislação eleitoral.
Apesar de, em princípio, a idéia parecer meio quimérica, parece que já está causando arrepios em setores da política bauruense. Afinal, caso as intenções do grupo sejam verdadeiras, a idéia, mesmo que despolitizada, poderá criar dificuldade para a eleição de muitos dos atuais tubarões da cena política local. Tentarei conversar com algum dos organizadores do evento e verificar, neste cenário de bagrinhos e tubarões, se é possível “pescar” mais alguma coisa.

3.5.07

SEM COMENTÁRIOS

Mais uma semana que passa, e as verdades continuam a aparecer. Além dos já comentados casos do transporte escolar (aliás, a licitação foi muito interessante, duas empresas do mesmo dono concorrendo entre si), do serviço do DAE em Piratininga e do almoxarifado informal da Educação, agora a discussão passa pelos tais “softwares” encomendados da FUNDUNESP e, dizem algumas pessoas bem informadas, que vem mais por aí. É bom ficarmos antenados.

Portanto, apenas para chamar a atenção daqueles que tem a memória curta, é sempre bom lembrarmos do artigo 37 da Constituição Federal, que diz em sua introdução: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e .........

24.4.07

Câmara Municipal mostra serviço

Parabéns

Nossos vereadores demonstraram na sessão dessa segunda-feira, que não se deixam levar pela “turma do deixa disso”. Apesar das pressões, votaram e aprovaram a criação da CEI do transporte escolar. Reafirmo, a grande questão é a exigência legal, não cumprida, de acompanhamento e fiscalização do cumprimento do contrato.

Parabéns II

Outra prova de que nossa Câmara Municipal está cumprindo o seu papel de agente fiscalizador, foi demonstrada pela apresentação das denúncias relativas ao “estoque” da Educação e ao serviço feito pelo DAE em área particular do vizinho município de Piratininga.
Quanto ao “almoxarifado oficioso” da Educação, as imagens apresentadas, explicitam o “cuidado” que aquele setor tem com a coisa pública. Aliás, o mesmo que teve no acompanhamento e fiscalização do contrato do transporte escolar.
É preciso que tudo isso seja investigado a fundo pelos nossos vereadores.

Tomou Doril?

Onde será que está a imprensa investigativa que, outrora, era a primeira a denunciar situações como essas? Emudeceu-se?

23.4.07

Stanislaw

Os últimos quinze dias aqui pela província foram dignos do saudoso Sérgio Porto. Não pela aparição de algum grupo de “Certinhas” como as do Lalau, mas pelo verdadeiro festival de preciosidades que foram ditas. É só dar uma rápida folheada nos jornais locais e vemos o “FEBEABA” em ação. De palpites na gestão do município a declarações sobre programa de governo, falou-se muito e pouco ou quase nada se fez. E assim, "la nave va", sem timoneiro e com a tripulação perdida.

Hoje é domingo pé de cachimbo ........

Finalmente tive tempo de atualizar o blog. Estive ocupado desenvolvendo minhas atividades voluntárias de solidariedade social. Aliás, uma coisa que me causa estranheza aqui na província é que essas atividades, cujos princípios, a meu ver, deveriam basear-se no anonimato, acabaram transformando-se em sinônimo de coluna social.
Nunca vi isso. É uma loucura. Deve refletir alguma carência ou necessidade de auto-afirmação.

11.4.07

Finalmente

Tenho que dar a mão à palmatória. Finalmente vou concordar com o alcaide.
Ao comentar a pauta de reivindicações dos trabalhadores da EMDURB, o digníssimo mandatário teria dito: “Chamar o passado como modelo em Bauru é temerário”. Tem toda razão!
Realmente, todos aqueles eleitores que, baseando-se no governo passado do senhor alcaide, acabaram votando nele, cometeram um enorme erro.

10.4.07

Boa pergunta

Faço aqui, meus, os questionamentos do vereador Paulo Madureira: onde estão os quase um milhão de reais gastos para fazer os tais bloquetes?

Será que vai?

Após um longo e tenebroso inverno parece que na próxima segunda-feira, estará em votação na Câmara, a CEI do transporte escolar. Reportando-me aos argumentos utilizados por um vereador na sessão de hoje, a discussão central não é se o contrato estava ou não irregular, mas se ele teve sua execução devidamente fiscalizada pela Secretaria Municipal da Educação.

4.4.07

Será que sai?

A próxima semana é fundamental para nossa cidade. Além da votação do pedido de CEI para o transporte escolar, que, espero, agora seja aprovado de uma vez, teremos a audiência pública da cultura.
Infelizmente, pelo andar da carruagem, estou sentindo que tudo vai virar uma grande pizza. A mudança de direcionamento que parte da imprensa está querendo dar para o caso da cultura, é prova inequívoca disso.

30.3.07

Hoje é sexta-feira .........

A voz do dono

O alcaide, agora resolveu demonstrar suas qualidades de orador. Com a lengalenga de sempre, arrumou alguma coisa para a claque passar o tempo e justificar o “dolce far niente”.
Enquanto isso, a cidade,..........

Pintura

Finalmente um benemérito empresário deu o exemplo e, gratuitamente, pintou o Palácio das Cerejeiras.
Se essa ação não tivesse ocorrido, o Paço Municipal ainda estaria largado, sem que o alcaide fizesse qualquer movimento para recuperá-lo.
Pobre cidade! Pobre cidadão!

Aposentadorias

Força-tarefa do INSS vai auditar aposentadorias. Muito bom!
Quem sabe poderá arrumar justificativas para algumas pessoas se aposentarem na flor da idade.

Bola dentro

Correta a interpretação da atual legislação, feita pelo TSE, vinculando os mandatos aos partidos. Esse pode ser o pontapé inicial na tão esperada reforma política.

CEI do transporte escolar

A coisa está enrolada lá para os lados da Câmara. A tal CEI está com uma gestação muito longa. Só está faltando alguém furtar o processo!

29.3.07

Burocracia

Os tais dos controles tão propalados pelo alcaide, estão levando os servidores à loucura. Processos, principalmente aqueles que envolvem diretamente a vida dos trabalhadores, como licenças, aposentadorias e outros que tais, estão empilhados em diversas Secretarias, enquanto, feito baratas tontas, grande parte dos indicados do alcaide procuram o que (não) fazer.
É uma festa!

O discurso e a prática

Mais uma vergonhosa surpresa! Aquele jovem combativo que expunha ardorosamente seus pontos de vista onde quer que estivesse, sempre defendendo os cidadãos bauruenses, agora também entrou na operação abafa. Que pena!

Cultura?

Quero saber por que a principal biblioteca de nossa cidade fecha para almoço? Ainda não entendi!

E a dengue?

Recorde de casos. Podem esperar que, já já, algum espírito de porco, com apoio da imprensa "amiga", vai dizer que a culpa é nossa. Dos pobres cidadãos que já estão saturados de pagar seus impostos e não ter retorno algum.

28.3.07

VERGONHA I

Câmeras irão fiscalizar Servidores

Como não tem o respeito dos Servidores, o alcaide, comprovadamente um mau patrão, agora quer virar “big brother”. Vou começar a procurar os filhotes da ditadura que estão alojados nesse governo.
Com a palavra o sindicato.

Palhaçada II

Fui pesquisar. Essa história de controle de transporte escolar é balela.

De acordo com algumas fontes, o controle já existia. Aliás, estou atrás da empresa que desenvolveu o sistema para esse fim entre 2002 e 2003.

O que teria acontecido, na verdade, é que os dirigentes da área de educação – INDICADOS PELO ALCAIDE – pura e simplesmente teriam abandonado o controle da execução do contrato, cometendo, portanto, uma ilegalidade.

O resto é palhaçada para enganar a população. Cabe, portanto, à Câmara Municipal, uma investigação séria sobre o tema.

Palhaçada I

O alcaide finalmente assumiu. Disse em entrevista a um dos jornais da cidade que o seu secretariado está há dois anos aprendendo.
O que? Eu não sei!


Para que ninguém esqueça, republico postagem antiga sobre o tema:

O alcaide é muito ingênuo, afastou Servidores de carreira substituindo-os por seus apadrinhados os quais, desprezaram ações, controles, documentos e outros instrumentos importantes, para criarem os seus próprios “modus faciendi”. Isso fica claro nas recentes ocorrências da SEAR, Educação, Cultura e outras secretarias.

Ao pretender estabelecer a tal controladoria, tão exaltada pela mídia amiga, vai, como é seu costume, trocar a gestão pela intromissão, usando os palpites dos “iluminados” que há dois anos o acompanham, tateando como cegos, ávidos a “res publica”, e prosseguir, a cada acontecimento, a Ópera bufa, onde a culpa nunca é sua, vertendo as lágrimas do incompreendido.
Dizer mais o quê......?

23.3.07

21.3.07

Mais um desgaste

Pelo andar da carruagem, vem por aí mais uma dor de cabeça para o alcaide. Só que dessa vez, não foi por falta de aviso. Durante os últimos dois anos, foram constantes as denúncias levadas ao Gabinete quanto a fatos, no mínimo suspeitos, que estariam ocorrendo na Secretaria da Cultura. Mesmo assim, em nenhum momento houve disposição para a averiguação das referidas denúncias.

20.3.07

MAJÔ CANDIDATA

Informações de bastidores, dão conta que, com a consolidação das dobradas PSDB/PP e PDT/PMDB, vem sendo discutida a possibilidade do lançamento da candidatura da vereadora Majô, do PCdoB, à Prefeitura no próximo ano.
Já, de acordo com alguns militantes mais próximos à vereadora ouvidos pelo blog, trata-se de decisão irreversível, discutida, inclusive, em reuniões realizadas em São Paulo e em Bauru na última semana.

A casa está caindo

Pela veemência do discurso do vereador Toninho Garmes, proferido na sessão da Câmara dessa segunda-feira, a coisa deve estar pegando fogo lá para os lados da Avenida Nações Unidas.

18.3.07

Fim de semana

O “churrascão” de sábado foi bom. Lá no condomínio onde mora o alcaide, mas mantendo a distância suficiente para não sermos contaminados pelo diversionismo e pela constante criação de factóides, que se tornaram prática constante daquele senhor.
Uma reunião democrática. Ruralistas, servidores municipais, aposentados, desempregados, profissionais liberais, enfim, gente de todas as classes, mas com algo em comum: o amor por Bauru.

O especialista

Lá pelas tantas vira um dos ruralistas presentes: “Olha, foram anos – durante várias administrações – estruturando as atividades da secretaria municipal da agricultura, estabelecendo convênios a nível estadual e federal”. “Na verdade caminhávamos para a municipalização completa do setor, mas o prefeito quis assim, vire-se.” E, continuando: “eu bem que tentei participar de uma reunião com o novo secretário, o conheço e à sua família de longa data, mas depois que, no meio da reunião, ele mostrou desconhecer o que era uma leguminosa, resolvi deixar pra lá”.
Gargalhadas gerais.

Cultura

Entre um “guaranazinho” e outro, uma servidora da educação comenta o evento realizado nesta semana no Teatro Municipal. “Pois é, o início estava marcado para as 13h30min, chegamos lá e demos com o nariz na porta. Só depois fomos informadas que o Teatro fecha para almoço das 12h00 as 14h00”. Alguém perguntou: “mas a biblioteca não fica lá?
Fica”, responderam vários dos presentes.
Então, concluiu um conhecido profissional liberal, realmente essa é uma cidade em que pouco ou nenhum valor é dado à cultura, pois eu nunca vi biblioteca fechar para almoço. Lastimável.”
Depois dessas considerações, resolvemos voltar ao churrasco para não acabarmos de vez com nossos fígados.

16.3.07

Os caras-de-pau e as férias na praia

Alguns leitores do blog reclamaram que o link postado ontem, não coincidia com o “post” indicado no e-mail. Erro meu. Na pressa de escrever a nota e postar, acabei confundindo as coisas por aqui. Desculpem a minha falha.

Sindicância

Mas, voltando aos “caras-de-pau”, conversei hoje com vários servidores municipais. Esses se mostraram revoltados com o a forma que, irresponsavelmente, seus companheiros foram julgados e condenados antecipadamente, já na portaria que instaura a sindicância, por um pretenso crime que não cometeram.

Repito, o Tribunal de Contas julgou “irregular” um dos itens do Edital da Licitação do transporte escolar. Ilegalidades estão cometendo aqueles que não fiscalizaram a execução do contrato. Já que não conseguem fazer o verdadeiro carnaval, estão tentando montar um fora de época para justificar a sua incompetência, esquecendo-se, porém, que estão difamando a imagem de bons servidores antes de qualquer julgamento.

É por essas e outras que defendo a instauração de uma CEI (cujo pedido está parado na Câmara) para analisar a fundo essa situação.

Para informação, o texto completo da portaria citada nessa nota, está disponível no Diário Oficial do Município do dia 10 de março, e pode ser lido na página da prefeitura.

Do lixo e da cultura

Amigos blogueiros têm questionado e denunciado, constantemente, os procedimentos na área da Cultura. Para mim, os problemas, maiores ou menores, não se resumem à essa área, mas estão em toda a máquina. O atual governo destruiu o aparelho do estado.
Com um mínimo de acesso aos servidores, qualquer um poderá verificar que a “paradeira” é geral. Não existe mais cadeia de comando.
Agora, se além disso, houver alguma irregularidade mais grave sendo cometida, o caso passa a ser de polícia.

Férias na praia

“Rádio-barnabé” pergunta quem seriam as figuras que estiveram “salgando” os corpinhos entre dezembro e janeiro, numa casa do litoral norte de São Paulo.

Fiasco

Que tristeza! O alcaide vai lá pela manhã, faz festa para inaugurar o asfaltamento da avenida, e à tarde um ônibus já cai em uma cratera.

Articulações

São fortes os comentários de que estaria sendo composta uma dobradinha entre PSDB e PP para a disputa das eleições do próximo ano. Configurada essa situação e confirmada a candidatura do escolhido do alcaide, concorrendo pelo PDT em dobrada com o PMDB, a decisão final das eleições vai acabar ficando na mão dos outros partidos. Podem apoiar um dos dois lados, ou criar uma terceira via com grandes chances.

15.3.07

CARA DE PAU

Mas essa gente é muito cara de pau! Vocês viram?

Estão fazendo uma sindicância para apurar “ilegalidades” numa licitação, cujo edital, o Tribunal de Contas julgou “irregular”. E, pior do que isso, a portaria que instaura a sindicância, até já qualifica os “responsáveis pelas ilegalidades”.

Está lá, no Diário Oficial do último sábado.
Entenderam ou preciso explicar melhor?

Esse é o velho golpe utilizado por aqueles que não tem argumentos para se defender de denúncias e arrumam uns “bois de piranha” para pagar o pato.

É muito descaramento. A sindicância, na realidade, deveria ser instaurada para descobrir os motivos que levaram o alcaide e sua turma a não fiscalizar o cumprimento desse mesmo contrato (transporte escolar) nos últimos 27 meses. Isso sim é ilegalidade.

Aliás, essa é a justificativa do pedido de CEI que está parado na Câmara. Até quando?
Será o Benedito!?

10.3.07

NOTAS DO DIA

Perguntar ofende I?

Os órgãos da imprensa local têm noticiado que algumas linhas do transporte escolar não estão circulando devido à falta de condições, principalmente, das estradas rurais do município, impedindo, conseqüentemente, o comparecimento de muitos alunos às aulas.

Além do prejuízo às crianças e jovens afetados, cabe uma pergunta: a quilometragem relativa a esses trechos não percorridos será descontada da fatura apresentada pela empresa prestadora dos serviços no final do mês? Em outros casos similares, que são de conhecimento público, o desconto foi feito? Será que vale a pena investigar?

Perguntar ofende II?

Seria verdade que enquanto dois vereadores, Alex Gasparini (PMDB) e Majô (PC do B), participavam em Bauru de manifestação contra o presidente norte-americano George W. Bush, certo cidadão com cargo de confiança na atual administração estava em Buenos Aires participando do ato ali realizado?
Se verdadeira a informação da “rádio-barnabé”, pergunto: quem está pagando a viagem? Os dias de ausência desse cidadão ao trabalho serão descontados da folha de pagamento?

Príncipes

Informações de bastidores dão conta de que estaria sendo negociada a indicação para a chefia do gabinete, de um advogado, que teria sido assessor de um ex-deputado estadual por Bauru. Se confirmada, essa hipótese representaria uma guinada na relação entre o Executivo e o Legislativo, além de indicar a possibilidade de surgir um novo nome para a disputa do Executivo no próximo ano.

8.3.07

Premiação

A exemplo de outros blogs da cidade, que têm feito pesquisas diversas, estaremos lançando nos próximos dias, o "Concurso Falastrão de Ouro", que premiará com esse magnífico troféu aquele que menos vir, menos falar e menos ouvir. Aguardem.
Enquanto isso, na região, os poderes fiscalizadores estão trabalhando. E bem!

7.3.07

COLABORANDO

Caos

Crianças consertando estradas rurais para permitir o trânsito de ônibus escolares, cidadãos “tapando” buracos em frente suas residências, classes dispensadas constantemente por falta de professores, estrutura pública abandonada, servidores desmotivados enquanto ocupantes de cargos de comando ligados ao alcaide, em sua maioria completamente perdidos no aparelho por desconhecimento das rotinas administrativas, mantém a postura arrogante, a exemplo do seu chefe maior, destratando a população e os próprios servidores.

Essa é uma pequena amostra do que vem acontecendo em nossa cidade, o que é extremamente preocupante. Afinal, nota-se que as obrigações mínimas exigidas do poder público não têm sido cumpridas.

Colaboração I

Alguns leitores do blog têm sugerido que eu aponte soluções para os problemas aqui levantados. Ora, amigas e amigos, apesar de toda complacência que possa ter, não vislumbro qualquer possibilidade de mudanças no atual estado de coisas enquanto o próprio alcaide não acordar, e entender que é preciso mudar. E muito!

Mas, de qualquer forma, para ninguém dizer que não atendo os leitores, apesar de achar que já não há mais clima para isso, aí vão algumas sugestões que, a meu ver, são fundamentais para o início de qualquer mudança.

A princípio, é preciso resgatar nos cargos intermediários os servidores que, mesmo conhecendo a fundo o intrincado funcionamento da máquina, foram simplesmente “escanteados” no início desse governo. Já nos cargos de direção, sugiro ao alcaide que se cerque de pessoas confiáveis perante a população e com conhecimento do trato da coisa pública indo, na medida do possível, buscar esses colaboradores dentro do próprio quadro próprio. Não me cabe julgar a competência dos atuais ocupantes desses cargos, mas, lamento, não está funcionando.

Essas sugestões estão relacionadas ao funcionamento da máquina, fator preponderante para que o conjunto de outras ações político-administrativas possam surtir efeito.

Pronto, caríssimos, fica aqui o meu registro de que esse espaço não é só para criticas. Sugestões também as há, e muitas! Só é preciso que o outro lado ao menos pense nelas.

Colaboração II

Mantendo-me nesse espírito de cooperação, sugiro aos amigos “blogueiros” que passemos um “Livro de Ouro” para garantirmos os recursos necessários à aquisição de um saco de cal, que será doado ao alcaide, com as seguintes sugestões: ou que jogue uma pá no próprio (des)governo, ou que dê uma “garibada” no aspecto visual do Palácio das Cerejeiras, ao menos até maio, quando os grafiteiros da SEBES virão.

Virou moda

Uns gostam de comissão, outros, de degravação.

Vamos participar

O blog do Bruno está fazendo uma pesquisa para verificar quem é quem na sucessão municipal. Vamos participar e divulgar.

Acesse:
http://pesquisabauru.blogspot.com

Lei com atenção

Vale registro o pronunciamento do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Mobiliário de Bauru, o Claudinho, feito na sessão da Câmara Municipal dessa segunda-feira, 5 de março.
Como a imprensa local nada divulgou, ao contrário da semana passada, quando o presidente da entidade patronal ocupou o mesmo espaço e teve sua opinião repercutida nos jornais de Bauru, vale, ao menos nesse espaço, a reprodução do referido discurso.

“Solicitamos o espaço democrático desta tribuna, para esclarecer fatos que foram veiculados na imprensa e trazidos a esta casa de representantes do povo bauruense, acerca do reajuste de salários dos trabalhadores na construção civil de Bauru e da região, as suas conseqüências e fazer um histórico das negociações salariais desta categoria tão numerosa em nossa cidade.

Em 1996 foi o ultimo ano que os trabalhadores da construção civil conseguiram estabelecer acordo coletivo de trabalho com o setor patronal. A partir desta data com a implementação da política econômica de contenção da inflação imposta pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, uma das leis criadas com este objetivo, foi o fim da política de reajuste e correção dos salários determinados por lei, obrigando as partes através da livre negociação, chegarem ao índice de correção pelo entendimento, pois os tribunais do trabalho não poderiam julgar e determinar nenhum aumento de salários. Desta forma, qualquer Sindicato de trabalhadores que ingressasse na Justiça do Trabalho fatalmente teria seu processo arquivado.

Aproveitando-se desta condição adversa para os trabalhadores e favorável ao patronal, a grande maioria de Sindicatos patronais, adotaram a posição de não negociarem nada que era reivindicado pelos trabalhadores, deixando que estes se desejassem recorressem a Justiça, já que o resultado era sabido ser favorável as empresas.

Somente conseguiam realizar acordos os Sindicatos com força suficiente para através da greve conseguir dissuadir o patrão a ir a mesa de negociação, estes Sindicatos eram poucos. Pois todos se recordam que até 2002 os índices de desemprego eram alarmantes e o trabalhador que conseguisse estar empregado se sujeitava a ter um emprego mal remunerado, a ficar desempregado. Isto posto, ninguém faria nenhum movimento arriscando-se perder o trabalho que tinha, os sindicatos dos trabalhadores, com isso não conseguiam força de mobilização para sensibilizar o patronal a negociar um acordo.

Na Construção Civil ocorreu o mesmo, e desde 1997 até 2004 não conseguimos estabelecer convenção coletiva de trabalho com o Sinduscon. Todas as negociações eram realizadas diretamente com as empresas, nestes acordos o Sindicato dos Trabalhadores conseguiu estabelecer reajustes e a fixação de piso salarial para a os empregados destas empresas, ficando de fora os trabalhadores das filiadas do Sinduscon, ou seja, 7 empresas num universo de 132.

Em 2005, com a diminuição do desemprego e o aquecimento da economia, conseguimos estabelecer com o Sinduscon um acordo possível para os todos os trabalhadores, assegurando alguns direitos históricos e um índice de correção de salários obtidos com o movimento de paralisação na capital, que teve a participação ativa dos trabalhadores de Bauru em apoio aos trabalhadores da capital, para que o percentual conquistado na capital fosse estendido para o todo o interior, o que de fato ocorreu. Entretanto, o Sinduscon rompendo uma tradição histórica não quis estabelecer o mesmo valor de piso salarial dos trabalhadores da capital para o interior. Ainda assim buscando priorizar o processo de negociação, estabelecemos uma convenção coletiva que não mencionava valores de pisos, mas garantia os já conquistados pelo Sindicato com as Empresas. Além disso, foi pactuado que continuaríamos negociando uma política de salários para que pudéssemos ter piso único no Estado de São Paulo o que não ocorreu. Nas negociações de 2006 o Sindicato patronal sequer fez proposta de estabelecer piso salarial e como índice de reajuste ofertou somente 3% (três por cento) enquanto oferecia para os trabalhadores da capital um índice de 6% (seis por cento), ante esta situação os trabalhadores de Bauru e São Jose dos Campos recusaram a proposta patronal e iniciaram um movimento de greve que ao chegar ao Tribunal Regional do Trabalho e este ter apreciado o esgotamento das vias da negociação, sem a possibilidade de acordo, dada a recusa do Sinduscon a qualquer proposta viável para os trabalhadores, julgou, baseado nos acordos fechados com os Sindicatos dos Trabalhadores da Capital e cidades da região metropolitana e tendo como parâmetro os acordos fechados entre o Sindicato e as empresas de Bauru, a extensão para todas as empresas, da obrigatoriedade de cumprir os pisos salariais que já eram praticados pela grande maioria dos empregadores, no mesmo valor do piso da capital. Inconformado o sindicato patronal, impetrou diversos recursos no Tribunal Regional e perdeu todos, por último tentou obter efeito suspensivo no Superior Tribunal do Trabalho e lá também foi derrotado.

Este breve histórico e para situar os nobres vereadores sobre as razões e motivos que procuramos esta casa, o Sinduscon na tentativa última de impor aos trabalhadores da cidade, condição de remuneração inferior ao que efetivamente já pagam e com isso retirar a possibilidade da justa distribuição da renda auferida pelo setor, negar aos trabalhadores a parte que produzem, e obriga-los a passar necessidades em todos os sentidos, desde a moradia nos bolsões de pobreza, pois, mesmo sabendo construir suas casas não possuem o necessário recurso para ter acesso aos materiais, até a carência de alimentos e remédios para suas famílias onerando a assistência social e a saúde do município. O Sindicato dos trabalhadores, para demonstrar que é uma entidade de luta e representativa dos seus filiados, busca sempre a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e demonstrar que sempre esteve aberto e prioriza a negociação (que o Sinduscon local nunca fez) e busca o estabelecimento de acordo que atenda o interesse das duas partes, opção que o Sinduscon só o faz quando derrotado e ainda assim se a derrota lhe parecer irreversível.

Por outro lado, a postura do Sinduscon até poderia ser ponderada, se estivéssemos vivenciando um momento difícil para o setor, mas neste momento, soa irônico, pois, nos últimos vinte e quatro meses foi o setor econômico que mais cresceu na economia, o próprio patronal projeta crescimento na ordem de 12%, quase quatro vezes mais que o restante da economia do país, tiveram redução de preços dos materiais de construção, de forma privilegiada obtiveram redução de tributos e incentivos fiscais para a atividade, mais ainda, foi o setor econômico mais beneficiado nos investimentos governamentais, para se ter uma idéia, do total de investimentos previstos pelo P.A.C. algo na ordem de 512 bilhões, mais de 90% por cento serão em obras de infra-estrutura, saneamento e habitação, este brutal volume de recursos beneficiarão quase que exclusivamente as empresas de construção civil, o que podemos deduzir que estas empresas estão lucrando muito, e ainda assim, querem aumentar os lucros pagando salários irrisórios aos seus trabalhadores

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Bauru tem como objetivo a busca da dignidade do cidadão trabalhador pelo produto do seu oficio, pela justa remuneração e o combate a exploração abusiva do trabalho pelo capital, acreditamos que somente a justa distribuição das riquezas, promove a paz social.

A afirmativa que os salários ora conquistados poderão causar desempregos e aumento da informalidade, é de uma irresponsabilidade e má fé, que somente interesses escusos poderiam justificar. Os salários determinados pelo Tribunal já são praticados por grande parte das pequenas e médias empresas de Bauru e região desde maio de 2006 e nenhuma destas empresas faliu ou aumentaram a utilização da mão de obra informal, pelo contrário, estas empresas se organizaram e se estruturaram a ponto de hoje concorrerem com as grandes, inclusive oferecendo preços mais competitivos nas concorrências e licitações, conseguem isso diminuindo a margem de lucro, investindo na fidelidade e valorização dos trabalhadores, que satisfeitos produzem mais, desperdiçam menos materiais, adoecem e faltam menos ao trabalho, nestas empresas os empregadores tornaram-se respeitados e obtém o compromisso dos trabalhadores com os objetivos e metas da empresa.

A ameaça de aumento da informalidade feita pelo Sinduscon, encaramos com muita preocupação até porque ela é prática comum em algumas grandes empresas de construção, estas tem na obra uma imensa placa com seu nome, mas quem executa as obras são uma miríade de gatos e trabalhadores sem registro, utilizam todos os tipos de subterfúgios para burlar as fiscalizações tanto trabalhistas quanto previdenciária, estas empresas usam “laranjas” para sonegar a direitos dos trabalhadores e o fisco, fazem pagamentos por fora, lançam faltas inexistentes para reduzir pagamento de salários e contribuição da previdência, práticas estas, que o Sinduscon tem conhecimento e ao invés de buscar combate-las, nada faz e ainda orienta seus filiados a contratar subempreiteiras que sabem eles ser o maior foco da informalidade de práticas irregulares.

Temos também, a preocupação quanto ao impacto que o aumento de salário gera ao Município e coerente com o pensamento do nobre vereador Primo Mangialardo quando se manifestou no inicio de dezembro, divergindo sobre a desproporção entre os salários dos servidores do alto escalão e os menos graduados afirmou que, “Uma prefeitura não pode pagar tão bem para alguns e tão pouco para outros”. Foi essa lógica de raciocínio que aplicamos em relação ao nosso setor, não é admissível que os empresários ganhem muito e fiquem cada vez mais ricos e os trabalhadores continuem ganhando salário de fome e morando em favelas e áreas de risco nas bordas da cidade, o aumento de salário dará mais condições aos munícipes que laboram nesta atividade, a ter melhor condição de vida e contribuir com o aumento do poder aquisitivo da cidade. Acreditamos com muita convicção que os novos salários dos trabalhadores da construção ao contrario dos lucros dos patrões, que são gastos nos grandes magazines e butiques da capital e nos restaurantes e comercio das cidades européias e americanas, serão gastos aqui no comercio de Bauru, principalmente no comercio de ferragens e ferramentas, gerando mais emprego e riqueza para a cidade e de forma alguma vai gerar desemprego.

Se não temos mais empregos e desenvolvimento na cidade é por incapacidade e preguiça do responsável por esta área no município, que não tem competência para atrair investimento, não formula política de incentivo à expansão das empresas locais, é acomodado e nostálgico, quer ver Bauru de forma saudosa, do mesmo jeito que era a trinta nos atrás, recusa promover e facilitar o desenvolvimento da cidade tem visão tão estreita que acredita na tese do Sinduscon que o aumento de renda para os trabalhadores é prejudicial para a cidade, demonstra total falta de discernimento e defende qualquer tese por mais esdrúxula que seja. Este tipo de administrador sim, nos causa preocupação, este de fato causa desemprego, desigualdade e atraso para a cidade.

Bauru merece ser reconhecida como cidade atraente para quem trabalha e para quem investe.
Acreditamos nesta cidade e acreditamos que os aqui presentes todos trabalham com o mesmo objetivo, fazer de Bauru cada vez mais pujante e desenvolvida e justa, com distribuição eqüitativa das riquezas.”

5.3.07

Até tu?

Ainda não refeito da viagem e tentando acertar-me com o fuso horário, cá estou, acompanhado de uma Stolichnaya Elit Ultra Premium que ganhei de Feodor, o velho capitão comunista.
Nas últimas horas, estive colocando as informações em dia. Li os JC’s, os Bom Dias e os Diários Oficiais do período em que estive fora. Assisti aos programas jornalísticos das Tv’s TEM e Prevê, além da programação local da TV Câmara, que foram gentilmente gravados por alguns amigos.
Valem registro alguns momentos sublimes:

Audiência Pública do Transporte Escolar

A postura dos assessores do alcaide explicitou exatamente aquilo que venho postando nesse blog – a arrogância que se alastrou nas entranhas da prefeitura . Noto que os nossos edis foram até complacentes demais com as atitudes dos referidos assessores. Com respostas prontas, mas mal combinadas, acabaram caindo em profundas contradições, deixando clara a falta de controle quanto ao cumprimento do contrato em discussão. Importante também sublinhar que a única pessoa que tinha alguma informação sobre o processo era o prestador do serviço. Admirável!

CEI da SEAR e DAE

Mais um espetáculo mal preparado. Não é necessário ser nenhum grande causídico para, à luz dos depoimentos e das contradições entre eles, constatar que ainda há muito que ser analisado nessa CEI, inclusive com a realização de acareação entre os depoentes. Porém, o fato singular foi assistir ao vídeo da sessão e comparar com as matérias publicadas no dia seguinte em um dos jornais da província. Que vergonha! Ficou transparente a tentativa de desviar o foco das apurações que devem ser feitas, e jogar a responsabilidade sobre o cineasta. Querem enganar a quem?

Administração?

Foi com preocupação que li as manchetes espalhafatosas na imprensa local em maio de 2006, quando se apregoava que 1.700 servidores correriam risco de perder cargos ou benefícios. De acordo com as reportagens da época, a Prefeitura de Bauru iria começar a tomar providências administrativas em relação à cerca de 1.700 casos suspeitos de irregularidades em ocupação de cargos e pagamento de vantagens salariais. A medida seria resultante de uma auditoria de 2005 que apontava problemas em incorporações, transposição de cargos e pagamentos indevidos de vantagens como insalubridade, periculosidade e outros acréscimos.
Pois bem, o que vemos agora?
Com parte das tais medidas adotadas, dia após dia temos notícia de decisões judiciais considerando-as ilegais. Seria o estardalhaço do ano passado mais uma propaganda enganosa?
Aliás, o blog do Chinelo:
http://www.chineloneles.blogspot.com tem explorado bem esse assunto. Vejam lá!

MEA CULPA

Vocês já repararam que, para alguns falastrões, somos os culpados por todos os problemas da cidade. Leiam os jornais.
Tem lixo na rua: a culpa é do povo
Tem mato alto: a culpa é do povo
Tem dengue: a culpa é do povo
Tem leishmaniose: a culpa é do povo
Daqui a pouco serão capazes de dizer que também somos culpados pelos buracos. Quem sabe não acabam criando uma comissão de iluminados para propor a redução da utilização do leito carroçável do município com a conseqüente redução no desgaste do asfalto?
Sabem qual a verdade?
Não tem prefeito: a culpa é do povo!

ATÉ TU?

Aconteceu nesse domingo, 4 de março de 2007, na missa das 20 horas de uma das paróquias da cidade. Após a leitura do Evangelho, pregava o bom padre sobre a ubiqüidade de Deus. Citou exemplos diversos e lá pelas tantas, fala aos paroquianos:
“- Deus pode estar em qualquer lugar, até aqui. Imaginem que Nosso Senhor poderia estar em Bauru. E o que aconteceria?”
“- Cairia em um buraco.”
Murmurou uma das paroquianas verbalizando aquilo que veio de forma instantânea à mente de quase todos os presentes.
O burburinho foi imediato. E foi por respeito que a casa não veio abaixo numa solene gargalhada, que teve que ficar contida por todos até o final da cerimônia.
Eu estava lá.

3.3.07

De Príncipes, Bruxos e Falastrões

Estou de volta. Após dez dias pela Europa, onde estive fazendo ampla pesquisa sobre assuntos de interesse da província, volto ao meu posto. Desembarquei hoje no Aeroporto de Arealva, e viajei para a velha província. Que maravilha!

Leio os jornais e, surpresa, nada mudou. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Bem, mas disso, falaremos outra hora.

Foi uma longa viagem, de São Paulo a Roma sem escalas, seguidos de 230 quilômetros num ônibus sacolejante e lá estava eu na primeira parada.


Florença, berço do Renascimento italiano, terra de gênios. Lá, nasceram da Vinci, Michelangelo, Dante Alighieri, Filippo Brunelleschi e também, aquele cujo estudo justificava minha visita, Niccolò Machiavelli.

Às margens do Arno, observando ao fundo os Pirineus e maravilhado com as belezas daquela cidade que data do século I a.C. e foi edificada junto a ruínas etruscad, inicio minhas atividades.

Primeiro, uma visita à Biblioteca Nacional Central, acompanhado de Carla, jovem descendente e conhecedora das obras de Machiavelli, onde pude ter acesso a uma das primeiras edições de “Il príncipe”.

Após um café num dos inúmeros bares da Praça da Repubblica, seguimos para a propriedade de San Casciano, perto de Florença. Ali, Carla e seus pais, herdeiros da bela quinta onde Machiavelli ficou exilado entre 1512 e 1519, falam-me sobre “L'arte della guerra” e os “Discorsi sopra la prima deca di Tito Livio”, obras indispensáveis à correta interpretação do pensamento que percorre as páginas de “Il príncipe”.

Foi assim, inspirado pela história daquela terra que no passado esteve sob domínio de ostrogodos, bizantinos e lombardos, e transportando-me para a nossa terrinha, que pude entender o uso da astúcia inescrupulosa como método de governo, compreender o porquê do uso de todos os meios, inclusive a mentira, a fraude e a violência para conquistar o poder absoluto.

Agora eu começava a entender as razões da incompetência!

Mas a viagem não parou por aí. Despedi-me de Carla e sacudindo fui novamente até Roma, onde um penoso vôo da Aeroflot levou-me a São Petersburgo, a velha Leningrado. Esperavam-me no aeroporto Mikhail e Lena, velhos amigos dos idos de 68 na União Cultural Brasil-URSS, quando eu ainda sonhava em ir estudar na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba.

Apesar do frio intenso naquela que é considerada uma das cidades mais belas da Europa, o calor da amizade e algumas doses da boa vodca elevaram o ânimo. Uma visita ao antigo palácio de inverno de Pedro o Grande, onde hoje está localizada a sede principal do Museu Ermitage foi pouco esclarecedora.

Ali encontrei publicações sobre a vida de Grigori Efimovitch Novikn. Conhecem-no? E se o chamássemos de Rasputin (o Depravado)? Agora já sabem, não é mesmo?

Pois bem, consultas aqui e acolá, permitiram-me descobrir que o siberiano Rasputin auto intitulou-se monge, sem nunca ter sido ordenado. Graças à sua fama de bruxo, numa época em que amplo segmento da aristocracia local propendia ao ocultismo foi calorosamente recebido no seio da mesma, até conseguir tornar-se o favorito da czarina Alexandra Feodorovna, esposa de Nicolau II.

Porém, os temas que me interessavam, os estudos sobre poder e jogos de influência na corte imperial, não consegui encontrar. Decepcionado, acabei afogando meu desencanto pelo tempo perdido numa garrafa de Stolichnaya e nos braços da bela Ivana, recepcionista do Ermitage.

Na manhã seguinte, já reparado dos vapores etílicos, fui fazer, por sugestão de Ivana, um passeio turístico de barco pelo gelado rio Neva em cujas águas Rasputin morreu por afogamento na noite de 29 de dezembro de 1916. O capitão do barco, Feodor, ex-oficial da marinha soviética, que chegou a trabalhar como adido militar no Brasil, recebeu-me de braços abertos e, em português, acompanhados de mais algumas doses da velha Stoli, pode esclarecer-me de forma mais precisa e concisa sobre os tão propalados poderes do “bruxo”.

Na longa conversa, acalantado já pela segunda garrafa, Feodor falou-me sobre os poderes da comunicação, discorrendo longamente sobre o papel que o Pravda desempenhou na manutenção do antigo regime comunista. Citou Lenin, Trotsky, Stalin e, o importante, ao fazer comentários sobre esse último lembrou-se das relações do mesmo com Hitler antes da virada de mesa que acabou por levar a União Soviética a entrar em guerra contra o Eixo. Naqueles tempos disse Feodor, citando uma passagem de um dos escritos de Trotsky ao tratar da programação das rádios locais: “Beethoven era um gran consuelo, pero habia poca musica. Generalmente nos veiamos obligados a escuchar Hitler; Goebels o a algun de los invariablemente ignorantes e grosseros oradores de Moscú”.

Essa citação alertou-me para um detalhe importante: a forma que os príncipes e os bruxos se utilizariam para “falar” com as massas, e foi por sugestão de Feodor que no dia seguinte comprei a passagem de retorno ao Brasil com escala em Berlim. Eu precisava saber mais sobre Goebbels.

Frio em Berlim, sozinho e com os euros terminando pouco pude fazer. Uma série de visitas rápidas a locais como a Universidade de Berlim, a Academia Alemã de Ciências, a Biblioteca Nacional, ao Altar de Pérgamo, a igreja de Santa Maria e a porta de Brandemburgo, permitiram-me descobrir que Paul Joseph Goebbels, nascido em 29 de outubro de 1897 na cidade de Rheydt, havia estudado literatura e filosofia nas universidades de Bonn e Heidelberg. Foi ele o precursor da propaganda de massa e tornou-se um expert na mobilização de todos os meios de comunicação para impor ao povo alemão uma única idéia política e social. Através da imprensa, transformou cidadãos honestos em ladrões e corruptos em “anjos”. Dei-me por satisfeito. Era hora de voltar.

Agora estou aqui no calor da terrinha tentando analisar os resultados da viagem. Concluo, portanto, que temos aqui na província vários arremedos de Príncipes, na medida em que usam os métodos prescritos por Machiavelli não para conquistar a meta principal estabelecida em “Il príncipe”, que é a felicidade do seu povo, mas apenas para garantir a sua satisfação pessoal. Bruxos, só fantasiados para o halloween, que deveriam utilizar-se de suas vassouras para limpar um pouco a cidade. Já os falastrões; esses aprenderam à lição. Tentam a todo o custo, apesar do descontentamento e revolta da população, enganar a si mesmos, travestindo o inferno de paraíso.

É uma pena! Vai demorar muito para aprendermos a lição.

17.2.07

O Embuste

Enganam-se aqueles que, festejando, acham que a saída do braço direito do alcaide será um lenitivo para os problemas por que a cidade passa. Na realidade, trata-se de um lance previsto, pois são características do “Príncipe” jogadas e atitudes desse gênero.
A saída anunciada, não irá resolver os problemas estruturais da cidade, não irá tapar buracos, capinar, motivar os servidores, resolver as demandas da saúde e da educação, ajustar os controles internos, qualificar a gestão, enfim, dar a Bauru o governo que merece.
Por outro lado, a serem confirmados os intensos boatos sobre as causas da exoneração e considerando-se que não há porque acreditarmos que as ações adotadas pelo seu braço direito não eram de conhecimento do alcaide, fica clara a necessidade daqueles que amam essa cidade unirem-se no sentido de, com a cautela que a população de Bauru tem direito, adotarem as medidas saneadoras que forem necessárias.

16.2.07

Notícias do front

Informantes bem situados na Praça das Cerejeiras dão conta que o alcaide trava uma batalha singular para tentar convencer seu braço direito a pedir exoneração.
Dizem, esses mesmos informantes, que na tentativa de salvar sua própria pele do “imbroglio” em que se meteu, o alcaide deverá “fritar” alguns de seus auxiliares diretos.
Esse é o resultado da postura arrogante adotada pelo alcaide e sua troupe desde o início dessa administração.
Outras novidades deverão acontecer na próxima semana, não só no legislativo municipal como também no judiciário.
Já são muitos os munícipes que acreditam ser chegada a hora de iniciarmos uma assepsia que coloque Bauru novamente nos trilhos.

14.2.07

Cena do dia

Terça-feira, 13 de fevereiro, 9 horas da manhã. Um ônibus da SEMEL chega a um dos bairros esburacados da cidade e dele descem 22 (eu contei) trabalhadores da Secretaria de Obras.
Logo que desembarcam, alguns deles seguem em direção ao núcleo de saúde do bairro. "Vieram tomar café e buscar remédios", conta-me uma das auxiliares de enfermagem do núcleo.
Enquanto isso, outro grupo, sentado junto ao meio-fio, conversa animadamente e observa, enquanto quatro servidores enchem os buracos da rua com pedras descarregadas de um caminhão. Após umas 2 horas embarcam novamente no ônibus e vão todos embora.
Os buracos? Bem, vamos aguardar a próxima chuva.
Essa, é a cara atual da Prefeitura. Servidores desmotivados, sem comando, sem "vestir a camisa".
Esse, é o preço que a população, surpreendida, paga por ter confiado em gente que ainda não conseguiu mostrar para o que veio.

13.2.07

Santinho

O alcaide é muito ingênuo, afastou Servidores de carreira substituindo-os por seus apadrinhados os quais, desprezaram ações, controles, documentos e outros instrumentos importantes, para criarem os seus próprios “modus faciendi”. Isso fica claro nas recentes ocorrências da SEAR, Educação e outras secretarias.
Ao pretender estabelecer agora a tal controladoria, tão exaltada pela mídia amiga, vai, como é seu costume, trocar a gestão pela intromissão, usando os palpites dos “iluminados” que há dois anos o acompanham, tateando como cegos, ávidos à “res publica”, e prosseguir, a cada acontecimento, a Ópera bufa, onde a culpa nunca é sua, vertendo as lágrimas do incompreendido.
Dizer mais o quê......?

Câmara 1

Disse um vereador na sessão de hoje: Grande parte do atual secretariado é como abelha; ou voa ou faz cera!

Câmara 2

Palavras de outro vereador: Esse é o “secretariado vestibular”, eles estudam, estudam, estudam........

Câmara 3

Falou o terceiro vereador: Vejam o Parágrafo único do Artigo 21 da Lei 8.429 de 2 de junho de 1992 (para quem não conhece, essa é a Lei que trata das sanções aplicáveis a agentes públicos, sendo que o referido parágrafo único tem o seguinte texto: “Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual”).

Hummmmm Será o Benedito?