Tatiana Félix - Adital - http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=1&cod=49741
Diante da intenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) se reunir no próximo dia 30, com seus países membros, para discutir uma possível reinserção de Honduras ao grupo, os membros da União de Escritores e Artistas de Honduras (UEAH) publicaram um manifesto, no último domingo (25), se mostrando contrários à ideia.
"Rechaçamos com firmeza e plena convicção patriótica, as intenções da Secretaria da Organização dos Estados Americanos (OEA), que tem como objetivo promover e negociar a reinserção do Estado de Honduras neste organismo panamericano, que foi o cenário propício de grandes batalhas políticas e ideológicas", enfatizam.
Eles alegam que a inserção de Honduras "na máxima expressão organizativa de caráter coletivo dos governos democráticos do continente", seria como validar este governo, que é fruto de uma eleição fraudulenta, realizada após o Golpe de Estado ocorrido em junho do ano passado.
"Aos senhores embaixadores dos países membros da OEA, lhes solicitamos não cometer um delito moral internacional e político, ao aprovar a inserção do governo ilegítimo e repressivo de Porfírio Lobo Sosa, por constituir seu mandato presidencial, uma sucessão política da ditadura de Roberto Micheletti", apelam.
No manifesto, eles reforçam que a ditadura de Roberto Micheletti, padrinho político de Porfirio Lobo Sosa, impôs à nação "um estado de guerra frontal contra seu próprio povo", e relembraram as 166 mortes provocadas por grupos de extermínio, militares e policiais. Eles citaram ainda o assassinato de mais de dez jornalistas, pelo simples fatos de alguns deles terem simpatizado diretamente com a Frente Nacional de Resistência Popular.
A Frente Nacional é uma organização popular que representa o pensamento anti-golpista do povo hondurenho, e solicitou oficialmente à OEA, o não reconhecimento de um governo continuista do Golpe de Estado, já que aqueles que protagonizaram sua execução, agora desempenham altos cargos do governo servil de Porfirio Lobo Sosa.
De acordo com o manifesto, o presidente deposto na ocasião do Golpe de Estado, Manuel Zelaya, se encontra hoje, protestando nas ruas, contra "a manobra política mais cínica que já aconteceu no país, graças ao apoio do Departamento de Estado Norteamericano".
Eles pedem ainda aos chefes destes países que não façam parte do grupo de países manipulados pelo Departamento de Estado e do Governo Imperial de Barack Obama, "nem de sua política de chantagem e pressão financeira", para que o governo hondurenho seja admitido no concerto das nações do continente americano, como se seu regime fosse legítimo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário