Quando li, na edição de domingo (18 de março) do Jornal do Brasil, que a “Mercedes SLR Mc Laren ficou visivelmente destruída com impacto de atropelamento”, pensei de imediato que se tratava de mais um artigo maldoso e insidioso da imprensa burguesa sobre a candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo. À medida que lia a matéria, mais me convencia que ali se discutia sobre os rumos do Partido dos Trabalhadores nas eleições deste ano, sobretudo quando adentrei o trecho onde fica clara a mandracaria de transformar o réu em vítima e a vítima em réu. Some-se a isto, a minha mais absoluta ignorância sobre veículos – sinceramente, não sei distinguir uma Pajero de um Land Rover, ou ambos de uma Mercedes. Todas essas marcas se embaralham em minha cabeça – talvez seja a idade.
Só retomei a calma quando vi que o piloto da Mercedes era o jovem Thor de Oliveira Fuhrken Batista, primogênito e herdeiro do senhor Eike Batista – “o homem mais rico do país”. Decididamente – apesar do Pré-sal; do senador José Sarney; de lideranças parlamentares eleitas pela Monsanto; e apesar de haver transformado o prefeito Gilberto Kassab, minúsculo personagem da província, em figura nacional, além de outros lances de brilho assemelhado – o partido de cuja fundação participei e do qual permaneço leal filiado, não chegaria a trazer para sua lista de candidatos, esse pequeno deus viking.
O fato é que a desastrada imposição aos filiados paulistanos da candidatura do ministro Fernando Haddad, escorada num vice da envergadura do senhor Kassab, deu com alguns dirigentes n’água.
Pensada viável tendo como vice o prefeito Kassab, a candidatura do ministro Haddad parece não decolar. Some-se a isto o fato de que seu criador não poderá concluir a obra: por óbvios motivos de saúde, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que sua presença no palanque da sua criatura será muito reduzida.
Só esperamos que, no segundo turno, não sejamos constrangidos a votar no deputado Tiririca.
Ou será que dá tudo no mesmo?
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