23.8.11

Memorial a vítima da ditadura será inaugurado em Porto Alegre

via Sul 21

Um memorial em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos da ditadura será inaugurado na próxima sexta-feira (26), às 15h, em Porto Alegre. A obra homenageia o sargento Manoel Raimundo Soares, um dos fundadores do “Movimento dos Sargentos”, que lutava por direitos sindicais e democráticos. Imediatamente após o golpe militar de abril de 1964, Manoel Raimundo Soares preso e, em junho, expulso do Exército. Solto, engajou-se na luta contra a ditadura e passou a residir no Rio Grande do Sul, vindo de Campo Grande, atual Mato Grosso do Sul, para onde fora transferido após pena disciplinar.

Este será o 27º memorial instalado em cidades brasileiras dentro do projeto Direito à Memória e à Verdade. De autoria de Cristina Pozzobom, o memorial será instalado na Av. Beira-Rio (Edivaldo Pereira Paiva), Parque Marinha do Brasil, nas proximidades da pista de skate.

A iniciativa é da Secretária dos Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com a ALICE (Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação), Prefeitura de Porto Alegre, Assembleia Legislativa e Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
O Projeto Direito à Memória e à Verdade tem o objetivo de resgatar a história recente do Brasil, e contará com a presença da ministra Maria do Rosário, do ministro José Eduardo Cardozo, do governador Tarso Genro e do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati na solenidade de inauguração do memorial.

Morte de Sargento ficou conhecido como “Caso das Mãos Armarradas”

No dia 11 de março de 1966, Manoel foi preso, em frente ao auditório Araújo Viana, entregando panfletos contra a visita do presidente Castelo Branco a Porto Alegre. Depois de ser levado à sede da Polícia do Exército, ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), na Avenida João Pessoa, foi encaminhado para a ilha-presídio existente no Rio Guaíba. Em 13 de agosto de 1966 foi levado ao DOPS, para novo interrogatório. Seus algozes o transportaram, na mesma noite, em um jipe do Exército, até ao rio Jacuí, para ser submetido à tortura do afogamento.

Seu corpo foi encontrado boiando no Jacuí em 24 de agosto de 1966, com as mãos e os pés atados às costas (seu assassinato ficou conhecido como o “Caso das Mãos Amarradas”). Apesar dos depoimentos que comprovavam o crime cometido, colhidos pelo Ministério Público Estadual e por uma CPI da Assembleia Legislativa, os responsáveis pela sua morte permaneceram impunes.

Com informações do blog RS URGENTE

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